NYFW recebe, pela primeira vez, desfile de estilista trans
Pierre Davis é diretora criativa da No Sesso, marca que trabalha com streetwear desconstruído e celebra a diversidade
atualizado
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Muito se tem debatido sobre a atual relevância do New York Fashion Week, porém, nessa quinta-feira (7/2), a semana de moda deixou claro que ainda tem muito a mostrar. O evento fez história ao receber o primeiro desfile de uma estilista trans em sua programação.
A designer Pierre Davis, diretora criativa da No Sesso, participou do primeiro dia da maior mostra de moda americana com um show repleto de diversidade e desconstrução social.
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A ideia de colocar uma designer transgênero no line-up do NYFW partiu do Conselho de Estilistas de Moda dos Estados Unidos (CFDA). A organização, que representa mais de 500 estilistas e direciona a semana de moda, pretende fazer da diversidade um grito de guerra – e ninguém melhor do que Pierre para abrir o caminho de inclusão almejado pelo evento.
Para a designer, a iniciativa deve inspirar as pessoas a entender que a moda não é apenas sobre estética ou vendas, mas também humanidade. “É importante que as pessoas de todos os gêneros tenham a oportunidade de lutar, independentemente de sua identidade. O terreno não está nivelado no mundo, e na moda isso é ainda mais difícil”, disse ao CFDA.
Davis diz abraçar a causa trans, mas tais oportunidades não devem ser encaradas como esmolas. “Quero mostrar o trabalho e ser reconhecida pela qualidade do meu esforço. Me sinto feliz por ter chegado à Fashion Week, mas quero ir mais longe”, afirma.
Lançada em 2015, em Los Angeles, a No Sesso já conquistou artistas como Kelela e Erykah Badu. A etiqueta investe em um streetwear desconstruído e livre de estereótipos. Sem se ater aos gêneros, a marca mistura as estéticas masculina e feminina, como pudemos ver no desfile do NYFW.
Com um casting majoritariamente negro, o show trouxe uma alfaiataria sexy, assimétrica e cheia de texturas. O formal se misturou com peças esportivas em veludo e couro. Os ombros marcados e as silhuetas amplas contrastaram com itens mais fluidos. “O desfile foi inspirado pela roupa de trabalho e evoca o espírito glamazon, sem importar o gênero”, disse Davis.
A abertura da semana de moda às marcas LGBTs começou em 2017, com o desfile da Marco Marco. A etiqueta californiana, especializada em roupas para drag queens e underwear, foi convidada a compor o line-up do evento depois de se tornar mundialmente famosa por seus shows cheios de atitude e devido à presença de estrelas do reality Rupaul’s Drag Race.
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Colaborou Danillo Costa