Polêmica: tênis da Puma viraliza após ser comparado com Hitler
Internautas apontam detalhes do calçado que lembram o penteado e bigode do ditador alemão, além de compará-lo com outras figuras da história
atualizado
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Um par de tênis da Puma deu o que falar no Twitter. Na opinião de usuários da rede social na Rússia, onde o burburinho começou, os detalhes pretos do calçado lembram o penteado e o bigode de Adolf Hitler, quando olhados de cima. Um fator que contribuiu para a polêmica foi o fato de o criador da marca ter sido membro do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, conhecido como Partido Nazista.
O sneaker que causou controvérsia é uma das colorways do modelo Storm Adrenaline, lançado no outono de 2019 no Hemisfério Norte. Especificamente, os detalhes que chamaram a atenção foram a biqueira e a lingueta na cor preta, em versão que também leva as cores verde, vermelho e rosa em outras partes.
Muitos acharam o design bem parecido com características do ditador alemão, figura central do Holocausto, que matou cerca de 6 milhões de judeus. Há também opções do tênis, com detalhes nos mesmos formatos, nas cores verde-limão, cinza e azul.
Apesar da suposta semelhança com a imagem de Hitler, outras figuras histórias foram comparadas ao produto. Para algumas pessoas, o calçado lembra o escritor e poeta norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849). Houve também quem o comparasse ao inventor austro-húngaro Nikola Tesla (1859-1943), bem como ao escritor Nikolai Gogol (1809-1852), russo de origem ucraniana.
O fundador da marca, Rudolf Dassler, é lembrado por se afiliar ao Partido Nazista em 1933. Durante a Segunda Guerra Mundial, a família de Rudolf Dassler prosperou e chegou a ser a mais rica da cidade de Herzogenaurach. A etiqueta esportiva foi lançada em 1948, três anos depois do fim do conflito.
Um modelo de bazuca, usado pela Alemanha na guerra, chegou a ser produzido na fábrica que o empresário dividia com o irmão Adolf Dassler, fundador da Adidas. Apesar das críticas a respeito do Storm Adrenaline, a Puma não se posicionou sobre as comparações dos internautas.
Sandálias controversas
Outros calçados que causaram polêmica similar foram uma sandália e um mocassim da linha de calçados da cantora Katy Perry, no começo do ano passado.
A intenção dos modelos The Rue e The Ora, criados em nove cores, era fazer “um aceno à arte moderna e ao surrealismo”. Por causa das versões na cor preta, decoradas com olhos, nariz e uma boca vermelha, a Katy Perry Collections foi acusada de propagar o chamado blackface.
O termo em questão se refere a uma prática racista do século 19, quando brancos pintavam o rosto com carvão e enfatizavam os lábios, geralmente com batom vermelho, para satirizar as pessoas negras em apresentações teatrais. Personagens de época, como Little Black Sambo e Golliwog, representavam essa visão problemática.
Os itens de Katy Perry saíram de circulação em varejistas e no site oficial assim que a polêmica ocorreu. “Fiquei triste quando soube que [os calçados] estavam sendo comparados a imagens dolorosas que lembram o blackface. Nossa intenção nunca foi infligir qualquer dor”, declarou a cantora.
Caso da Loewe
Já no fim de 2019, outra grife se envolveu em controvérsia relacionada ao nazismo. A espanhola Loewe foi criticada pelo perfil no Instagram Diet Prada por comercializar roupa similar aos uniformes listrados usados pelos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz.
A peça fazia parte de uma coleção-cápsula inspirada no trabalho do ceramista inglês William De Morgan (1839-1917), e saiu de circulação depois que a marca se desculpou sobre o caso.
Colaborou Hebert Madeira