Grupo LVMH doará 10 milhões de euros para combate ao fogo na Amazônia
No comunicado, divulgado nessa segunda-feira (26/08/2019), o conglomerado de luxo disse que irá se unir à iniciativa do G7
atualizado
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O conglomerado de luxo francês LVMH anunciou, nessa segunda-feira (26/08/2019), que doará 10 milhões de euros (R$ 46,1 milhões) para colaborar com o combate aos incêndios na Amazônia. O valor é mais da metade do que o sugerido pelo G7 – o grupo de países mais ricos do mundo propôs repassar US$ 20 milhões (R$ 83 milhões) ao Brasil. A empresa comunicou que se fará parte da iniciativa encabeçada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
A holding LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton detém várias marcas de luxo e é líder mundial no setor. Entre elas, grifes como Louis Vuitton, Dior, Fendi e Givenchy. O comunicado oficial do grupo cita o presidente e CEO Bernard Arnault e Yann Arthus-Bertrand, membro do conselho de administração.
“Eles chamam todos aqueles que compartilham sua crença de que a Amazônia, um tesouro da herança mundial, deve ser protegida, para se juntar a essa iniciativa que deve se tornar um esforço coletivo”, diz o texto.
Segundo os executivos, compartilhar a responsabilidade pela floresta tropical com o Brasil e os vizinhos sul-americanos é uma honra para a França. O grupo destaca ainda seu compromisso com a Unesco pela proteção da biodiversidade do planeta.
Arthus-Bertrand, fotógrafo conhecido por capturar imagens aéreas do planeta, declarou que a proteção do meio ambiente deve ir além de discursos e assinaturas. “Requer ações coletivas concretas, quando surgem perigos, de modo a fornecer recursos para especialistas locais e trabalhar juntos para salvar nosso planeta”, argumentou. O executivo finalizou afirmando o desejo de ver a iniciativa inspirar outras pessoas.
A discussão em torno das queimadas na Amazônia teve repercussão internacional na última semana. Personalidades como Gisele Bündchen, Madonna, Cristiano Ronaldo e Leonardo DiCaprio se manifestaram sobre o assunto por meio das redes sociais. Inclusive, as celebridades sofreram críticas por usarem fotos antigas ou de incêndios em lugares que não fazem parte da região.
No campo político, Emmanuel Macron entrou em rota de colizão com o governo brasileiro. Na última quinta-feira (22/08/2019), o chefe de Estado francês declarou que colocaria o tema em pauta durante encontro do G7, grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, e trocou farpas com Jair Bolsonaro (PSL). O evento ocorreu na cidade de Biarritz, na França.
As medidas anunciadas pelo G7 incluem o montante de US$ 20 milhões para o envio de aviões-bombeiros e apoio militar da Guiana Francesa – território que pertence à França e faz fronteira com o Brasil. Inicialmente, Macron havia dito que o valor seria em euros, informação corrigida posteriormente. No fim de setembro, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o grupo deve finalizar um plano para colaborar com o reflorestamento da região amazônica.
Depois de discussões públicas e certa tensão diplomática entre Brasil e França, o Palácio do Planalto informou, nessa segunda (26/08/2019,) que recusaria o montante oferecido pelo G7. Entretanto, na manhã desta terça-feira (27/08/2019), o mandatário brasileiro cogitou reconsiderar a decisão e aceitar a ajuda, sob a condição de que o presidente francês se desculpasse e retirasse a proposta de “internacionalizar” a Amazônia.
“Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Depois, informações que eu tive, de que nossa soberania está em aberto na Amazônia. Então, realmente, para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar”, salientou Jair Bolsonaro.
Vale lembrar que, em abril, o grupo LVMH mobilizou 200 milhões de euros para ajudar a restaurar a Catedral de Notre-Dame após o incêndio que dizimou parte de uma das construções francesas mais antigas. Companhia concorrente, a Kering (Gucci, Balenciaga, Saint Laurent, entre outras) contribuiu com 100 milhões de euros.
O Brasil já registrou mais de 80 mil focos de incêndio desde o início do ano, sendo mais da metade na região amazônica. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 80%.
Colaborou Hebert Madeira