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Polêmica: tênis da Puma viraliza após ser comparado com Hitler

Internautas apontam detalhes do calçado que lembram o penteado e bigode do ditador alemão, além de compará-lo com outras figuras da história

atualizado

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The Print Collector/Print Collector/Getty Images e Puma/Reprodução
Montagem com o ditador alemão Hitler e um tênis da Puma
1 de 1 Montagem com o ditador alemão Hitler e um tênis da Puma - Foto: The Print Collector/Print Collector/Getty Images e Puma/Reprodução

Um par de tênis da Puma deu o que falar no Twitter. Na opinião de usuários da rede social na Rússia, onde o burburinho começou, os detalhes pretos do calçado lembram o penteado e o bigode de Adolf Hitler, quando olhados de cima. Um fator que contribuiu para a polêmica foi o fato de o criador da marca ter sido membro do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, conhecido como Partido Nazista.

O sneaker que causou controvérsia é uma das colorways do modelo Storm Adrenaline, lançado no outono de 2019 no Hemisfério Norte. Especificamente, os detalhes que chamaram a atenção foram a biqueira e a lingueta na cor preta, em versão que também leva as cores verde, vermelho e rosa em outras partes.

Muitos acharam o design bem parecido com características do ditador alemão, figura central do Holocausto, que matou cerca de 6 milhões de judeus. Há também opções do tênis, com detalhes nos mesmos formatos, nas cores verde-limão, cinza e azul.

Puma/ReproduçãoTênis Storm Adrenaline, da Puma, comparado com Adolf Hitler
Tênis Storm Adrenaline, da Puma, comparado com Adolf Hitler por usuários do Twitter

The Print Collector/Print Collector/Getty ImagesDitador alemão Adolf Hitler
O ditador alemão Adolf Hitler (1889-1945) foi figura central da Segunda Guerra Mundial na Europa e do assassinato de cerca de 6 milhões de judeus no Holocausto

Puma/ReproduçãoTênis Storm Adrenaline, da Puma
Outra colorway do sneaker que causou a controvérsia

Puma/ReproduçãoTênis Storm Adrenaline, da Puma
Opções comercializadas no site americano da Puma. O modelo foi lançado no Hemisfério Norte no outono de 2019

Puma/ReproduçãoTênis Storm Adrenaline, da Puma
O mesmo par de tênis visto de cima, em outras cores

Apesar da suposta semelhança com a imagem de Hitler, outras figuras histórias foram comparadas ao produto. Para algumas pessoas, o calçado lembra o escritor e poeta norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849). Houve também quem o comparasse ao inventor austro-húngaro Nikola Tesla (1859-1943), bem como ao escritor Nikolai Gogol (1809-1852), russo de origem ucraniana.

O fundador da marca, Rudolf Dassler, é lembrado por se afiliar ao Partido Nazista em 1933. Durante a Segunda Guerra Mundial, a família de Rudolf Dassler prosperou e chegou a ser a mais rica da cidade de Herzogenaurach. A etiqueta esportiva foi lançada em 1948, três anos depois do fim do conflito.

Um modelo de bazuca, usado pela Alemanha na guerra, chegou a ser produzido na fábrica que o empresário dividia com o irmão Adolf Dassler, fundador da Adidas. Apesar das críticas a respeito do Storm Adrenaline, a Puma não se posicionou sobre as comparações dos internautas.

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Comentário de internauta sobre o tênis da Puma comparado a Hitler e Edgar Allan Poe
Comentário de internauta sobre o tênis da Puma comparado a Hitler e Edgar Allan Poe
Comentário de internauta sobre o tênis da Puma comparado a Hitler e Edgar Allan Poe
Comentário de internauta sobre o tênis da Puma comparado a Hitler e Edgar Allan Poe
Comentário de internauta sobre o tênis da Puma comparado a Hitler e Edgar Allan Poe

Sandálias controversas

Outros calçados que causaram polêmica similar foram uma sandália e um mocassim da linha de calçados da cantora Katy Perry, no começo do ano passado.

A intenção dos modelos The Rue e The Ora, criados em nove cores, era fazer “um aceno à arte moderna e ao surrealismo”. Por causa das versões na cor preta, decoradas com olhos, nariz e uma boca vermelha, a Katy Perry Collections foi acusada de propagar o chamado blackface.

O termo em questão se refere a uma prática racista do século 19, quando brancos pintavam o rosto com carvão e enfatizavam os lábios, geralmente com batom vermelho, para satirizar as pessoas negras em apresentações teatrais. Personagens de época, como Little Black Sambo e Golliwog, representavam essa visão problemática.

Os itens de Katy Perry saíram de circulação em varejistas e no site oficial assim que a polêmica ocorreu. “Fiquei triste quando soube que [os calçados] estavam sendo comparados a imagens dolorosas que lembram o blackface. Nossa intenção nunca foi infligir qualquer dor”, declarou a cantora.

@katyperrycollections/Instagram/ReproduçãoKaty Perry em foto da marca de calçados Katy Perry Collections
Em fevereiro de 2019, a linha de calçados da cantora Katy Perry foi acusada de propagar o blackface por causa de dois modelos de sandálias

Katy Perry Collections/ReproduçãoMocassim da Katy Perry Collections acusado de blackface
Para internautas, o modelo na cor preta remete a uma prática racista do teatro americano no século 19, quando atores brancos pintavam o rosto com carvão e enfatizavam os lábios para estereotipar pessoas negras

Katy Perry Collections/ReproduçãoMocassim da Katy Perry Collections acusado de blackface
Outro modelo criticado. As peças saíram de circulação depois da polêmica

Caso da Loewe

Já no fim de 2019, outra grife se envolveu em controvérsia relacionada ao nazismo. A espanhola Loewe foi criticada pelo perfil no Instagram Diet Prada por comercializar roupa similar aos uniformes listrados usados pelos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz.

@diet_prada/Instagram/ReproduçãoConjunto listrado da marca Loewe comparado aos uniformes dos prisioneiros de Auschwitz
A Loewe não escapou das críticas do Diet Prada quando comercializou um conjunto listrado que parece o uniforme dos prisioneiros de Auschwitz

A peça fazia parte de uma coleção-cápsula inspirada no trabalho do ceramista inglês William De Morgan (1839-1917), e saiu de circulação depois que a marca se desculpou sobre o caso.

Colaborou Hebert Madeira

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