Meryl Streep estreará no Met Gala como uma das anfitriãs de 2020
Participação da atriz chega junto ao tema da próxima edição do evento, que celebrará o aniversário de 150 anos do MoMA
atualizado
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Como a coluna adiantou em junho, a coleção permanente do Museu Metropolitano de Arte, em Nova York, será a principal fonte de inspiração para o Met Gala 2020, marcando o aniversário de 150 anos da instituição. À época, o curador do departamento, Andrew Bolton, não deu mais detalhes sobre o tema, mas agora, seis meses antes do evento, as novidades começam a aparecer, incluindo a estreia da atriz Meryl Street no tapete vermelho mais importante da moda.
Vem comigo saber os detalhes!
É inconcebível imaginar que a maior atriz da atualidade nunca cruzou o red carpet mais importante da moda, mas Meryl Streep, finalmente, fará sua estreia no Met Gala. Com a pompa de quem já foi indicada ao Oscar 21 vezes, a artista, de 70 anos, chegará à tradicional escadaria do Museu Metropolitano de Arte como uma das anfitriãs do evento.
O time de 2020 será cheio de talento. Além de Anna Wintour, que organiza a iniciativa desde 1995, estarão ao lado da veterana Emma Stone, o protagonista da peça Hamilton, Lin-Manuel Miranda, e o estilista Nicolas Ghesquière, da Louis Vuitton.
A Louis Vuitton, não à toa, será a grande patrocinadora da edição 2020 do baile de gala. Fundada em 1984, a etiqueta de luxo traduz como nenhuma outra a viagem ao tempo que os organizadores da exposição anual pretendem levar ao público.
Com o slogan “Sobre o tempo: moda e duração”, a mostra, prevista para inaugurar em 4 de maio de 2020, irá explorar a relação das roupas, explicando as peças como associações temporais que colocam em conflito passado, presente e futuro.
“A moda está indiscutivelmente conectada ao tempo. Ela não apenas reflete e representa o passar dos anos como muda e se desenvolve ao longo desta trajetória”, disse Bolton ao The New York Times.
Abordando o universo fashion desde a década de 1870, a exposição seguirá uma linha cronológica, na qual uma série de looks pretos do final do século 19 evoluirá para uma sequência de produções brancas e, depois, para o colorido das décadas seguintes, em uma análise de como as roupas do passado influenciam as criações atuais.
“A exposição vai considerar a natureza efêmera da moda, lançando mão de flashbacks e saltos para revelar como ela pode ser tanto linear quanto cíclica”, explica Max Hollein, diretor do Metropolitan Museum.
Nesse contexto, um Alaïa da década de 1990 será comparado à alta-costura produzida por Madeleine Vionnet no início do século 20, enquanto o excesso dos anos 1880 será relacionado à extravagância que tomou as passarelas 100 anos mais tarde.
“O que estas linhas do tempo vão tentar desdobrar é a relação entre mudança e resistência, transição e permanência. Acima de tudo, acho que elas vão advogar a favor de uma desaceleração na moda”, continua Andrew Bolton.
Segundo o curador, o tempo se tornou uma crise existencial no segmento têxtil: os designers reclamam que têm pouco para serem criativos, pois os consumidores não querem mais esperar seis meses para comprar um vestido que acabaram de ver. Como Katherine Miller escreveu recentemente no BuzzFeed, “os anos 2010 quebraram nosso senso de tempo”.
Agora, o Met está tentando enfrentar o problema. “Trabalhar no programa me fez perceber, mais do que nunca, que o relógio e o calendário do capitalismo digital é um dos principais fatores que contribuem para o esgotamento criativo que muitos designers estão enfrentando”, afirmou ao New York Times.
Cerca de 70% da exposição, composta por 160 peças, virá das propriedades do museu. O resto da mostra será composto por presentes em homenagem ao 150º aniversário do espaço cultural. “Queria abordar o minimalismo na década de 1990 e pensei que Jil Sander seria perfeito, mas descobri que só temos dois exemplares da marca. Nós também não temos muitos Gallianos ou Helmut Langs”, relatou Bolton.
O show será desenhado por Es Devlin, criador dos cenários da turnê Formation, de Beyoncé, além de muitas produções da Royal Opera House. Virginia Woolf servirá como uma espécie de narradora fantasma da exposição, com citações de seus livros narradas ao longo da exposição.
Como sempre, o Met Gala terá um código de vestimenta. Embora os convidados possam usar algo que celebra o surrealismo de Salvador Dalí, eles também poderiam, legitimamente, usar um visual apenas atemporal. About Time: Fashion and Duration fica em cartaz até 7 de setembro de 2020, no Museu Metropolitano de Arte, em Nova York.
Colaborou Danillo Costa