Entenda os impactos do coronavírus na Semana de Moda de Londres
Com a ausência da imprensa chinesa e de compradores do país, o Conselho de Moda Britânico tomou atitudes para garantir acesso à distância
atualizado
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Atualmente, o coronavírus é uma das maiores preocupações globais. Como a China é responsável por quase um terço das vendas de luxo no mundo, as consequências também atingiram a indústria fashion e as principais semanas de moda internacionais. Iniciado nessa sexta-feira (14/02/2020), o London Fashion Week não conseguiu escapar dos impactos.
Recentemente, o Conselho de Moda Britânico (BFC, na sigla original), anunciou que centenas de compradores e editores de moda deixariam de viajar para o evento como uma forma de evitar a propagação da doença.
Por isso, está em busca de medidas para que essas pessoas tenham acesso a notícias dos shows. No dia da abertura do evento, o Business of Fashion divulgou uma parceria que fez com a organização do LFW para liberar conteúdos.
“O BFC está criando uma plataforma para hospedar imagens, vídeos e press releases do LFW, tornando-os acessíveis remotamente ao nosso público. No espírito de colaboração e solidariedade durante esses tempos sem precedentes, a parceria fará com que nossa equipe da BoF China inclua um QR Code após todas os reviews para que os leitores acessem os recursos e materiais adicionais”, comunicou nas redes sociais.
Também estão em vigor medidas de higiene intensificadas, implementadas de acordo com as diretrizes do governo britânico. Uma delas é a distribuição de desinfetantes para as mãos nos locais de desfiles.
“Nossos pensamentos estão com os afetados pelo coronavírus, incapazes de viajar”, disse a chefe-executiva do Conselho de Moda Britânico, Caroline Rush, no discurso de abertura do evento. “A segurança de todos os nossos participantes é incrivelmente importante”, completou.
A Semana de Moda de Londres segue até o dia 18. O calendário oficial inclui nomes como Burberry, Victoria Beckham, Richard Malone, Vivienne Westwood e Tommy Hilfiger.
A primeira apresentação do line-up foi a da chinesa Yuhan Wang. A estilista levou a coleção de outono/inverno 2020.
“Sinto muito, estou muito triste pelo que está acontecendo e por todas as pessoas que sofrem”, declarou a estilista à mídia internacional nos bastidores. “Espero que encontremos uma solução para salvar suas vidas.”
Vale destacar que os outros eventos do principal circuito de desfiles também sofreram mudanças. Na capital francesa, os desfiles de seis marcas chinesas foram cancelados. São elas: Calvin Luo, Jarel Zhang, Maison Mai, Masha Ma, Shiatzy Chen e Uma Wang.
Os chineses também poderão participar da programação italiana à distância, por meio de transmissões ao vivo e veiculação de conteúdos nas redes sociais. A iniciativa digital foi chamada de China, estamos com você. Além da cobertura, as promoções nas compras on-line devem aumentar para atrair os buyers do país asiático.
Na China, foram registrados cerca de 1.400 mortos e 64 mil infectados. Nessa sexta-feira (14/02/2020), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a epidemia de Covid-19, infecção provocada pelo novo coronavírus, foi controlada no resto do mundo.
Colaborou Rebeca Ligabue