Cruise 2020: Virginie Viard estreia como diretora criativa da Chanel
As grifes Prada e Dior também já apresentaram as coleções da temporada resort
atualizado
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As coleções cruise são uma espécie de respiro entre as temporadas de outono/inverno e de primavera/verão. Neste período do ano, as marcas apresentam as tendências para 2020, que incluem formas desconstruídas e a busca pela valorização do handmade.
A Chanel, pioneira do conceito, passa por um momento de mudanças. O desfile marcou a estreia de Viginie Viard como diretora criativa da marca após a morte de Karl Lagerfeld. Já o cruise da Dior foi inspirado na cultura africana e usou técnicas tradicionais de profissionais locais, enquanto o resort da Prada teve foco na simplicidade e no conforto.
Vem comigo!
Chanel
A primeira coleção da Chanel desenvolvida inteiramente por Viginie Viard inclui um mix de sentimentos. A expectativa é alta em cima da designer, pois há receio em relação à continuidade do DNA da grife. Apesar de Virginie ter trabalhado ao lado de Lagerfeld desde 1987, é inevitável que ela imprima a própria identidade nas criações.
Na coleção de Cruise 2020, a estilista apostou em uma cartela de cores interessante, com tons de lilás, azul, rosa e vermelho. Também manteve peças clássicas da Chanel, como blazers de tweed e itens acinturados. No entanto, pecou ao ousar nas modelagens e nas proporções, saindo um pouco da linha clássica da grife.
O icônico Grand Palais – edifício queridinho da label – foi usado como cenário mais uma vez. Ao transformar o local em uma estação de trem, a passarela contrastou com os trilhos e a estrutura rústica. A inspiração saiu da paixão de Gabrielle Chanel pelas plataformas francesas.
Destaque para as bolsas, que apareceram em total sintonia com o cenário escolhido. Um dos modelos apresentados remete a um semáforo de trem. Outros itens trazem bolsos externos de tamanhos variados, além de misturas de tonalidades interessantes.
Prada
O Resort 2020 da Prada foi apresentado na Piano Factory, onde fica a sede da grife em Nova York, localizada na região de midtown Manhattan. A ideia de Miuccia Prada foi propor um contraste entre o imediatismo do mundo atual e a busca por mais intimidade e conforto.
A designer italiana escolheu texturas limpas, com tecidos em algodão, couro e camurça. O trabalho manual entrou com tricô e bordados. Para completar a simplicidade, uma dose de ousadia: a coleção inclui misturas de estampas e sobreposições.
Entre as peças, estão trench coats amplos, blazers com botões grandes, saias soltas e conjuntinhos oversized. A pegada utilitária em itens de alfaiataria é a grande aposta da vez.
Dior
Desde que assumiu o comando criativo da Dior, em 2016, Maria Grazia Chiuri traz uma pegada intensa e até ideológica para a grife. Para o Cruise 2020, a designer italiana decidiu não só homenagear a cultura do Marrocos mas também inseri-la no processo de produção.
Com curadoria da antropóloga especialista em moda africana Anne Grossfilley e apoio de instituições locais, Chiuri convidou artesãos da região para colaborar com estampas, tecidos e acessórios. O local de desfile também não poderia ser outro: o palácio El Badi, monumento histórico de Marraquexe.
Não fica por aí: o wax – uma espécie de tecido estampado em cera – ganhou desenhos de cartas de tarô. Para compor a ideia, a coleção inclui ainda uma colaboração de Pathé’O, o alfaiate preferido de Nelson Mandela. Nos detalhes, destaque para as rendas e os bordados delicados.
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Colaborou Rebeca Ligabue