Grupo LVMH e Rihanna suspendem atividades da marca de luxo Fenty
O e-commerce da grife deve ficar indisponível nas próximas semanas. Por enquanto, o conglomerado francês focará nas outras marcas da cantora
atualizado
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Menos de dois anos após o lançamento, Rihanna e o grupo LVMH estão suspendendo as atividades da marca de luxo Fenty, fundada pela cantora em parceria com o conglomerado. Um breve comunicado enviado pela holding ao portal WWD, nesta quarta-feira (10/2), dá a entender que a grife pode retornar, mas não determinou um prazo para o fechamento. A partir de agora, a companhia francesa deve se concentrar no “crescimento e desenvolvimento” das linhas de Rihanna nos segmentos de maquiagem, skincare e lingerie.
Vem saber mais detalhes!
Pausa nas coleções de luxo
Segundo o WWD, a pausa da Fenty foi uma escolha mútua. “Rihanna e LVMH tomaram conjuntamente a decisão de suspender a atividade ready-to-wear, com sede na Europa, dependendo das melhores condições”, informa um breve comunicado enviado exclusivamente ao portal. O conglomerado francês é dono de marcas como Louis Vuitton, Dior, Givenchy e Fendi.
A etiqueta de RiRi, especializada em roupas, calçados e acessórios, lançou sua última coleção – com sapatos criados pela designer Amina Muaddi – em novembro do ano passado e não atualizava o Instagram desde o dia 1º de janeiro. Os lançamentos sempre eram anunciados no site e nas redes sociais. O e-commerce oficial, principal plataforma de vendas da marca, deve ficar indisponível dentro das próximas semanas.
Na sede da marca, em Paris, uma equipe reduzida está atuando para encerrar o resto das operações. O site de moda norte-americano diz que a cantora está triste com a situação. Rihanna é fundadora, CEO e diretora criativa da grife. Normalmente, ela acompanhava as equipes de design na França e a produção na Itália, mas ficou impossibilitada de viajar durante a pandemia de Covid-19 e se manteve em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O esforço de fazer parte remotamente do desenvolvimento das várias coleções anuais da etiqueta de luxo foi mais oneroso do que o esperado, detalhe que influenciou na pausa da marca. Neste momento, a cantora e o grupo LVMH priorizarão os negócios da Fenty Beauty (maquiagem), Fenty Skin (produtos para pele) e Savage x Fenty (lingeries), todos com sede em solo norte-americano.
Imersão da LVMH na Savage x Fenty
A aclamada linha de lingeries Savage x Fenty foi lançada em 2018 com a empresa TechStyle Fashion Group. Diferentemente das linhas de cosméticos e skincare de Rihanna, a marca de peças íntimas não faz parte do grupo LVMH. No entanto, o conglomerado tem uma participação na empresa de private equity L Catterton, que liderou uma arrecadação de US$ 115 milhões para investir na expansão da etiqueta.
Conforme a coluna mostrou no fim de 2020, a marca estava procurando investimento para adentrar na categoria de activewear e expandir os negócios para a Europa, com ajuda da Goldman Sachs. O WWD aponta que a arrecadação de fundos, confirmada pelo grupo francês, atraiu investidores como Marcy Venture Partners, Avenir e Sunley House.
“Após a conclusão de uma rodada de arrecadação de fundos em que L Catterton adquiriu uma participação no Savage X Fenty, LVMH e Rihanna reafirmam sua ambição de se concentrarem no crescimento e no desenvolvimento de longo prazo do ecossistema Fenty com foco em cosméticos, cuidados com a pele e lingerie”, informou declaração conjunta de Rihanna e do conglomerado de moda.
Cenário preocupante
Apesar da relevância de Rihanna, as peças de luxo com altos preços da Fenty não decolaram da mesma forma que os cosméticos da Fenty Beauty, bem mais acessíveis. A clientela da grife atraiu, principalmente, um perfil de “mulheres profissionais de alto patrimônio”.
Em outubro do ano passado, os resultados do terceiro trimestre já demonstravam um cenário nada otimista. “Temos sucessos, temos coisas que não funcionaram bem, por isso precisamos separar os dois e decidir realmente quais devem ser os principais pontos fortes da oferta nos próximos anos”, afirmou Jean-Jacques Guiony, diretor financeiro, na época.
Sobre a marca
Rihanna aproveitou o sucesso da Fenty Beauty para expandir seus negócios para a moda de luxo. Depois de uma série de rumores apontarem a nova empreitada na cantora no início de 2019, a Fenty foi anunciada oficialmente em maio daquele ano. Foi a primeira vez que o conglomerado lançou uma marca do zero, desde a maison de Christian Lacroix, em 1987, label que foi vendida pelo grupo em 2005. Além disso, Rihanna se tornou a primeira mulher negra a dirigir uma etiqueta de luxo.
Anteriormente, a cantora atuou como diretora criativa da Puma e estrelou campanhas de marcas como Gucci, Balmain e Emporio Armani. A relação com o LVMH começou antes mesmo da linha de maquiagens, quando ela estrelou uma campanha para a Dior e, depois, assinou uma coleção-cápsula de óculos para a grife.
Colaborou Hebert Madeira