Quem é Phoebe Philo, designer que marcou o estilo da Celine
Conhecida pela elegância e minimalismo, a estilista deixou a direção criativa da grife em 2018
atualizado
Compartilhar notícia
Mesmo sem ter criado uma marca própria, Phoebe Philo conquistou uma legião de fãs com sua assinatura única. Durante uma década, a estilista britânica cuidou da direção criativa da grife francesa Celine. Hoje, o cargo é de Hedi Slimane, que apresentou sua nova coleção nessa sexta-feira (1º/3) e surpreendeu positivamente após uma enxurrada de críticas na temporada anterior.
Antes mesmo da estreia do francês, em setembro de 2018, os chamados Philophiles, admiradores de Phoebe, já temiam que ele descaracterizasse a marca. Dito e feito: o designer apresentou uma primavera/verão que nada tinha a ver com a pegada contemporânea da britânica. Para quem acompanhava a influente marca francesa, foi o fim de uma era de elegância e minimalismo. Na função de diretora, Phoebe esbanjou funcionalidade e mostrou que menos é mais. Suas roupas eram reais, “vestíveis” e femininas.
Vem comigo saber mais!
Phoebe nasceu em Paris, em 1973. Filha de pais britânicos, mudou-se para Londres aos 2 anos com a família. A arte e o design sempre a cercaram: sua mãe, a artista gráfica Celia, fez a capa do disco Aladdin Sane, de David Bowie.
A futura estilista ganhou sua primeira máquina de costura aos 14 anos, quando já customizava as próprias roupas. Ela se formou pela famosa Central Saint Martins College, em 1996.
Segundo o jornal The Guardian, sua coleção de formatura na Saint Martins tinha um quê latino e joias douradas. Um ano após a graduação, ingressou na Chloé como assistente da colega de turma Stella McCartney.
Em 2001, tornou-se diretora criativa da grife, a qual deixou em 2006 para passar mais tempo com a família. Foi quando deu à luz uma de suas três filhas com o negociante de arte Max Wigram, seu marido desde 2004.
A convite do grupo LVMH, Phoebe entrou oficialmente na Celine em outubro de 2008. Sua coleção de estreia foi o Resort 2010, enquanto a primavera/verão 2010 foi seu debut na passarela da grife. Aclamada logo de início, continuou a agradar a imprensa especializada e, ao mesmo tempo, o mercado.
Sua última coleção para a grife foi o pre-fall 2018. Clean, minimalista e chique, criou a bolsa icônica Luggage, que chegou a ser copiada por outras grifes. Além dela, introduziu sapatos felpudos, xadrez vintage e casacos extra-large.
Sua paleta discreta tinha como base variações de bege, tons terrosos, branco e listras azuis. A modelagem oversized e levemente tridimensional bem como os cortes gráficos arrematavam seu olhar despojado. Entre os acessórios, ousou com bolsas inspiradas em mantas, travesseiros e até uma sacola transparente, uma de suas últimas criações para a etiqueta.
A estilista ganhou dois prêmios por seu trabalho na Celine: Designer Britânico do Ano, no antigo British Fashion Awards (hoje Fashion Awards), em 2010, e Designer Internacional do Ano, pelo CFDA, em 2011.
Seus serviços pela moda também lhe renderam um título de Oficial da Ordem do Império Britânico – parte da homenagem anual da família real a personalidades que contribuem para as artes, ciências e trabalhos sociais. Além disso, foi apontada como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2014 pela revista Time.
Sobre o trabalho de longa data da amiga, Stella McCartney é só elogios: “Uma das poucas designers mulheres, ela celebra a simplicidade e prioriza a qualidade e realidade do guarda-roupa de uma mulher. Quando as pessoas investem em seu trabalho, elas o têm para a vida. Uma das coisas que compartilhamos é a realidade de que as roupas que desenhamos são realmente vestíveis”, escreveu para a Time.
Em 2018, Phoebe já deixava saudade mesmo pouco tempo depois de ter saído da Celine (o anúncio foi feito em dezembro de 2017). Muitos se recusaram a aceitar as mudanças propostas por Hedi Slimane na grife, como a grafia do nome – que antes tinha acento agudo no E.
Prova disso é o perfil no Instagram chamado Old Céline, que, além de só escrever o nome pelo jeito antigo, é um show de saudosismo pelo legado da designer britânica.
Uma temporada depois, Slimane parece ter refletido sobre os comentários que recebeu. Para o outono/inverno 2019/20, revisitou arquivos da grife das décadas de 1970 e 1980. O resultado rendeu uma coleção chique sem a pegada festiva e roqueira da anterior, um pouco mais parecida com a linha de Phoebe.
Contudo, para quem sente falta do conforto elegante de Phoebe, ainda há esperança. O inglês Daniel Lee foi diretor do prêt-à-porter da Celine durante sua direção. Hoje, ele cuida da italiana Bottega Veneta e aposta numa vibe similar à de sua antiga chefe. Comparações não faltam.
Com um perfil discreto, longe do público e das redes sociais, Phoebe chegou a ser cogitada pela imprensa internacional como a sucessora de Karl Lagerfeld na Chanel. O boato circulava na internet no fim de 2018, antes mesmo da morte do kaiser. No entanto, ainda não se sabe a próxima aposta da estilista.
Entre as celebridades que admiravam a “velha Celine” estão Rihanna, Kendall Jenner, Ellie Goulding, Kate Moss e Sofia Coppola. Apesar de Hedi Slimane ter estreado a linha masculina da label, os rappers Travis Scott e Kanye West já usaram itens do vestuário feminino.
Celine
Criada em 1945 por Céline Vipiana, que comandou o design do negócio até 1997, a label foi adquirida pelo conglomerado de luxo LVMH em 1996 por 540 milhões de dólares. Michael Kors ocupou o posto de direção criativa até 2004.
Após as passagens de Roberto Menichetti (2004–2005) e Ivana Omazic (2005–2008) no cargo, foi a vez de Phoebe Philo assumir em 2008. A designer alavancou a marca e aumentou sua popularidade nos anos seguintes. Segundo o site Grazia, ela foi responsável por aumentar as vendas da Celine em 350% ao longo de 10 anos.
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, não deixe de visitar o meu Instagram. Até a próxima!
Colaborou Hebert Madeira