Entenda por que a Off-White é a marca mais desejada do início de 2020
Marca de streetwear de luxo segue na liderança em levantamento trimestral da plataforma Lyst. Clientes mantêm fidelidade em meio à pandemia
atualizado
Compartilhar notícia
Grife queridinha dos fãs de streetwear, a Off-White continua liderando a lista de marcas mais desejadas do mundo, compilada a cada trimestre pela plataforma Lyst. O estudo Lyst Index Q1 2020, referente aos meses de janeiro a março deste ano, pegou todos de surpresa com um detalhe: pela primeira vez desde 2017, a Gucci deixou o top 3. Desta vez, foi a Nike que ocupou a terceira posição do ranking.
Como a coluna adiantou, as máscaras de rosto da Off-White foram os produtos masculinos mais procurados nos três primeiros meses de 2020. Entre as peças femininas, a campeã é a bolsa Cassette, da Bottega Veneta. Vem comigo saber mais detalhes!
Para chegar ao resultado desta edição do ranking trimestral, a Lyst analisou pesquisas, acessos e compras de mais de nove milhões de consumidores mensais nas páginas de 12 mil designers e lojas virtuais. Utilizou dados de pesquisas globais na própria plataforma e do Google, além de menções de marcas e produtos nas redes sociais, estatísticas de engajamento e taxas de conversão e vendas.
Pelo terceiro trimestre consecutivo, a Off-White lidera a lista de marcas mais desejadas. Durante os três primeiros meses de 2020, Virgil Abloh realizou ações, como o lançamento do programa Activate Movement com a marca de água mineral Evian. Criou também uma coleção-cápsula para o Ano-Novo Lunar, sem falar na estreia dos tênis Off-White x Air Jordan IV na Semana de Moda de Paris.
A marca, que chegou aos 10 milhões de seguidores no Instagram, continua mostrando o poder do comprador jovem. Desde o início do ano, o engajamento do diretor criativo e da conta oficial da label foram significativos durante a quarentena. Outro detalhe que manteve a marca na boca do povo foi uma comparação feita entre Abloh e Karl Lagerfeld pelo jornal The New York Times, publicada em fevereiro.
Veja a lista:
1. Off-White (posição anterior: 1)
2. Balenciaga (3)
3. Nike (12)
4. Gucci (2)
5. Prada (7)
6. Moncler (4)
7. Fendi (6)
8. Valentino (8)
9. Saint Laurent (9)
10. Versace (5)
11. Burberry (10)
12. Stone Island (11)
13. Bottega Veneta (14)
14. Givenchy (13)
15. Jacquemus (22)
16. Vetements (15)
17. Raf Simons (29)
18. Loewe (20)
19. Thom Browne (33)
20. Rick Owens (28)
A Gucci, que estava entre as três primeiras posições desde que o Lyst Index começou, em 2017, desceu para a 4ª, enquanto a Nike chegou ao 3º lugar. Outro detalhe que beneficiou a gigante dos esportes foi a demanda por moletons e shorts. A Balenciaga, que ocupou alguma posição no top 3 em todos os últimos semestres, ficou em 2º lugar.
Balenciaga, Prada e Jacquemus
O momento não poderia ser mais oportuno para a Balenciaga aproveitar o hype de seu desfile outono/inverno 2020, inspirado no fim do mundo. Durante os três primeiros meses, a grife dirigida por Demna Gvasalia lançou moletons de coala, com lucros revertidos para o incêndio florestal na Austrália, e fabricou máscaras cirúrgicas para o enfrentamento da pandemia.
Enquanto isso, a Prada voltou a ocupar o 5º lugar. A cereja do bolo foi a contratação de Raf Simons como codiretor criativo, ao lado de Miuccia Prada, anunciada em fevereiro. Isso ajudou não só a grife italiana como a própria marca homônima do designer belga, que entrou para o top 20 do trimestre pela segunda vez, em 17º lugar.
Outro desfile de outono/inverno 2020 que deu o que falar foi o da francesa Jacquemus, que rendeu um aumento de 1.100% nas menções da etiqueta nas redes sociais. Com isso, a marca chegou ao top 20 pela primeira vez, ocupando o 15º lugar.
Impacto da pandemia
Segundo a análise do levantamento, a indústria não esperava que o novo coronavírus se transformaria em crise global dentro de semanas. “Até o fim do trimestre, os ventos contrários que marcas e varejistas sentiram pela primeira vez na China e no Leste da Ásia se tornaram uma tempestade mundial”, avaliou o estudo.
Com o isolamento social, as compras deixaram de ser motivadas por eventos, fotos de street style e feriados. Também afetou as cadeias de fornecimento em diversas etapas, da matéria-prima à comercialização.
Por outro lado, o cofundador e CEO do Lyst, Chris Morton, explica que a lista atual mostra que os clientes continuam fidelizados com marcas poderosas, mesmo diante de momentos difíceis como a pandemia. Em contrapartida, a situação tem feito a forma como as pessoas compram e interagem mudar ainda mais rápido.
“A crise da Covid-19 está acelerando mudanças que já estavam acontecendo em nossa indústria e catalisando novas mudanças. Neste momento sem precedentes, o digital é mais importante do que nunca para as marcas de moda. Informação e comunicação são fundamentais para a nossa comunidade”, afirmou Morton.
Segundo o especialista, as marcas mais propícias a prosperar diante do cenário atual são aquelas que se adaptarem rapidamente a essas mudanças, “usando decisões baseadas em dados e aproveitando seus principais pontos fortes”.
Produtos femininos mais desejados
O must-have principal na categoria de produtos femininos é a versão acolchoada da bolsa Cassette, da Bottega Veneta. A grife italiana volta a emplacar uma peça-desejo, depois de ocupar posições de destaque com sandálias de bico quadrado e uma versão mini da bolsa The Pouch.
Na lista Hottest Women’s Products, a Lyst destaca a tote bag com logotipo da Telfar, um moletom com estampa de tigre Anine Bing, os tênis New Balance 993 e a bolsa Classic double flap da Chanel. Possivelmente, o fechamento das lojas e o fato de a grife francesa não disponibilizar bolsas no site fizeram a procura pela peça crescer em sites de revenda.
Entre os itens que se destacaram no trimestre, há um body da Off-White, meias-calças com o monograma da Gucci e joggers de lã da Nike. Um par de tênis da collab entre a Ivy Park e a Adidas também fez sucesso.
Confira a lista completa nas fotos abaixo:
O Lyst Index Q1 2020 afirma ainda que uma visão mais detalhada sobre os efeitos do novo coronavírus poderá ser observada no próximo trimestre. Por ora, o panorama é incerto e fragmentado, mas ainda há esperança de tempos melhores. “Embora a crise esteja longe de terminar, é estimulante ver a indústria da moda se unir e aproveitar seus recursos, criatividade e coragem para enfrentar a tempestade e retribuir à comunidade”, completou.
Colaborou Hebert Madeira