Forever 21 pede recuperação judicial e fechará mais de 300 lojas
A rede de moda norte-americana pretende fechar a maioria das lojas na Ásia e Europa, mas continuará operando nos EUA e América Latina
atualizado
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Após semanas de especulação, a rede Forever 21 pediu recuperação judicial, nesse domingo (29/09/2019), nos Estados Unidos. Para evitar possível falência, a varejista norte-americana fechará entre 300 e 350 lojas ao redor do mundo; só nos EUA, serão 178. A empresa é mais uma na corrida pela sobrevivência na era do comércio on-line. Por meio do que chamou de “reestruturação global”, pretende se concentrar na “parte central lucrativa das operações”, segundo o comunicado.
Vem comigo entender o caso!
Uma das principais redes de fast fashion, a Forever 21 tem mais de 800 lojas no mundo, sendo mais de 500 delas nos Estados Unidos. Com a proteção judicial, a marca pretende “sair da maioria das localizações internacionais na Ásia e Europa”, mas ainda manterá as atividades no México e em outros países da América Latina. No Brasil, está presente desde 2014. A empresa emprega aproximadamente 6.400 pessoas em período integral e 26.400 em período parcial.
Assim como a Barneys New York, no início de agosto, a companhia recorreu ao Capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos. Com esse amparo, a empresa pode manter as atividades em operação enquanto reestrutura uma saída para a crise. A possibilidade de fechar lojas com maior facilidade é uma das vantagens desse recurso judicial.
Segundo o documento registrado no tribunal de falências do distrito de Delaware, nos EUA, as dívidas da Forever 21 vão de US$ 1 bilhão a Us$ 10 bilhões. Para continuar em operação, a empresa obteve um financiamento de US$ 275 milhões de “credores existentes” do banco JPMorgan Chase e mais US$ 75 milhões em “novo capital” da TPG Sixth Street Partners. A subsidiária canadense pediu falência pela legislação local e fechará as 44 lojas no país.
Com sede em Los Angeles, a Forever 21 faz sucesso entre os jovens com moda despojada e acessível, inspirada nas principais tendências do segmento de luxo. O casal de imigrantes sul-coreanos Do Won e Jin Sook Chang abriu as portas da empresa em 1984, em uma pequena loja.
Nos anos 1990, o negócio ganhou popularidade, especialmente entre o público feminino, competindo com etiquetas como Zara e H&M. O interesse do público cresceu ainda mais depois da crise econômica de 2008, quando clientes procuravam preços mais baixos. Nesse período, a label expandiu a oferta de vestuário masculino e calçados.
Em carta aberta aos consumidores, a companhia ressaltou que a proteção judicial não significa que ela deixará de operar:
“Estamos confiantes de que este é o caminho certo para a saúde de nossos negócios a longo prazo. Quando concluirmos a reorganização, a Forever 21 será uma empresa mais forte e viável, mais bem posicionada para prosperar nos próximos anos. Esperamos continuar a fornecer a você o excelente serviço e a variedade selecionada de mercadorias que você espera de nós”, diz o texto.
O pedido de recuperação judicial não é uma novidade para as redes varejistas. Nos últimos dois anos, mais de 20 delas fizeram pedido só nos Estados Unidos, a exemplo da Barneys New York e da Diesel USA. Enquanto muitos diminuíram o número de lojas nos últimos anos, a Forever 21 continuou a abrir pontos de vendas, como pontuou a CNN.
Na análise da imprensa internacional, a marca foi vítima da própria expansão rápida. Em vez de frequentarem lojas físicas, que demandam custos altos de aluguel, os consumidores da geração Z preferem a comodidade das lojas virtuais. Com a sustentabilidade em pauta, o formato fast fashion já não é mais tão desejado, uma vez que provoca diversos impactos negativos sociais e ambientais.
Até então, os varejistas de capital aberto do mercado dos EUA anunciaram o fechamento de mais de 8 mil pontos físicos em 2019, segundo a empresa de pesquisa global Coresight Research. No entanto, a instituição estima que o número pode chegar a 12 mil até o fim do ano. Quanto à Forever 21, será que realmente será “para sempre”?
Colaborou Hebert Madeira