Collabs ganham cada vez mais espaço no mercado de luxo
Marcas abandonam a ideia de ter apenas um diretor criativo fixo e apostam em parcerias temporárias
atualizado
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O cargo de diretor criativo de uma grande marca exige responsabilidade, dedicação e desenvoltura para inovar. Não é à toa que várias grifes trocam de comando constantemente. Diante desse cenário, as parcerias provisórias podem ser uma aposta mais segura e financeiramente benéfica.
Marcas como Moncler e Tod’s investem em estilistas temporários, sem ceder o controle do negócio por completo. Além disso, redes de fast-fashion, como a H&M, apostam em colaborações de designers renomados do segmento de luxo.
Essas collabs podem ser consideradas uma evolução das edições limitadas que existem há algum tempo entre designers de passarelas e varejistas, além de marcas de roupas esportivas. Separei algumas parcerias que causaram grande repercussão.
Vem comigo saber mais!
Moncler
A Moncler adotou o projeto Genius, que escolhe criadores para promover colaborações com vários designers e substituir as linhas sazonais. As peças foram apresentadas durante a Semana de Moda de Milão, em fevereiro, e depois lançadas mensalmente nas lojas da marca italiana, conhecida pelos clássicos casacos de nylon e roupas de esqui.
Uma das coleções foi pensada por Pierpaolo Piccioli, diretor criativo da Maison Valentino. O resultado foram luvas e jaquetas inspiradas em uma pegada futurista misturada com trajes religiosos. Entres os designers que participaram da iniciativa, também estão Karl Templer, Sandro Mandrino, Noir Kei Ninomiya e Francesco Ragazzi.
Tod’s
A marca italiana especializada em sapatos e acessórios de couro lançou o T Factory neste semestre. Com o objetivo de dar um up no DNA, reuniu estilistas para levarem sua própria visão criativa para a label.
Alessandro Dell’Acqua inaugurou o projeto com parceria considerada pela marca como uma “fusão forte e sofisticada”. As peças desenvolvidas foram inspiradas nos itens históricos da própria grife italiana. Entre as opções, mocassins, sapatilhas e botas, além de jaquetas e casacos variados. Na cartela de cores, preto, marrom e bege com tons rosados.
H&M
A H&M firma parcerias com designers reconhecidos do mercado de luxo. Em 2004, o escolhido para a primeira collab do tipo foi Karl Lagerfeld, da Chanel. Após mais de 10 anos, a fast-fashion movimentou o mercado, contratando Olivier Rousteing, da Balmain, para lançar uma coleção de roupas masculinas e femininas. O sucesso foi tanto que, no dia do lançamento, o site da label saiu do ar e muitas peças se esgotaram rapidamente.
Neste mês, a H&M se juntou ao diretor criativo da Moschino, Jeremy Scott, um dos pioneiros nesse tipo de trabalho. Entre as peças, moletons estampados, jeans, animal print, logomania e maxiacessórios. Os itens foram apresentados em um desfile em Nova York.
Marcas esportivas
Gigantes esportivas, que nunca adotaram um único líder criativo, têm investido em parcerias com nomes da moda. A Nike, por exemplo, lançou uma coleção com Virgil Abloh (Off-White), exibindo peças desfiladas no Paris Fashion Week neste semestre. Além disso, a fusão rendeu o uniforme usado pela tenista Serena Williams, em agosto, no torneio norte-americano US Open.
A Adidas também tem aberto espaço para colaborações inusitadas. Um dos queridinhos da marca é o estilista belga Raf Simons. O lançamento de releituras dos modelos de tênis Ozweego e Stan Smith, que ganharam cores vibrantes e detalhes inspirados na vida pessoal do designer, foi um dos últimos resultados da parceria.
As parcerias parecem ser vantajosas para todos os envolvidos. As marcas oferecem produtos variados e alcançam consumidores de diferentes tipos. Para os designers, mais distribuição de marketing envolvendo produtos de luxo com preço mais baixo. Por outro lado, há o risco de uma perda de DNA e de uma linha criativa contínua.
Vamos ficar de olho nas próximas collabs!
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Colaborou Rebeca Ligabue