Rainha Elizabeth II bane peles animais em suas novas roupas
Livro revela que as peças de pele da monarca serão todas sintéticas a partir deste ano
atualizado
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A personalidade mais recente a aderir ao movimento fur free é ninguém menos que a rainha Elizabeth II. De agora em diante, todas as novas peças de pele usadas pela monarca serão feitas com pelos artificiais, sem origem animal. Quem revelou a novidade foi a estilista, costureira e conselheira pessoal da rainha, Angela Kelly, no livro The Other Side of the Coin (O Outro Lado da Moeda, em tradução literal). A monarca britânica se junta ao movimento que reúne marcas como Prada, Chanel, Burberry, Gucci e até o estado da Califórnia.
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Publicado no fim de outubro, The Other Side of the Coin é o livro de memórias de Kelly com a rainha. A obra dá detalhes sobre a relação de mais de 20 anos entre as duas. Um dos trechos chama atenção: “Se Sua Majestade participar de um compromisso em clima particularmente frio, de 2019 em diante, peles falsas serão usadas para garantir que ela fique quente”.
Confirmada por um porta-voz do Palácio de Buckingham, a decisão vale apenas para as roupas que serão feitas para a monarca a partir de agora. Segundo a fonte oficial, isso não quer dizer que ela substituirá as peças de pele animal que já possui por material sintético, como fez Kim Kardashian há alguns meses.
“Não estamos sugerindo que todo o pelo das roupas existentes seja substituído ou que a rainha nunca mais usará pelos novamente. A rainha continuará vestindo as roupas existentes em seu guarda-roupa”, informou. Segundo a Marie Claire UK, é a primeira vez que um membro da família real assume esse posicionamento publicamente.
Levando em conta que a pele animal é um elemento comumente presente no vestuário da rainha e da realeza, a decisão significa um avanço importante. O próprio robe utilizado em coroações é forrado com pele de arminho. Em várias ocasiões, ela foi fotografada usando roupas e acessórios feitos com pelo verdadeiro.
Para a Peta (People for the Ethical Treatment of Animals), a notícia é um “sinal dos tempos”. A organização foi além e pediu à rainha que estendesse a decisão aos soldados da guarda, para substituir o pelo do urso de seus bonés por uma imitação.
A novidade agradou aos defensores dos direitos dos animais. “Nossa chefe de Estado envia uma mensagem poderosa. Estamos emocionados por Sua Majestade ter oficialmente ficado livre de peles”, declarou a diretora da Humane Society International, Claire Bass.
Outro membro da família real que costuma usar itens desse tipo é Kate Middleton, como um chapéu marrom de alpaca visto com frequência. Entretanto, segundo o The Telegraph, as peças da duquesa de Cambridge são de “origens éticas”.
O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a proibir a criação de animais para produção de peles, há mais de duas décadas, como informa o jornal britânico.
No entanto, o material ainda pode ser importado de outros países. Agora, o esforço dos ativistas é para que os produtos com pelos não sejam mais comercializados na região.
Há menos de um mês, a Califórnia se tornou o primeiro estado dos Estados Unidos a proibir a fabricação e a venda de produtos com pele. A medida valerá a partir de 2023 e já havia sido tomada pelas cidades de Los Angeles e São Francisco. Nos últimos anos, o número de grifes famosas a adotarem o faux fur só aumentou: desde 2018, selos como Prada, Chanel e Burberry entraram no time.
Como toda decisão na moda tem suas consequências, a própria escolha pelas peles falsas também é questionada. Na onda contrária aos ativistas em prol dos animais, a British Fur Trade Association (BFTA) defende o uso de peles verdadeiras sob o argumento de que “o pelo natural é um dos produtos mais sustentáveis e duradouros disponíveis”.
O material sintético é feito à base de plástico e se torna um resíduo poluente se não for descartado de maneira correta. Por outro lado, a indústria já tem investido em alternativas mais ecológicas para manter o calor nas estações frias, como as imitações de couro eco-friendly.
Colaborou Hebert Madeira