Saiba tudo o que rolou no Vogue Fashion’s Night Out Brasília 2019
Evento reuniu mais de 80 atrações, entre desfiles, talk shows com grandes nomes da moda brasileira e ativações nas lojas participantes
atualizado
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Nesta quinta-feira (26/09/2019), Brasília recebeu mais uma edição do Vogue Fashion’s Night Out. Diferentemente do ano passado, o projeto da maior publicação de moda do país chegou à capital com apenas um dia – a programação, no entanto, não deixou a desejar. Mais de 80 ações, desfiles e talk shows movimentaram um centro de compras localizado no Setor Comercial Norte.
Vem conferir tudo o que rolou comigo!
O street style foi a inspiração para a 3ª edição do VFNO Brasília, afinal, a moda de rua hoje tem um papel tão importante quanto as fashion weeks na indústria têxtil. Neste contexto, os grafites tomaram as paredes e passarelas do evento, que recebeu grandes nomes da moda nos talks shows que abriram a programação do projeto.
Para começar, a consultora de imagem e estilo Lud Massarotto conversou com o público sobre imagem masculina e sucesso profissional, representando a marca de sapatos masculinos Sergio’s. Em seguida, a maquiadora Tay Penna deu dicas de make e beleza à plateia que aos poucos se aglomerava no palco instalado na praça principal do empreendimento.
Às 14h, a passarela do VFNO 2019 foi inaugurada com um desfile da marca infantil 1+1, que exibiu sua coleção de primavera/verão 2019/20 às mães que prestigiaram o evento. Adriane Galisteu, uma das atrações mais aguardadas desta edição, deu sequência aos talk shows, falando sobre atitude, autenticidade, estilo e tendências. A apresentadora acaba de voltar de Londres, onde viu de perto as novidades que rondam as ruas da terra da rainha.
A label Carmen Stteffens foi a segunda a exibir suas mais recentes criações na passarela. Mais conhecida por suas bolsas e sapatos cheios de decorativismos, a marca mostrou roupas mais sóbrias, com cores neutras, muitas texturas, estampas tropicais e pegada casual.
Ao fim da apresentação, o palco do VFNO Brasília voltou a ficar agitado com um debate sobre consumo consciente e sustentabilidade. A conversa, liderada pelos escritores André Carvalhal e Cris Guerra, expôs as mudanças do mercado têxtil perante às causas socioambientais e destrinchou os problemas que assolam o mundo da moda nesta década.
A Lez a Lez deu continuidade ao roteiro de desfiles com suas novidades de primavera/verão. Para as estações mais quentes do ano, a etiqueta investiu em tecidos fluidos e naturais, como algodão e linho. A cartela de cores, direcionada pelos tons de azul marinho, verde e off-white, ainda contou com estampas de folhagens e listras.
Na modelagem, os decotes em V finalizados em alcinhas e os babados foram complementados com peças de alfaiataria. Os macacões surgiram em diversos comprimentos. A atriz Barbara França, parte do elenco da novela Verão 90, fechou a apresentação.
Além da sustentabilidade, o VFNO 2019 fomentou o diálogo sobre diversidade, assim como acontece no mercado internacional. A editora de atualidades da Vogue, Cláudia Lima, conduziu o talk Luz, Câmera, Diversidade e Inclusão com a modelo plus size Fluvia Lacerda, a consultora de imagem Lilian Lemos e a modelo Renata Kuerten.
O bate-papo foi uma continuidade do tópico inserido na edição passada do evento, quando Karol Conka, Caio Braz, Fernanda Paes Leme, Glorinha Kalil, Rodrigo Grunfeld e Paulo Borges falaram abertamente sobre o tema.
Às 20h, a editora de moda e joias Vivian Sotocorno e a personal stylist Ucha Meirelles comentaram um desfile com looks escolhidos nas lojas do centro de compras. Além de alinhar os expectadores com as principais tendências do momento, a dupla deu toques de como criar combinações nada óbvias com peças que toda mulher tem em seu guarda-roupas.
Vivian, que acaba de voltar da Semana de Moda de Milão, ainda tirou um tempinho para conversar com a coluna sobre o que viu nas passarelas italianas, bem como suas impressões sobre a moda brasiliense. Confira:
Pelo o que você viu nas araras brasilienses, a moda local consegue se equiparar ao eixo Rio-São Paulo?
Brasília é um grande e importante polo da moda nacional. Como as coisas ficam muito centradas em São Paulo, às vezes a gente até esquece do mercado brasiliense, mas quando chegamos na cidade vemos como as coisas também se desenvolvem aqui. Tem várias marcas legais, todo mundo é querido e sempre somos recebidos bem. Vocês têm uma moda que não deixa a desejar. Sempre nos surpreendemos.
Quais marcas brasilienses você curte?
Eu adoro a Abi Project. É uma das etiquetas de acessórios mais legais do Brasil. E também tem a Letícia Gonzaga, que tem um trabalho lindo.
Você passou pelas lojas selecionando as peças que mais gostou. O que um item tem que ter para passar pelo seu crivo?
A coisa que a gente mais valoriza hoje é personalidade. Vivemos um momento de tendências muito definidas. Vimos muito anos 1970, depois anos 1990, agora anos 1980, enquanto há épocas onde determinados tecidos tomam todas as atenções. É um ciclo de tendências e, naturalmente, as pessoas vão segui-las, mas essa coisa de “você tem que usar isso” é um conceito retrógrado. Hoje você adéqua as novidades ao seu estilo e, na hora de comprar, leva em consideração se aquilo combina com o que você tem no seu guarda-roupas. Quando as marcas têm esse olhar, me agrada bastante. Não é porque está bombando lá fora que as marcas daqui têm que seguir. Eu acho muito mais legal quando encontro algo que não vejo em nenhum outro lugar.
Você acaba de voltar de Milão. O que viu de mais empolgante por lá?
Sim. Voltei há dois dias. Essa coisa da personalidade está bem forte, até mesmo na beleza das modelos. Você vê que a maquiagem é pensada para valorizar o rosto de cada uma. Não é um padrão para todas. Falando de roupas, vi uma volta muito forte do minimalismo e da simplicidade. A gente vive um momento onde tudo é muito acessível. Você tem a possibilidade de estar o tempo todo nas redes sociais, recebendo informações e isso está atingindo a saúde mental das pessoas e afetando os relacionamentos. As pessoas estão se cansando disso, elas querem resgatar o simples e isso tem sido refletido na moda. Muitas marcas abriram mão no maximalismo para resgatar a simplicidade e o slow fashion. Com isso, o artesanato, que é algo que precisa ser feito com calma e tempo, tem ganhado bastante espaço.
Depois da era #MeToo, a moda feminina se distanciou do approach hiper sensual, mas já começamos a notar a volta das transparências em Paris. Você acha que foi só uma fase?
Realmente tem uma coisa sexy rolando, mas é diferente do que víamos antes, onde havia uma objetificação da mulher. O sexy de hoje é mais relacionado ao poder feminino. As mulheres estão sendo sexy para elas e não os outros. A mulher é quem ela quiser ser.
Um dos temas do VFNO deste ano é a diversidade, um debate cada vez mais latente na moda. Como você avalia isso? A alta-costura, por exemplo, ainda rechaça a inclusão. Você acha que isso está perto de mudar ou ainda vai levar um tempo para vermos mulheres de todos os tipos nas passarelas?
Ainda bem que isso está acontecendo, porque era algo que, ao meu ver, não tinha sentido. As marcas vendem para quem? Uma parcela muito pequena da população é formada por mulheres altas e magras. A moda acordou, está olhando para pessoas reais e isso está sendo refletido nas passarelas.
Voltando à programação do VFNO, a Colcci mostrou suas apostas para o Verão com uma coleção repleta de brilho, estampas tropicais, volumes e alfaiataria. Entre as cores, o verde foi o grande destaque, assim como o jeanswear que norteia a marca catarinense.
Com tantas atrações de peso, o Vogue Fashion’s Night Out reuniu dezenas de fashionistas em sua terceira edição na cidade. Veja os melhores looks que passaram por lá:
Colaborou Danillo Costa