Carol Lim e Humberto Leon deixam direção criativa da Kenzo
A dupla apresentará seu último desfile para a marca francesa no dia 23 de junho. Veja como eles renovaram o visual da grife
atualizado
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Os estilistas Carol Lim e Humberto Leon estão com data marcada para deixar a direção criativa da Kenzo, grife que pertence ao grupo LVMH. A jornada de oito anos dos designers na label francesa termina oficialmente no dia 1º de julho. A partir de agora, eles pretendem se dedicar exclusivamente à própria marca e butique, Opening Ceremony, criada em 2002.
A informação foi divulgada pelos sites WWD e Business of Fashion nessa sexta-feira (14/06/2019).
O último desfile da dupla para a Kenzo será na Semana de Moda Masculina de Paris, no dia 23, com as novidades femininas e menswear da primavera/verão 2020. Referências trabalhadas ao longo dos últimos anos devem ser celebradas na apresentação.
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Lim e Leon são norte-americanos, nascidos em Los Angeles, com ascendência asiática. Enquanto os pais da designer são coreanos, ele é filho de um peruano com uma chinesa. Formados pela Universidade da Califórnia em Berkeley, os dois abriram a Opening Ceremony em 2002, em Nova York. Com ela, ganharam destaque por oferecerem etiquetas de jovens talentos. A multimarcas também produz a própria linha, que pode ser encontrada em outras lojas.
A dupla chegou à Kenzo em 2011 para substituir o estilista Antonio Marras, que comandava a direção criativa desde 2003. O italiano apostava em uma estética feminina, clássica, com tecidos fluidos e motivos florais. Com a chegada dos designers asiáticos-americanos, a label ganhou peças estruturadas e cool, com toque de streetwear. Recrutados pelo ex-chefe do grupo LVMH Pierre-Yves Russel, defenderam a inclusão e a diversidade ao longo de quase uma década na marca.
Oito anos atrás, as criações de Lim e Leon já eram tão contemporâneas e lúdicas que poderiam facilmente ter saído das semanas de moda atuais. Eles brincaram com volumes e modelagens modernas, cores vivas, logomania e recortes diferenciados.
Um moletom com bordado de tigre fez sucesso no street style antes mesmo da onda urbana que invadiu a moda de luxo nas últimas temporadas. As inovações agradaram em cheio ao público millennial masculino e feminino.
Também mérito da dupla na Kenzo foi a pegada pop, com direito a parcerias com artistas e outras marcas. Um de seus shows, de outono/inverno 2014, teve a trilha sonora mixada pelo renomado diretor David Lynch, que forneceu uma escultura para a apresentação. Em campanhas, a grife colaborou com nomes como o fotógrafo David LaChapelle e o designer gráfico Jean Paul Goude.
No entanto, como apontado no Business of Fashion, a marca ainda ocupa a “subescala” do grupo LVMH, pois gera menos de 400 milhões de euros por ano. Além disso, demorou a se adaptar à necessidade constante do mercado por produtos de sucesso.
A Kenzo foi fundada em Paris, no ano de 1970, pelo designer japonês Kenzo Takada, diretor criativo da label até 1999, quando se aposentou. Em breve, o grupo LVMH deve anunciar quem vai ocupar a função que foi de Carol Lim e Humberto Leon por oito anos.
Colaborou Hebert Madeira