Michael Kors e Marc Jacobs levam nostalgia ao último dia de NYFW
As marcas norte-americanas apresentaram suas coleções de primavera/verão 2020 em um clima saudosista
atualizado
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A Semana de Moda de Nova York abriu o circuito dos principais desfiles internacionais de primavera/verão 2020. De 6 a 11 de setembro, a programação oficial reuniu shows marcantes e autênticos. No último dia, um dos destaques ficou por conta de Michael Kors, com muitas particularidades e significados pessoais. A apresentação de encerramento do evento, feita por Marc Jacobs, também não deixou a desejar: cheia de personalidade.
Vem comigo!
Michael Kors
Para o spring/summer 2020, Michael Kors optou por viver uma experiência nostálgica e até familiar. Conhecida por um estilo luxuoso mais popular, a marca homônima retratou o “sonho norte-americano”.
Kors se inspirou em uma visita recente a Ellis Island, símbolo da imigração para os Estados Unidos. A bisavó hebraica do estilista chegou ao local de barco na adolescência e depois começou uma nova vida no país.
A iniciativa pode ser entendida como uma manifestação política. Afinal, a atual abordagem sobre imigração do presidente Donald Trump é considerada excludente e até xenofóbica.
Entre as peças apresentadas, suéteres com uma palavra riscada: “hate” (ódio, em tradução). “A América é sobre imigrantes. Somos todos imigrantes ”, disse Kors à imprensa internacional.
As roupas da coleção também utilizaram referências do universo náutico: chapéus de marinheiro, âncoras e sapatos típicos de navegação. O designer celebrou, ainda, o sportwear e os trajes de banho, mesclados com a alfaiataria moderna.
Além disso, brincou com as formas: transitou por shapes acinturados e oversized, ombros marcados e mangas bufantes. Nas estampas, xadrez e poá.
Uma novidade para a edição foi o lançamento do minidocumentário Michael Kors: A Portrait, dirigido por Alison Chernick. A produção, disponível on-line, mostra detalhes da carreira do estilista, com memórias antigas, relatos atuais e percepções sobre o universo fashion.
A grife reuniu personalidades no Duggal Greenhouse, localizado no Brooklyn Navy Yard. Foram prestigiar a label nomes como Nicole Kidman, Kate Hudson, Anna Wintour, Rachel Zoe e Lucy Hale.
Marc Jacobs
A etiqueta escolhida para encerrar o calendário oficial do Nova York Fashion Week foi Marc Jacobs. O desfile foi uma homenagem ao passado, uma celebração do presente, mas também um olhar para o futuro. Tudo isso com foco na diversão.
A plateia recebeu um papel com uma citação da revista Paper Magazine, de Christopher Barnard, sobre uma coleção da marca apresentada em 10 de setembro de 2001. “Na segunda-feira à noite, antes do 11 de setembro, Marc Jacobs mostrou um desfile de moda cheio de estrelas no Pier 54, com as torres gêmeas brilhando a apenas algumas centenas de metros”, escreveu, na época.
A ideia foi repetir a dose da coleção da primavera/verão de 2002: “uma celebração da vida, alegria, igualdade, individualidade, otimismo, felicidade, indulgência, sonhos e um futuro não escrito”. O designer também caprichou em referências gerais do próprio trabalho ao longo dos anos, voltado para uma notória estética dos anos 1970.
Repleta de volume, formas e texturas, a passarela recebeu looks trabalhados na extravagância e na explosão de cores. Plumas, babados e modelagens estruturadas roubaram a cena. Destaque ainda para os acessórios, como lenços e chapéus poderosos.
Celebridades como Zendaya, Anwar Hadid e Dua Lipa foram assistir ao desfile na fila A. O show aconteceu no edifício histórico Park Avenue Armory, que fica no Upper East Side de Nova York.
Colaborou Rebeca Ligabue