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Mesmo look, corpos diferentes: diversidade é impulsionada nas redes sociais

Adeptas do movimento Body Positive, influenciadoras e fashionistas criaram corrente virtual para quebrar padrões obsoletos na moda

atualizado

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@natasharomasz/Instagram/Reprodução
Influenciadores combinam look de camiseta branca e calça mom jeans
1 de 1 Influenciadores combinam look de camiseta branca e calça mom jeans - Foto: @natasharomasz/Instagram/Reprodução

Aos poucos, a busca pela diversidade tem gerado mudanças significativas na moda e na sociedade como um todo. O que antes era um pedido utópico do público tornou-se algo tangível. Atualmente, várias marcas criam itens para todos os tipos de corpos. As redes sociais, antes conhecidas como um ambiente propício para a proliferação de conteúdos “maquiados” e que reforçam padrões obsoletos de beleza, viraram aliadas na luta em prol de conteúdos mais inclusivos e condizentes com a realidade. Esse cenário é proporcionado por reivindicações dos próprios usuários, como influenciadoras digitais que passaram a publicar conteúdos a fim de mostrar que não existe certo ou errado na hora de se vestir. O mesmo look pode ser usado por diferentes tipos de corpos.

Vem comigo conferir!

Giphy/@pripoka23/Instagram/Reprodução

Mesmo look

A consultora de imagem e estilo Michele Passa se juntou à youtuber Juliana Luziê em um projeto importante. Com a hashtag #MesmoLookCorposDiferentes, a iniciativa tem o intuito de conscientizar os internautas sobre o fato (ainda não completamente difundido) de que corpos magros e gordos podem vestir os mesmos visuais.

Elas moram na capital paulista e fazem sucesso no Instagram. Cada uma tem um biótipo, o que deixa a experiência bastante elucidativa. Com vídeos divertidos, as amigas usam outfits repletos de personalidade. Da casualidade da calça jeans à elegância da saia lápis, elas dão um show de estilo, com direito a uma lição essencial.

 

 

 

Com a mesma proposta, as blogueiras Natasha Romaszkiewicz e Priscila Paes, de Campinas (São Paulo), aparecem com peças combinadas no quadro #36×46. O nome representa as medidas que cada uma veste, respectivamente.

Em fotos e vídeos, elas surgem brincando com as possibilidades. Muitas cores, texturas e modelagens entram no repertório, do básico ao elaborado. Estampas, transparência e sobreposições merecem destaque entre as composições.

Para completar, Natasha e Priscila oferecem uma série de dicas fashion para o público. Transformar a composição comfy de ficar em casa em um look elegante e sugestões de como usar mom jeans são alguns exemplos.

Mesmo look em corpos diferentes
A intenção é mostrar o mesmo look em corpos diferentes

 

Mesmo look em corpos diferentes
O quadro foi batizado de #36×46

 

Mesmo look em corpos diferentes
Natasha Romaszkiewicz e Priscila Paes dão dicas de moda

 

Mesmo look em corpos diferentes
Elas são influenciadoras

 

Mesmo look em corpos diferentes
O resultado é divertido e interessante

 

Mesmo look em corpos diferentes
As composições são variadas. Aqui, um mix de prints

 

Inspiração, sem padrão

Outro método para desafiar os estereótipos de corpo ideal consiste na reinvenção de outfits usados por famosas que se encaixam no que a sociedade considera como o padrão ideal. A partir da inspiração, mulheres gordas e consideradas curvy pegam itens de vestuário similares e se jogam nas combinações, mostrando que a moda é para todas.

No Brasil, Débora Fergutz, por exemplo, faz as próprias versões de visuais de celebridades como Reese Witherspoon, Meghan Markle, Lady Gaga, Marina Ruy Barbosa, Camila Coutinho e Kendall Jenner. “Mostrando que gordinha pode tudo”, como a gaúcha se define.

 

 

 

No exterior, a influencer Katie Sturino também luta contra os estigmas. Além de mensagens que estimulam autoestima, ela compartilha visuais icônicos de várias celebs recriados nas redes sociais. A norte-americana tem a intenção de desmistificar a ideia de que mulheres gordas não podem se vestir bem.

As montagens com outfits da família real são constantes. Kate Middleton e Lady Di não ficam de fora das “cópias” feitas por Katie Sturino. Entre as personalidades usadas como referência, também estão Katie Holmes, Issa Rae, Jennifer Lopez, Heidi Klum, Alessandra Ambrosio e Taylor Swift.

 

 

 

 

 

 

 

 

A modelo e jornalista Danae Mercer também usa a internet para tentar desmistificar o conceito de perfeição. A norte-americana mostra a realidade por trás de fotos do Instagram, demonstrando que o próprio corpo muda de acordo com ângulos, truques de luz e posições pensadas estrategicamente, além de uma série de ferramentas de edição disponíveis.

Por isso, ela recomenda que as seguidoras não se comparem com outras mulheres ou tentem atingir algo impossível. Os cliques vêm acompanhados de inúmeros textos com mensagens de empoderamento, autoestima, busca pela felicidade e amor próprio. Celulites, estrias, e “dobrinhas” na barriga são características que Danae Mercer aponta como normais.

Montagem Instagram x Realidade
Danae Mercer é influenciadora, modelo, jornalista e youtuber

 

Montagem Instagram x Realidade
Ela já tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram

 

Montagem Instagram x Realidade
A ideia é conscientizar as seguidoras sobre o fato de que a perfeição não existe

 

Montagem Instagram x Realidade
É tudo uma questão de ângulo. A influencer enfatiza que não vale a pena tentar se encaixar em padrões irreais de beleza

 

Montagem Instagram x Realidade
As fotos vêm acompanhadas de mensagens sobre autoestima, empoderamento e amor próprio 

 

Montagem Instagram x Realidade
Danae Mercer já revelou em várias publicações que recebe diariamente mensagens encorajadoras de seguidoras que estão no processo da autoaceitação

 

Body Positive

O Body Positive, também conhecido como Corpo Livre (no Brasil), surgiu nos Estados Unidos, no fim da década de 1960. No entanto, foi em 1997 que a corrente realmente ganhou força, por meio do instituto The Body Positive, fundado por Connie Sobczak e Elizabeth Scott.

A organização nasceu com o intuito de “criar uma comunidade viva e saudável que oferece liberdade de mensagens sociais sufocantes que mantêm as pessoas em uma luta perpétua com seus corpos”. Atualmente, a temática é amplamente difundida nas redes sociais. Entre as personalidades ativas no movimento, estão a cantora Lizzo, a top model Ashley Graham e a atriz Jameela Jamil.

Depois de muitas reivindicações, a moda também abraçou a causa, ainda que a passos curtos. Diante das mudanças necessárias, o mercado finalmente passou a dar destaque para modelos plus size e curvy. Pelo mundo, elas quebram barreiras e levantam a bandeira da representatividade e da autoestima. Além da própria Ashley Graham, na lista de profissionais reconhecidas, estão Tabria Majors, Iskra Lawrence e Kate Wasley, além das brasileiras Fluvia Lacerda, Rita Carreira e Débora Fernandes.

Nas semanas de moda internacionais, que sempre foram espaço exclusivo para modelos extremamente magras, o cenário também está se modificando. Modelos que vestem tamanhos maiores, como 40 e 42, fizeram parte de castings recentes de grifes como Versace, Chanel, Tommy Hilfiger, Etro, Dolce & Gabbana, e Fendi. Há alguns anos, isso seria inimaginável. Ainda que não seja a variedade de corpos ideal, os avanços são perceptíveis.

Ashley Graham na passarela da Fendi
Ashley Graham tem uma das vozes mais ativas do movimento Body Positive. Em setembro deste ano, durante o Milão Fashion Week, ela desfilou para a Fendi

 

Rita Carreira na passarela
Rita Carreira é uma das brasileiras que lutam pela causa. A foto é da passarela da marca Isaac Silva, no São Paulo Fashion Week N48

 

Look da passarela da Versace de primavera/verão 2021
Passarela de spring/summer 2021 da Versace

 

Modelo na passarela da Chanel de primavera/verão 2021
Primavera/verão 2021 da Chanel

 

O vigente padrão de beleza é tão cruel que até os pés entram no julgamento. Afinal, durante décadas, acreditou-se na expressão do “pé de princesa”. Com isso, mulheres que calçam acima de 39 enfrentam problemas para acharem calçados bonitos que caibam. No entanto, algumas labels têm contribuído para que o estigma tenha fim.

É o caso da Eurico Calçados, fundada em 1938 pelos alemães Erich e Leonie Rosenthal, em São Paulo. A empresa é especializada em sapatos tamanhos grandes, sem deixar de lado as tendências e o design de qualidade. Os sapatos femininos vão do 40 ao 43. Podem chegar ao 44 ou 45, em alguns casos. Já os masculinos vão do 45 ao 48, mas aparecem na medida 50 em produtos específicos.

 

Colaborou Rebeca Ligabue

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