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Oscar 2020: saiba detalhes dos indicados a Melhor Figurino

Veja tendências e referências de moda que os figurinistas levaram para as produções que concorrem a essa categoria

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Reprodução/Warner Bros. Pictures
Oscar 2020: saiba detalhes dos indicados a Melhor Figurino
1 de 1 Oscar 2020: saiba detalhes dos indicados a Melhor Figurino - Foto: Reprodução/Warner Bros. Pictures

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou na segunda-feira (13/01/2020) os indicados ao Oscar 2020, que ocorrerá no dia 9 de fevereiro. Para a 92ª edição da premiação mais prestigiada da indústria do cinema, foram indicados a Melhor Figurino os longas: O Irlandês, Jojo Rabbit, Coringa, Adoráveis Mulheres e Era Uma Vez em… Hollywood. Os cinco filmes são produções de época (os favoritos da premiação), entre adaptações de livros, HQ e misturas de ficção e realidade.

Vem comigo!

O Irlandês, com figurino por Sandy Powell e Christopher Peterson

Com ajuda do amigo e co-figurinista Christopher Peterson, a figurinista Sandy Powell teve a missão de conduzir o figurino do mais longo e mais caro filme do diretor Martin Scorsese até hoje. Powell fez quase todos os filmes de Scorsese desde 2002. Com 3h30 de duração e orçamento de US$ 160 milhões, O Irlandês (Netflix) é inspirado em um livro escrito por Charles Brandt, baseado em fatos reais.

O filme aborda o desaparecimento do líder sindical Jimmy Hoffa em meio ao cenário do crime organizado pós-guerra nos Estados Unidos. Tem como protagonistas o “irlandês” Frank Sheeran (Robert De Niro), Hoffa (Al Pacino) e Russel Buffalino (Joe Pesci). Desta vez, o visual exigido para os gangsteres foi diferente de outras produções do diretor, famoso por abordar o assunto, com uma pegada mais neutra e simples.

Os figurinistas precisaram trabalhar em peças de cinco décadas diferentes para adequar o visual às idas e voltas temporais da trama. Detalhes como as gravatas e o design dos paletós, por exemplo, deram o maior trabalho. Ao todo, Powell e Peterson vestiram mais de 200 personagens e cerca de 6,5 mil figurantes.

Peterson costuma trabalhar como assistente de Powell nos filmes. Britânica, ela é vencedora de três Oscars e acumula mais de 10 indicações ao prêmio da Academia. Entre os filmes mais recentes, trabalhou em A Favorita (2018) e O Retorno de Mary Poppins (2018).

Reprodução/Netflix
O Irlandês (The Irishman), distribuído pela Netflix. Lançado em novembro de 2019, foi produzido e dirigido por Martin Scorsese. Na foto, os atores Robert De Niro e Joe Pesci

 

Reprodução/Netflix
Protagonistas da trama, Al Pacino interpreta o líder sindical Jimmy Hoffa e Robert De Niro faz o papel de Frank Sheeran

 

Reprodução/Netflix
O enredo do filme tem idas e voltas temporais, um desafio para o figurino. Para concorrer ao Oscar, o filme da Netflix cumpriu alguns requisitos da Academia, como exibição em salas de cinema

 

Reprodução/Netflix
O filme é o mais longo e mais caro de Scorsese até agora

 

Reprodução/Instagram/@thesandypowell
Christopher Peterson e Sandy Powell, figurinistas responsáveis pelo longa

 

 

Jojo Rabbit, com figurino por Mayes C. Rubeo

As cores desempenham um papel fundamental em Jojo Rabbit, filme com direção e roteiro de Taika Waititi, baseado no livro de Christine Leunens. O longa se passa durante a Segunda Guerra Mundial e mostra o pequeno Jojo (Roman Griffin Davis), de 10 anos, que tem Hitler (interpretado pelo próprio Taika Waititi) como seu amigo imaginário. Em toda a sua inocência, o garoto sonha em ser parte da Juventude Hitlerista e descobre que a mãe esconde uma garota judia no porão.

Mayes C. Rubeo se encarregou de trazer para o figurino todo esse olhar da guerra sob uma perspectiva infantil. “Não queríamos que fosse um documentário preto e branco, queríamos fazer algo diferente de um jeito respeitoso”, explicou a figurinista à The Hollywood Reporter. A estética é inspirada nos filmes neorrealistas italianos da década de 1940.

Apesar do tom satírico, a designer buscou referências reais para construir o visual do ditador alemão, como a jaqueta de safári e as calças de montaria. Jojo, por sua vez, também usa uniformes militares ao longo do filme.

Os looks de Rosie Betzler (Scarlett Johansson), mãe do protagonista, são um belo destaque no figurino. As roupas e acessórios carregam um tom mais fashionista e alegre, com direito a muitas cores e bastante informação de moda. Chapéus, casacos e padrões com referências arquitetônicas ajudam a construir esse visual elegante.

Rubeo também tem, no currículo, trabalhos como Apocalypto (2006), Avatar (2009) e Thor: Ragnarok (2017). Esta é a primeira indicação da designer mexicana radicada nos Estados Unidos ao Oscar. Ela fez cursos na área de moda nos Estados Unidos e na Itália.

Reprodução/Fox Searchlight Pictures
Jojo Rabbit é um filme de humor com direção e roteiro por Taika Waititi, baseado no livro de Christine Leunens e lançado nos Estados Unidos em outubro de 2019 pela Fox Searchlight Pictures

 

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O longa se passa na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha nazista, sob o olhar infantil do protagonista Jojo Rabbit (Roman Griffin Davis). Ele sonha em entrar para a Juventude Hitlerista e tem Hitler (interpretado pelo próprio diretor) como amigo imaginário

 

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Scarlett Johansson interpreta Rosie Betzler, mãe do garoto

 

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Os looks da atriz no filme são um charme à parte, com cores e informação de moda

 

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Na foto, a figurinista Mayes C. Rubeo e Roman Griffin Davis

 

 

Coringa, com figurino por Mark Bridges

Vencedor de dois Oscars, Mark Bridges trabalhou com o ator Joaquin Phoenix pela terceira vez em Coringa, de Todd Phillips. Sua missão foi nada menos que desenvolver o visual de um dos vilões mais icônicos da cultura pop, no filme que conta suas origens. O melhor: de um jeito diferente de tudo que já havia sido feito no universo cinematográfico da DC Comics.

Em vez de optar pela abordagem cômica das HQs, ele preferiu dar outro tom ao personagem. Ao site Inverse, descreve como “mais sombrio, mais urbano, mais baseado em um tipo de realidade do que em uma série de eventos mágicos”. Ainda assim, dentro da trama, que acontece na Nova York de 1981, Coringa ganhou um terno com cores cheias de presença.

“Eu acho que estava escrito no roteiro que [a cor] era terracota. Mas senti que a cor dos anos 1980 era marrom, e terracota é mais típica dos anos 1970. E não é tão forte. Acho que os vermelhos são sempre mais expressivos, sempre comunicam mais emoção”, disse.

Alguns detalhes do visual, como o tamanho menor do paletó, da calça e o chapéu, lembram Charles Chaplin. Além disso, ele misturou peças que pareciam ter sido compradas em brechós, ou estarem guardadas há muito tempo no guarda-roupa de Arthur Fleck (o Coringa), que transita de um comediante para um criminoso louco.

Mark Bridges é norte-americano e foi indicado ao Oscar por Inherent Vice (2015) e The Artist (2012). Ele também trabalhou em Vício Inerente (2014) e Trama Fantasma (2017).

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Coringa (Joker) é dirigido e coescrito por Todd Phillips e foi lançado em outubro de 2019. Na foto, o ator Joaquin Phoenix, que interpreta o protagonista

 

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O filme conta a origem do comediante stand-up Arthur Fleck, que tem um problema neurológico e se transforma no vilão Coringa

 

Reprodução/Warner Bros. Pictures
Detalhe do terno com color blocking, marcante no visual do vilão e diferente de versões anteriores do Coringa

 

Reprodução/Warner Bros. Pictures
Robert De Niro interpreta o apresentador de talk show Murray Franklin

 

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Vendedor de dois Oscars, Mark Bridges cuidou do figurino de Coringa

 

 

Adoráveis Mulheres, com figurino por Jacqueline Durran

Adoráveis Mulheres, dirigido e escrito por Greta Gerwig, conta a história de quatro irmãs com personalidades e ambições bem distintas. Jo (Saoirse Ronan) quer ser escritora. Amy (Florence Pugh) sonha em ser uma grande pintora. Meg (Emma Watson) deseja ser atriz e ter uma vida doméstica feliz. E Beth (Eliza Scalen) gosta de música. O trabalho de colocar tudo isso na forma de looks vitorianos foi da figurinista Jacqueline Durran.

Em sua pesquisa para produzir o figurino do filme, a designer revisitou vários arquivos e artes dos anos 1860. “Queríamos fotos de pessoas que não pareciam o que você esperava que os vitorianos parecessem, pessoas que estavam fora do mainstream, como uma maneira de descobrir como eram os Alcotts”, disse ao site Daily Beast.

Um dos detalhes marcantes é o fato de que cada uma das irmãs March tem sua própria cartela de cores. Para não deixar o resultado repetitivo, Durran brincou com peças, misturas e diferentes combinações. Mais do que proporcionar um resultado de época exato, a figurinista se preocupou em expressar a personalidade de cada uma das personagens.

A britânica levou uma estatueta por Anna Karenina, em 2013, e foi indicada ao Oscar em sete ocasiões, ao todo. Desenhou também os figurinos de grandes produções como A Bela e a Fera (2017), Orgulho & Preconceito (2005) e Desejo e Reparação (2007). Adoráveis Mulheres é a sétima adaptação do romance de Louisa May Alcott.

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Adoráveis Mulheres (Little Women) é dirigido e escrito por Greta Gerwig, baseado no livro de Louisa May Alcott e lançado em dezembro de 2019. Na foto, Emma Watson, Florence Pugh, Saoirse Ronan e Erika Scalen

 

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O filme se passa no fim do século 19 e conta a história quatro irmãs com personalidades e ambições bem distintas

 

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Saoirse Ronan contracena com Timothée Chalamet

 

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O longa tem também Florence Pugh, que brilhou em Midsommar como Dani

 

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Jacqueline Durran, vencedora de um Oscar por Anna Karenina (2013), assina o figurino de Adoráveis Mulheres

 

 

Era Uma Vez em… Hollywood, com figurino por Arianne Phillips

O nono filme de Quentin Tarantino é um resgate a Los Angeles de 1969, com elenco para lá de estrelado, misturando ficção e realidade. Leonardo DiCaprio e Brad Pitt interpretam dois atores fictícios e dividem cena com Margot Robbie, como Sharon Tate. O trágico assassinato da atriz, pelo culto de Charles Manson, foi representado nas telonas sob a própria interpretação do diretor.

No look dos protagonistas, Phillips desenvolveu um visual de galã bad boy. No caso de DiCaprio, com tons terrosos e perfume western, enquanto Pitt teve um ar mais jovem e veranil. Margot Robbie aparece pouco, mas tem uma participação significativa, e ficou idêntica à atriz da vida real, com destaque para a combinação de minissaia, a blusa de mangas longas com gola alta e as botas brancas.

Para Arianne Phillips, produzir o figurino de Tarantino foi a realização de um sonho. Ela conquistou o diretor com um trabalho superapurado de pesquisa, com direito a dois álbuns de referências, peças e produtos da época e até uma mixtape com hits de verão que tocavam naquele período. Filmes e revistas também ajudaram no processo.

A pesquisa sobre Sharon Tate teve ajuda da própria irmã da artista, Debra. Quanto à representação dos hippies daquele período, por exigência do diretor, Phillips fugiu de clichês como tie-dye e motivos florais.

Colaboradora de longa data da cantora Madonna, ela já foi indicada ao Oscar duas vezes e desenhou para longas como Animais Noturnos (2016), dirigido e escrito pelo também estilista Tom Ford.

Andrew Cooper/Sony Pictures Entertainment
Era Uma Vez em… Hollywood é o nono filme dirigido e escrito por Quentin Tarantino, lançado no Brasil em agosto de 2019. Na foto, Brad Pitt e Leonardo DiCaprio, que fazem o papel dos protagonistas

 

Andrew Cooper/Sony Pictures Entertainment
Margot Robbie faz o papel de Sharon Tate, atriz da vida real morta em 1969 pelo culto de Charles Manson

 

Reprodução/Columbia Pictures
No filme, Tarantino dá sua própria abordagem ao ataque da família Manson

 

Reprodução/Instagram/@ariannephillips
Looks icônicos do filme

 

Stefanie Keenan/Getty Images for CUYANA
Arianne Phillips cuidou do figurino do longa

 

 

Você já tem os seus favoritos? Se ainda não assistiu aos indicados, aproveite para prestigiar o trabalho dos figurinistas. Além de Melhor Figurino e outras categorias, os cinco filmes acima concorrem ao aguardado prêmio de Melhor Filme. Na categoria, há outros quatro concorrentes: Ford vs Ferrari, História de um Casamento, 1917 e Parasita.

 

Colaborou Hebert Madeira

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