Celebridades estão abandonando stylists para se vestirem sozinhas
Nomes como Miley Cyrus, Blake Lively e Diane Kruger decidiram deixar seus produtores de moda para investir em estilo próprio
atualizado
Compartilhar notícia
Conseguir um vestido que acabou de sair da passarela para um tapete vermelho não é tarefa fácil. São dias de negociações, seguidos por uma logística de transporte e, muitas vezes, vários ajustes a fim de que a peça fique perfeita no cliente. Por isso, com a intenção de viabilizar esse processo, a maioria dos artistas recorre aos stylists.
Nas últimas duas décadas, estes profissionais transformaram a prática de vestir celebridades em um mercado que movimenta milhões de dólares. Com o aumento das turnês de imprensa e painéis em feiras de cultura pop, a necessidade de ter um stylist por perto se tornou constante.
Mas, de 2017 para cá, muitas celebridades estão abrindo mão dos produtores de moda. Por motivos pessoais ou simplesmente porque gostam do processo, várias estrelas têm escolhido seguir seu estilo próprio, apostando em uma imagem mais genuína e real.
Vem comigo saber quem!
Quando Rihanna chegou ao mercado fonográfico, em 2005, a cantora exibia uma série de looks compostos por calças jeans e tops, em combinações um tanto duvidosas. Na época, a jovem de 18 anos ainda não havia encontrado seu estilo. Um ano mais tarde, quando a Def Jam assumiu o controle da carreira da artista, o visual da estrela de Barbados evoluiu visivelmente.
O que vemos na indústria musical hoje é completamente diferente. A nova safra de cantores pop surge com estilos coesos e originais, sem depender da intervenção de gravadoras e stylists. Muito além disso, os profissionais recém-chegados a esse nicho estão investindo em marcas acessíveis e linhas próprias.
Quando a americana Billie Eilish começar a sua primeira turnê em abril, apenas roupas masculinas vão aparecer no palco, um eco da difusão da moda agênero no street style. Aos 17 anos, a cantora optou por seguir um caminho diferente de suas colegas já consagradas. Em vez de usar as mesmas produções em todas as apresentações, ela investirá em looks diferentes para cada show.
Entre roupas Gucci, Louis Vuitton e Balenciaga, que compõem a base do guarda-roupas da artista, veremos também peças de sua nova linha, Blohsh. A marca vende moletons e camisetas a preços mais acessíveis, entre US$ 30 e de US$ 55. “Billie conversa bem com sua geração porque não há nada fabricado. Não é o chefe de uma gravadora, no auge dos seus 60 anos, dizendo como uma adolescente deve se vestir”, disse Samantha Burkhart, que trabalha com Eilish na confecção de suas criações, à Billboard.
Miley Cyrus já recorreu a Simone Harouche para compor seus visuais, mas decidiu abandonar a stylist para seguir um estilo mais pessoal. A estratégia tem dado certo. A afilhada de Dolly Parton tem feito aparições públicas com roupas muito elegantes, refletindo uma imagem mais madura.
Lorde encontrou um meio-termo durante a turnê do álbum Melodrama, finalizada em novembro do ano passado. Enquanto ela ainda usa os contatos de Karla Welch para os red carpets, a popstar escolheu ter mais autonomia em seus concertos. Assim como Eilish, a neozelandesa deu o ar de sua graça com produções únicas, deixando centenas de composições sofisticadas e etéreas registradas nos cliques da sequência de shows.
Post Malone também tomou rumo diferente. Nos últimos meses, ele vem trabalhado com a designer Catherine Hahn. Em uma entrevista, a estilista revelou que ajuda a criar um “museu Post Malone”. Ela desenvolveu um acervo de peças customizadas e únicas de acordo com o desejo do seu cliente.
Para a parte europeia de sua turnê Better Now, o rapper investiu em artistas independentes que ele descobriu no Instagram. A cada noite, Post subia no palco com roupas estampadas com ilustrações homenageando a cidade onde se apresentava. “Os fãs adoram ver referências de seu país”, contou Hahn.
Ao que tudo indica, a próxima estrela pop a tomar as rédeas de seu estilo é Taylor Swift. Recentemente, a americana renegociou seu contrato com a Universal Music Group, em busca de maior liberdade criativa em sua imagem. Ainda não se sabe como isso influenciará seus próximos passos, mas em sua passagem pelo red carpet do iHeart Radio, na semana passada, a cantora não creditou seu look a nenhum stylist.
No cinema, esta movimentação não tem sido diferente. Blake Lively é uma das mulheres mais bem-vestidas de Hollywood e ela faz tudo sozinha. “No meu trabalho, posso ser criativa, mas por um período definido. Me vestir possibilita que eu seja criativa todos os dias. A parte difícil é trazer os looks até a mim, mas tenho um assistente para me ajudar com isso. Ter um relacionamento com os designers facilita um pouco o processo”, disse ela ao WWD.
Diane Kruger, outra estrela que abre mão dos stylists, sempre faz questão de se pronunciar quando o assunto é esse. “Olho para trás, quando contratava alguém, e aquilo não se parece comigo. Me vestia com todo mundo. Para os red carpets, muitas vezes pego vestidos emprestados, mas porque é mais fácil. Você usa, devolve e não tem que ir às compras”, afirmou a artista ao Yahoo Style.
Quem também imprime um estilo invejável e sem auxilio de produtor de moda é a atriz Tilda Swinton. Se ela está usando um terno Haider Ackermann ou um vestido Chanel, pode saber: ninguém teve qualquer influência ali. “Existe um profissional que entra no seu quarto de hotel, tira suas roupas da mala e as pendura para você? Sério? Ninguém faz isso para mim, posso te garantir”.
Misturando peças vintage com designers de primeira linha, Dita von Teese decidiu abrir mão de seu antigo stylist em 2011. “A única celebridade moderna que admiro é Diane Kruger, porque, assim como eu, ela não usa um stylist. Escolhemos nossas roupas sem uma comitiva”, declarou ao site Stylist.
Compreendemos que as celebridades podem não ter tempo disponível para correr atrás de suas produções, mas é encantador quando alguém se veste de forma apaixonada e fiel à sua personalidade. Afinal, ter estilo é isso!
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, não deixe de visitar o meu Instagram. Até a próxima!
Colaborou Danillo Costa