Projeto Ponto Firme: detentos criam peças de crochê para SPFW
A iniciativa de Gustavo Silvestre já formou mais de 100 alunos em Guarulhos
atualizado
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O São Paulo Fashion Week (SPFW) apresenta dentro da sua agenda oficial o projeto Ponto Firme, criado por Gustavo Silvestre. O designer e artesão ministra aulas de crochê para detentos na penitenciária Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos (SP). Para a 45ª edição do evento, os presidiários criaram e desenvolveram uma coleção com peças inéditas, que será desfilada no próximo sábado, dia 21 de abril.
Vem comigo saber um pouco mais!
Há mais de dois anos, Silvestre ensina aos detentos a arte de crochetar. Ao todo, mais de 30 peças serão apresentadas durante o desfile e depois ficarão expostas no Museu da Resistência, dentro da Estação Pinacoteca, em São Paulo. Ao perceber a dedicação e talento dos alunos, o estilista os incentivou a desenvolver uma coleção de roupas e, então, buscou o espaço para o evento e intensificou as aulas.
Inspirada no dia a dia dos presos e no sonho de liberdade, a coleção que desfilará no SPFW é resultado do trabalho de nove meses desenvolvido por uma turma de 20 alunos. Em entrevista, Paulo Borges, diretor criativo do desfile, afirmou: “O SPFW tem como premissa transformação, educação e formação. Ter esse projeto dentro do evento reafirma nosso compromisso com a sociedade de mostrar que a moda, o design e o fazer criativo podem realmente mudar a vida das pessoas.”
Sobre o projeto
Silvestre já trabalhava com moda e participou da Casa de Criadores, mas sua vida mudou depois que aprendeu a crochetar. Quando surgiu a oportunidade de trabalhar em uma penitenciária, o idealizador do projeto, apaixonado por projetos sociais, não pensou duas vezes. Ele descobriu uma chance de ocupar o tempo dos presidiários com algo legal e extraordinário. No início, os detentos faziam peças de decoração, como tapetes, toalhas e redes. Com o passar dos meses, começaram a se interessar por outros itens, até descobrirem a moda.
O Projeto Ponto Firme leva formação técnica artesã, além de arte, cultura e educação para os sentenciados da penitenciária masculina. O tempo dedicado às aulas contribui para a ressocialização, além de ajudar no desenvolvimento da concentração por meio de uma terapia manual. Os participantes ganham certificação e também remissão de pena. Nesse período, mais de 100 alunos já se formaram com o Ponto Firme.
Como os presidiários não poderão assistir à apresentação neste sábado (21/4), no último dia 4, Silvestre organizou uma prévia do desfile na Penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos.
O designer ainda tem planos de abrir uma cooperativa de crochê para acolher ex-presos e dar a eles a oportunidade de trabalhar.
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