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Conheça as bolsas da Hermès que são verdadeiras obras de arte

Birkin e Kelly são os modelos mais requisitados da marca e podem custar desde R$ 29,2 mil até R$ 1,2 milhão. Para garantir uma, existe fila

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Cindy Ord/Getty Images for Comes With Baggage
Comes With Baggage Fashion Editor Preview
1 de 1 Comes With Baggage Fashion Editor Preview - Foto: Cindy Ord/Getty Images for Comes With Baggage

A produção é limitada, o design, clássico, e a mão de obra, artesanal. Não é de hoje que as bolsas Hermès são ícones de desejo e inspiração para várias grifes. Nunca uma it bag manteve o sucesso durante tanto tempo. Os modelos são distintos e caríssimos. E o mais surpreendente? É preciso entrar em lista de espera para conseguir uma das peças.

Consideradas favoritas entre as famosas, as memoráveis Birkin e Kelly da Hermès são símbolo de status, sofisticação e elegância. A primeira é extremamente cobiçada, e a segunda, a minha preferida.

Vem comigo saber mais!

A marca francesa Hermès nasceu no século 18 e sempre se preocupou em entregar produtos exclusivos e feitos à mão. Cada item é fruto do trabalho de um artesão que se dedicou exclusivamente àquele artefato. Ao fim, ele assina a peça. Dessa forma, é possível identificar com precisão qualquer defeito da bolsa. E, se preciso, ela será reparada pelo mesmo artista que a fabricou.

Em 1837, na capital francesa, o seleiro de origem alemã Thierry Hermès abriu uma pequena oficina. A principal atividade era a produção artesanal de acessórios em couro costurados com técnica de pesponto. Além de selas de cavalo vendidas à aristocracia, trabalhava também com rédeas, baús, botas e luvas.

Quando o filho Charles-Émile Hermès assumiu os negócios, em 1880, a marca passou a produzir pochetes, sacolas e até casacos. Lançou, inclusive, um modelo de bolsa grande – essência das peças mais importantes da Hermès.

Instalaram-se na sofisticada Rua Faubourg Saint-Honoré, em Paris, na loja número 24. Atualmente, a maison tem seis andares e outros três no subsolo. No prédio existe, inclusive, um ateliê especial onde são fabricadas, aproximadamente, 35 selas de cavalo por mês.

 

Fachada da loja da Hermès em Paris

 

A marca sempre uniu tradição e inovação. A chegada do automóvel, por volta de 1914, despertou em Adolphe e Émile-Maurice – netos do fundador da grife e filhos de Charles – a necessidade de oferecer uma linha de malas exclusivas. Afinal, as pessoas estavam viajando mais e podiam fazê-lo com facilidade e estilo.

Não demorou para que Émile-Maurice virasse presidente da empresa, na década de 1920. Introduzindo não apenas a primeira coleção de roupas femininas como também a Boldie – primeiro modelo de bolsa com zíper.

Hermès Boldie

 

Mais tarde, em 1935, a grife criou a bolsa Kelly. O protótipo do acessório, entretanto, foi desenhado em 1892 com o intuito de carregar selas de montaria. Ela primeiro recebeu o nome de haut à courroies, depois a renomearam de sac à dépêches. Só nos anos 1930, apareceu como uma espaçosa bolsa de viagem em contraste aos modelos envelope da época, finos e pequenos.

A fama internacional veio anos depois, quando a atriz Grace Kelly se apaixonou pelo item no set do filme “Ladrão de Casaca”, de Alfred Hitchcock. Tornaram-se inseparáveis e, em 1956, a princesa apareceu na capa da revista Life segurando a bolsa sob a barriga, na tentativa de esconder dos paparazzi a gravidez.

A peça bombou e recebeu, oficialmente, o nome de Kelly, em 1977. O modelo usado pela princesa está exposto no museu Victoria and Albert Museum, em Londres, desde abril 2010.

Grace Kelly com a bolsa da Hermès que virou hit

 

A Kelly é clássica e elegante. Embora muita gente opte por looks formais e comportados quando investem nesse modelo, uso e abuso da minha com jeans e outras peças do dia a dia. Adoro o contraste!

A vibe retrô e o formato em trapézio fazem dela descolada, charmosa e versátil. Às vezes, acompanha um vestido de noite. É leve, prática e tem alça removível. Acho super cool e evito usá-la de forma óbvia. É um verdadeiro ícone da moda, perfeito para qualquer ocasião. É clássica, porém mais prática do que a Birkin, pois tem uma alça curta e outra longa. A versão Kelly Sellier é rígida, estruturada e mais formal. Já a Retourne é extremamente maleável.

Cada Kelly passa nas mãos de um único artesão e pode levar entre 18 e 24 horas para ser fabricada. Eles começam pela costura do forro e a base da bolsa vem em seguida. A alça recebe aplicação de cera quente para protegê-la contra umidade e desgaste. O couro amaciado é tingido e a ferragem adicionada. Para finalizar, estampa-se o famoso logo “Hermès Paris”.

Outra clássica e disputadíssima bolsa da Hermès é a Birkin. Mais despojada do que a Kelly, caiu nas graças do mundo alguns anos depois, quando a empresa estava sob a direção de Jean-Louis Dumas. Seu pai, Roberto Dumas, genro de Émile-Maurice, passou a comandar a marca em 1951. Pai e filho trabalharam juntos a partir de 1964 e, em 1978, Jean-Louis assumiu o posto como chairman da grife.

A peça foi uma homenagem à atriz e modelo inglesa Jane Birkin –  musa das canções de Serge Gainsbourg. A inspiração veio de forma inusitada quando, em 1984, Jean-Louis sentou-se ao lado da atriz em um voo da Air France entre Paris e Londres.

A moça carregava uma bag de palha e uma agenda da Hermès. Relatou não ter ainda encontrado uma bolsa apropriada para a mulher moderna que fosse grande, prática e, ao mesmo tempo, elegante. O fato chamou atenção do diretor da Hermès. Ele, em seguida, se apresentou e perguntou quais eram os requisitos do acessório ideal.

Jane Birkin e Serge Gainsbourg, casal ícone dos anos 1970. Foram casados por 12 anos e tiveram uma filha, a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg

 

Jane Birkin e a bolsa de palha eram inseparáveis

 

Jane falou e Jean-Louis anotou. A partir daí, os artesãos assumiram a tarefa e, após três anos, a peça estava pronta. O conceito: uma bolsa prática, espaçosa, com alças resistentes e, acima de tudo, poderia ficar aberta em tempo integral.

 

Jane Birkin e a bolsa homônima, idealizada por ela

 

A qualidade é impecável e o processo de construção pode demorar até duas semanas. O shape retangular e profundo proporciona bastante espaço, mas o preço elevado e a ausência de uma alça de ombro dificultam o uso no dia a dia. Rapidamente, a Birkin ganhou repercussão.

Os produtos da marca têm direito a spa treatments, podendo ser restaurados, aumentando assim a durabilidade das peças. Segundo o site Baghunter, plataforma de compra e venda de itens de luxo, nos últimos 35 anos, o acessório valorizou mais do que a bolsa de valores. Custa entre R$ 40 mil e pouco menos de R$ 1 milhão, no caso do modelo em crocodilo.

Celebridades como Heidi Klum e as irmãs Kylie Jenner, Kim e Khloé Kardashian são vistas frequentemente com suas bolsas da Hermès
Victoria Beckham, Miranda Kerr, Eva Longoria e Anna Dello Russo – editora da Vogue japonesa – usam a peça da marca francesa em diversas ocasiões
As blogueiras Chiara Ferragni, Lala Rudge, Helena Bordon e Thássia Naves são amantes do design da grife

Embora a Kelly seja mais antiga, a Birkin é mais disputada e, juntas, são as bolsas mais importantes do mercado. Além da exclusividade, ambas vêm em diversos tamanhos e diferentes texturas, desde de pele de avestruz até crocodilo. É possível fazer encomendas especiais, como cadeados em brilhante. Os modelos são feitos em várias cores e sempre acompanham ferragens em prata ou dourado.

Esta é a bolsa mais cara já produzida e vendida pela Hermès. Um comprador anônimo de Los Angeles a arrematou por R$ 1 milhão. A peça foi confeccionada em 2008 e é feita de couro de crocodilo. O fecho tem 18 quilates de ouro branco, além de diamantes

 

Outras bolsas da marca incluem a retangular Plume, usada por Catherine Deneuve, a clássica Trim, queridinha de Jackie Kennedy, e a Constance, lançada em 1969 como um modelo a tiracolo superexclusivo. Tem ainda a maleável e charmosa Lindy Bag, a Evelyne, no estilo messenger, a linda e descolada Jypsière, além da Cabag Twist e da bucket bag Picotin Lock.

8 imagens
A bolsa estilo mensageiro, Evelyne
O modelo retangular Plume
Jackie Kennedy e a sua favorita, Hermès Trim
A pequena bolsa tiracolo Constance
Para quem gosta do estilo bucket a Hermès oferece a Picotin Lock
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A moderna Jypisière

Igo Estrela/especial para o Metrópoles
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A bolsa estilo mensageiro, Evelyne

Reprodução/Baghunter
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O modelo retangular Plume

Divulgação
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Jackie Kennedy e a sua favorita, Hermès Trim

Divulgação
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A pequena bolsa tiracolo Constance

Reprodução/Baghunter
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Para quem gosta do estilo bucket a Hermès oferece a Picotin Lock

Divulgação
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O modelo Cabag Twist

Reprodução
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A Lindy Bag é um dos modelos mais charmosos da marca

Divulgação

 

Existem hoje 323 lojas Hermès em 65 países, incluindo o Brasil. Mas as peças são apenas fabricadas na França para garantir que os meticulosos detalhes, tão característicos da marca, estejam perfeitos. O design elegante nunca sai de moda.

Espero que tenham gostado e até a próxima!

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