Fique por dentro dos destaques da primavera/verão 2020 em Paris
Celine, Off-White, Chloé e Maison Margiela estão entre as grifes que deram o que falar na temporada
atualizado
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Mais um Paris Fashion Week se aproxima do fim. O evento, que segue até esta terça-feira (1/10/2019), incluiu apresentações memoráveis, como Balmain, Saint Laurent e Dior, que já deixaram suas marcas na capital francesa. Entre os destaques da primavera/verão 2020, também estão os shows das grifes Celine, Off-White, Chloé e Maison Margiela. As coleções contemplam contrastes interessantes de alfaiataria casual, simplicidade valorosa, hippie chique, e até uma pegada “street cósmica”.
Vem comigo!
Off-White
Já é fato que Virgil Abloh garantiu um espaço significativo para o streetwear no mercado de luxo. Atualmente, o designer norte-americano está afastado do trabalho, por recomendações médicas. Apesar de não ter comparecido à semana de moda francesa, ele preparou um show marcante para a primavera/verão 2020 da Off-White, no Centro Pompidou.
A inspiração principal de Abloh veio do título do programa Chuva de Meteoros. A trilha sonora foi uma entrevista de 2018 com Mae Jemison, a primeira mulher negra que viajou ao espaço.
Ela se formou em engenharia química na Universidade Stanford e, depois, em medicina na Universidade Cornell. Entrou para a NASA em 1987. Após cinco anos, realizou o sonho de fazer parte da tripulação de um ônibus espacial — o Endeavour, que orbitou a Terra em 1992.
“O conceito fundamental foi ilustrar o poder de uma mulher”, destacou Abloh, em comunicado oficial. “Ela pode suportar uma ‘chuva de meteoros’, metafórica e fisicamente falando”, complementou o estilista.
O resultado foi um mix de peças que unem o universo cósmico com o mood urbano da marca. Furos nas roupas e nos sapatos representaram as crateras espaciais.
A silhueta dos anos 1990 ganhou força nas criações. Jaquetas retrô e futuristas tiveram destaque, assim como o sportwear e a elegância. Além disso, a cor principal foi o rosa.
Celine
A primavera/verão 2020 da Celine é boho chique. O estilo mistura peças boêmias com um toque folk.
Conhecido por uma estética criativa clássica, Hedi Slimane se inspirou nos anos 1970. O estilista não deixou o preto e o dourado de lado, mas, sem dúvida, o protagonismo da coleção ficou com casualidade do jeans.
Calças com corte reto e modelagens boca de sino entraram em looks variados. Entre eles, all-jeans, básico com camiseta lisa de algodão ou mais sofisticado com blusas de tecidos rebuscados.
Vestidos com estampas delicadas e botas de cano alto também fizeram composições interessantes. Destaque para os acessórios: chapéus e lenços roubaram a cena. Nos detalhes, cintos finos, itens hippies, babados, texturas felpudas e rendas.
Chloé
Assim como a Prada em Milão, a Chloé decidiu levar a Paris uma coleção com foco na simplicidade: “honesta e verdadeira”, nas palavras da designer Natacha Ramsay-Levi. O show aconteceu no Grand Palais.
A ideia não é apresentar peças extremamente comuns ou pouco trabalhadas, mas sim, roupas atemporais, que tenham significado de fácil entendimento. A estilista se inspirou em referências no DNA da marca ao longo dos anos e também nas próprias criações.
“Foi uma afirmação sincera de que o que estou fazendo é construir um guarda-roupa que não é descartável. Não estamos fazendo roupas que esperamos que você jogue fora”, destacou Ramsay-Levi à imprensa internacional.
As tradicionais camisas de seda da marca apareceram com modelagens variadas: clássicas, largas, com gola alta e até com saia acoplada. A alfaiataria ganhou um toque casual, com destaque para os blazers sem lapela.
Na cartela de cores, a Chloé mesclou tons de rosa, salmão e bege ao preto, branco e azul. Os visuais incluíram cintura alta, decotes cavados, fluidez e sobreposições.
Maison Margiela
As apresentações da Maison Margiela sempre chamam atenção por terem uma vibe performática e disruptiva. O DNA artístico de John Galliano é inovador e até beira a bizarrice. Nesta temporada de primavera/verão 2020, o estilista britânico mergulhou na história global.
Apesar de ter optado por uma estética mais “contida”, ele investiu em criações impactantes e cheias de informação, como de costume. A inspiração veio de figuras que lutaram por liberdade e salvaram vidas durante as guerras mundiais, como a cientista Marie Curie e a enfermeira Edith Cavell.
As roupas tiveram como referências os uniformes usados nos períodos de conflito. Para isso, a Margiela manteve a riqueza de detalhes de corte e técnica, mesmo com a estética considerada excêntrica.
Com uma paleta de cores majoritariamente sóbria, que passeou por tons de preto, cinza, bege e branco, ele investiu em texturas rígidas e formas desconstruídas. Entre os materiais usados, estão organza, lona e lã, além de couro fake de cobra e crocodilo.
Nos casacos e jaquetas, Galliano apostou em uma pegada utilitária. Chapéus, golas altas, lenços e rendas deram o toque final.
O desfile aconteceu no Salon d’Honneur, no icônico Grand Palais. Para complementar a performance, propositalmente, os modelos entraram na passarela com expressões sérias e provocativas ao mesmo tempo.
O calendário da Semana de Moda de Paris ainda promete. Nos próximos dias, serão realizados os desfiles de marcas como Stella McCartney, Giambattista Valli, Alexander McQueen, Chanel e Miu Miu. O encerramento será feito pela Louis Vuitton.
Colaborou Rebeca Ligabue