Fluvia Lacerda explica por que a palavra gorda não é palavrão
A modelo plus size participou de um bate-papo sobre diversidade na terceira edição do Vogue Fashion’s Night Out em Brasília
atualizado
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A palavra gorda amedronta muitas pessoas! Algumas têm medo de serem chamadas assim por conta da conotação negativa. Grande parte da sociedade ainda vê o termo como uma ofensa – infelizmente, ainda há quem use tal vocábulo para essa finalidade. Entretanto, segundo a modelo plus size Fluvia Lacerda, não há o menor problema. Autora do livro Gorda Não é Palavrão (2017), ela esteve na capital federal nessa quinta-feira (26/09/2019) para um talk sobre diversidade na terceira edição do Fashion’s Night Out e, após o encontro, conversou rapidamente com a coluna.
Vem comigo!
Um dos talks mais aguardados, Luz, Câmera, Diversidade e Inclusão foi conduzido pela editora de atualidades da Vogue, Cláudia Lima. Além da top carioca, teve participação da consultora de imagem Lilian Lemos e da modelo Renata Kuerten.
Fluvia tem 39 anos, nasceu no Rio de Janeiro e cresceu em Roraima. Em Nova York, onde estudou inglês, foi descoberta aos 22 anos por uma editora de moda. Considerada a “Gisele Bündchen plus size“, é dona de uma carreira de sucesso internacional e posou recentemente para campanha da Arezzo. Atualmente, tem mais de 382 mil seguidores no Instagram e é embaixadora da marca global Fashion Nova Curve.
Após a conversa, várias mulheres aproveitaram para tietar Fluvia e falar sobre a importância de sua voz empoderadora. “Parece o encontro das plus size de Brasília”, brincou uma das fãs. Em meio a várias selfies sorridentes e emocionadas, a modelo deu rápida entrevista à coluna.
Qual é a sensação de receber todo esse carinho e os relatos de mulheres que se inspiram em você e no seu trabalho?
É a parte mais gratificante, sem dúvida nenhuma.
Por que as pessoas deveriam parar de ter medo de usar a palavra gordo/gorda?
Porque é um adjetivo. Várias conotações negativas que não fazem mais sentido foram inseridas na palavra. Nunca fizeram, na verdade. Acredito que é uma questão de assumirmos quem somos e entendermos que existem outros valores atrelados.
O que você acha do panorama atual da moda plus size?
É uma coisa que está só crescendo. Você anda nas ruas de qualquer lugar do mundo e vê que é um mercado completamente negligenciado. No Brasil, principalmente. As coisas estão melhorando, desenvolvendo-se, e a consumidora plus size está sendo vista como qualquer outra.
Qual é o maior erro das pessoas em relação à moda plus size?
Sempre fui muito contra as regras de produção de imagem, de look, aquela coisa de “põe isso que te emagrece” ou “põe isso que te alonga”. Nunca consegui seguir esse tipo de coisa. Visto o que eu gosto, para mim. Acredito que falta representatividade na hora de expor o produto, vemos as marcas usarem modelos que são correspondentes ao consumidor. As pessoas precisam ter liberdade para que possam se vestir como querem, se descobrir, explorar suas preferências e se expressar por meio das roupas.
Colaborou Hebert Madeira