Modelo plus size estrela campanha de collab da Victoria’s Secret
Segundo Ali Tate-Cutler, ela é a primeira manequim em sua faixa de tamanho a estampar imagens para a marca de lingeries
atualizado
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Não é novidade que a Victoria’s Secret é criticada por insistir em um casting com modelos magras e altas. Agora, parece estar atendendo aos pedidos do público por mais diversidade… ou quase isso. Depois de assinar contrato com uma jovem trans, a marca finalmente tem uma modelo tamanho 46 estampando os banners de suas lojas. Ali Tate-Cutler é uma das estrelas de parceria da VS com a etiqueta londrina Bluebella, conhecida pelas campanhas inclusivas.
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Com a colaboração, anunciada na última sexta-feira (04/10/2019), a Victoria’s Secret venderá peças do outono/inverno 2019 da label britânica no e-commerce e em lojas selecionadas dos Estados Unidos e Reino Unido. A coleção, intitulada Bluebella for Victoria’s Secret, é estrelada por quatro modelos. Uma delas é Ali Tate-Cutler, que aproveitou para comentar o fato de, possivelmente, ser a primeira modelo em sua faixa de tamanho a estrelar uma campanha da VS.
“Acredito que sou a primeira modelo tamanho 14 [medida dos EUA, equivalente ao 46] na Victoria’s Secret. Independentemente disso, estou muito feliz por trabalhar com uma marca que idolatrava quando era adolescente. Grande passo na direção certa para [todos] os corpos”, publicou.
O site Business Insider entrou em contato com a VS para confirmar se, de fato, a própria marca havia contratado a jovem. Diferentemente do noticiado pela imprensa nos últimos dias, um porta-voz disse que “ela foi contratada pela Bluebella e que seu futuro envolvimento com a Victoria’s Secret é desconhecido neste momento”.
Porém, existe a colaboração entre as duas etiquetas, o que pode significar uma mudança de estratégia da VS, tão criticada pela falta de diversidade. No comunicado à imprensa, a label descreveu a parceira britânica como uma iniciativa que defende “o amor próprio, a autoaceitação e a individualidade”.
Ao site E! Online, Ali disse que se sente confortável com o termo plus size e acha inspirador ter imagens suas nas paredes das lojas. Para ela, a marca está indo na direção certa ao ouvir os pedidos do público por mulheres mais diversas em formas e tamanhos.
“Eu sei que não sou a primeira modelo body positive [a trabalhar com a marca], mas sou a primeira modelo de tamanho 12-14. O 14 é, na verdade, o tamanho médio das mulheres na América e eu acho que precisamos ver mais na mídia e na moda”, opinou.
“Quando uma garota entra na loja e pode ver um corpo como o meu, ela fica tipo: ‘Ela parece comigo e eu quero comprar isso agora’. Sinto-me tocada por poder ser parte dessa jornada para alguém”, comentou Ali em um vídeo publicado no Instagram Stories pela VS.
Ali tem mais de 126 mil seguidores no Instagram e é representada pelas agências Muse, MiLK Model Management e Modelwerk. Feminista, defensora da natureza e dos direitos dos animais, ela organiza um podcast chamado The Love You Give. Nele, aborda temas como amor próprio e equilíbrio mental em entrevistas com pessoas de várias áreas. A californiana já fez trabalhos para labels como Anthropologie, J Crew, Mango e Ralph Lauren.
Emily Bendell é fundadora e CEO da etiqueta londrina Bluebella, criada em 2005. A ideia da nova coleção é redefinir a sensualidade com detalhes fashion, tecidos luxuosos e silhuetas únicas.
“É uma celebração de todos e uma declaração de missão para as mulheres usarem lingeries bonitas para si. Aqui na Bluebella, pretendemos recuperar o espaço e a sensualidade, criando lingeries de mulheres para mulheres, com o poder e a independência no centro de nossos projetos direcionais e liderados por moda”, publicou a marca.
As peças chegaram às lojas americanas da VS no último dia 4 e desembarcam nas butiques de Londres a partir do dia 11.
Polêmicas da Victoria’s Secret
A falta de representatividade de mulheres plus size, não brancas e trans, além do marketing sexualizado, estão entre as principais reclamações que a VS vem sofrendo. Isso levou as consumidoras a optarem por etiquetas mais inclusivas, como Savage x Fenty e Third Love.
Ainda no ano passado, comentários do então diretor de marketing da grife, Ed Razek, causaram polêmica. Questionado pela Vogue sobre a falta de mulheres plus size e modelos trans na passarela, ele respondeu que “o show é uma fantasia. É um especial de 42 minutos com função de entreter”.
Já em agosto deste ano, Razek deixou o cargo na empresa, dias depois da contratação da primeira modelo transexual pela marca de lingeries, a brasileira Valentina Sampaio.
Colaborou Hebert Madeira