Chanel, Prada e Dolce & Gabbana tomam medidas contra a Covid-19
Surto do novo coronavírus levou marcas de luxo a adiarem desfiles e buscarem estratégias para driblar o impacto da doença no mercado
atualizado
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A moda é um dos segmentos que têm sofrido o impacto do surto da doença Covid-19, o novo coronavírus. Enquanto as semanas de moda buscam alternativas para sanar a falta de buyers e editores de moda chineses nos desfiles de outono/inverno 2020/21, mais marcas tomam medidas relacionadas ao vírus. Chanel e Prada, por exemplo, anunciaram o adiamento de suas apresentações na China e no Japão, previstos para maio. A Dolce & Gabbana está financiando um projeto de pesquisa sobre a patologia.
Confira as movimentações recentes da indústria fashion sobre o Covid-19:
Chanel e Prada adiam desfiles na Ásia
O surto da doença levou a grife francesa Chanel a adiar um desfile em Pequim, inicialmente marcado para maio. Ainda sem nova data, o evento deve ocorrer em “momento posterior e mais apropriado”, seguindo recomendações das autoridades da China. Para a coleção, a etiqueta prometia repetir o desfile da coleção apresentada em dezembro de 2019, Paris – 31 rue Cambon.
A italiana Prada levaria a coleção Resort 2021 à capital japonesa no dia 21 de maio, mas optou por adiar a apresentação. “Essa decisão foi tomada como medida de precaução, bem como um ato de responsabilidade e respeito por todas as pessoas que trabalham e planejam participar do show”, anunciou a label. Assim como a Chanel, não definiu uma nova data nem o local.
Na Semana de Moda de Paris, desfiles de pelo menos seis marcas chinesas foram cancelados por precaução. O fechamento de fábricas e lojas na China, bem como a ausência de turistas chineses nas butiques internacionais, também tem afetado as vendas do segmento de luxo.
Dolce & Gabbana financia pesquisa de universidade em Milão
Um projeto de pesquisa sobre o novo coronavírus na Universidade Humanitas, em Milão, ganhou apoio financeiro da grife italiana Dolce & Gabbana. A ideia do estudo é desenvolver “intervenções diagnósticas e terapêuticas” por meio de análises da resposta do sistema imunológico à doença. Quem conduz a pesquisa sobre a Covid-19 é o professor Alberto Mantovani, oncologista e imunologista italiano.
“Diante dessas tragédias de escala tão vasta, cada ação pode parecer insignificante. Entendemos que, de qualquer forma, valia a pena fazer alguma coisa”, declaram Domenico Dolce e Stefano Gabbana, fundadores da marca. Antes disso, a dupla já financiava bolsas de estudo de medicina de um programa da instituição.
Em Londres, grife homenageia a China durante desfile
A marca chinesa Bosideng estreou na Semana de Moda de Londres prestando homenagem a seu país de origem. Convidados receberam canetas para deixar mensagens de apoio e também foram recebidos com pequenas bandeiras da nação oriental. Ao fim da apresentação, modelos retornaram à passarela com adesivos da China no rosto e jaquetas vermelhas; uma das cores que simbolizam o país.
“Agora, é difícil para a China, mas o povo chinês é realmente forte. Tenho orgulho de trabalhar com eles. Estou aprendendo muito”, afirma o estilista italiano Pietro Ferragina, que desenha para a marca.
Para ajudar os profissionais de saúde a enfrentarem o frio do país, a marca doou 150 mil jaquetas, equivalentes a 300 milhões de yuans (cerca de R$ 188 milhões), informou um porta-voz.
Dados do jornal britânico Financial Times indicam que os chineses foram responsáveis por 40% de todo o consumo de luxo no mundo em 2019, equivalente a 281 bilhões de euros. Além disso, impulsionaram o crescimento do segmento em 80%.
Novo coronavírus
A Covid-19, como foi batizada a doença do novo coronavírus, já matou mais de 2,1 mil pessoas na China e tem mais de 75 mil casos confirmados no mundo, com 74 mil só no país. O Brasil continua sem registros da enfermidade. O Ministério da Saúde anunciou, nessa quarta-feira (19/02/2020), que estuda dois casos suspeitos.
Colaborou Hebert Madeira