Ex-funcionária acusa Moschino de racismo contra clientes negras
Segundo Shamael Lataillade, clientes que não aparentassem ter dinheiro para comprar em uma loja na Califórnia eram chamadas de “Serena”
atualizado
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A Moschino esteve no centro de uma polêmica nesta semana – desta vez, não foi pela irreverência das peças recém-apresentadas do pre-fall 2019. Na segunda-feira (7/1), o site americano TMZ divulgou denúncia feita por uma ex-funcionária da loja da grife italiana em West Hollywood.
Shamael Lataillade acusou a gerência da butique de usar um “código” para identificar clientes negras que aparentassem não ter condições financeiras de comprar no estabelecimento. Segundo ela, essas mulheres eram chamadas de “Serena” – supostamente em referência à tenista americana Serena Williams, embora esse detalhe não seja relatado no processo.
O caso foi parar na Corte Estadual da Califórnia e pede indenização por 17 acusações. Alguns portais internacionais tiveram acesso aos documentos e divulgaram detalhes da ação.
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De acordo com a denúncia, os funcionários teriam recebido recomendações para tratar dessa forma as mulheres negras que não fossem celebridades. Se não ostentassem diamantes, peças de luxo ou não tivessem um corpo esbelto, se encaixariam no perfil suspeito.
Pelo protocolo, os empregados deveriam ficar de olho nas “Serenas” e informá-las que os produtos estavam fora de estoque. Já em algumas situações, chegaram a anotar a placa de seus carros no estacionamento. Em um caso específico, chamaram a polícia por suspeitarem de um homem que, na verdade, era um rapper famoso.
A própria Lataillade, negra de origem haitiana, afirmou ter sido alvo de piadas da gerente Ranna Selbak, que teria zombado dela por “praticar vodu”, entre outros insultos. Além de discriminação, o processo inclui tópicos como assédio sexual, com base em raça, nacionalidade e difamação.
“É uma pena que haja pessoas que desejam usar o nome étnico de alguém, como Serena Williams, de forma caluniosa – ou pior, para perpetuar o ódio. Serena é uma das minhas heroínas e a amplitude da discriminação que as pessoas de cor suportam me deixa doente”, disse a ex-funcionária ao portal Fashionista.
Segundo o site The Fashion Law, Lataillade trabalhava como supervisora de vendas da loja desde junho de 2015. A funcionária foi demitida em março do ano passado, após acionar a empresa pela segunda vez sobre o tratamento recebido pela gerente.
Em resposta à imprensa internacional, a grife disse que “está em conformidade com as leis e valores de emprego aplicáveis e respeita todos os clientes, independentemente de sua raça ou experiência”.
Pre-fall 2019
A pré-coleção de outono foi apresentada em um desfile na terça-feira (8), no icônico estúdio de Cinecittà, em Roma. O local foi uma homenagem ao diretor de cinema italiano Federico Fellini (1920-1993), que assinou produções como A Doce Vida (1960), filmada lá. As obras do artista e os exageros do estilo camp dão tom às criações, que trazem peças com silhuetas tridimensionais, cores e mistura de texturas.
Confira o desfile:
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Colaborou Hebert Madeira