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BoF 500: conheça personalidades que fazem a diferença na moda em 2019

A seleção anual passou por mudanças e contempla nomes como Meghan Markle, Zendaya, Virginie Viard, Indya Moore, Dapper Dan e Aaron Philip

atualizado

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Edward Berthelot/Getty Images
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1 de 1 zendaya - Foto: Edward Berthelot/Getty Images

Anualmente, o Business of Fashion divulga uma lista de personalidades que estão fazendo a diferença no mundo da moda. A BoF 500 de 2019 contempla uma mudança: a organização não retirou nomes da lista anterior para dar lugar a novas pessoas. A partir de agora, a cada edição serão adicionadas mais 100 pessoas.

Entre os novatos, estão Zendaya, Virginie Viard, Meghan Markle, Indya Moore, Dapper Dan e Aaron Philip. O fundador da marca brasileira Amaro, Dominique Oliver, também está no time de estreantes. A listagem foi celebrada em uma noite de gala durante o Paris Fashion Week.

Vem comigo saber mais!

 

Meghan Markle

A mira dos holofotes não sai de Meghan Markle, inclusive quando se trata de moda. A duquesa de Sussex tem um estilo elegante. Com produções minimalistas e sofisticadas, ela chama atenção por onde passa.

Recentemente, Meghan lançou sua primeira coleção de roupas. As peças foram desenvolvidas para beneficiar a instituição Smart Works, ONG que ajuda mulheres vulneráveis a encontrarem oportunidades no mercado de trabalho.

“Para cada item comprado por um cliente, um equivalente será doado para a caridade. Isso não só nos permite ser parte da história um do outro como nos lembra de que estamos juntos”, escreveu a duquesa de Sussex na Vogue britânica.

Vale destacar que em setembro a duquesa de Sussex atacou de editora na Vogue britânica. Ela reuniu 15 mulheres para que mostrassem suas perspectivas e desejos de mudança para o mundo.

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Meghan Markle é uma das estreantes na BoF 500

 

Reprodução/Instagram/@sussexroyal
Meghan começou a ajudar a Smart Works em janeiro, quando estava grávida

 

Karwai Tang/WireImage
Para o lançamento do trabalho, a norte-americana usou um dos looks da coleção desenvolvida por ela

 

Chris Jackson - WPA Pool/Getty Images
Recentemente, Meghan também atuou como editora convidada na Vogue britânica, ao lado do editor-chefe, Edward Enninful

 

Dapper Dan

Dapper Dan é um dos nomes mais lembrados quando se fala da ligação entre a moda e o hip-hop nos anos 1980 e 1990. O alfaiate ficou conhecido por reformar peças em busca de uma moda reinventada. Ele ficava de olho nos lançamentos das grandes marcas e produzia versões customizadas.

Cresceu no bairro predominantemente negro de Nova York e em 1982 inaugurou a própria boutique, na 125th street. Ao longo dos anos, enfrentou batalhas judiciais por usar logos das grifes e chegou a falir.

Em 2017, por ironia do destino, a Gucci foi acusada de plagiar um dos seus casacos. A label italiana reconheceu a semelhança e aproveitou a situação para anunciar o desejo de trabalhar com o alfaiate.

Em 2018, fizeram uma collab. Para eternizar o resultado, a Gucci lançou até um livro fotográfico em homenagem ao alfaiate. Atualmente, ele faz parte do Gucci Changemakers, programa global que busca inclusão e diversidade na indústria fashion.

Reprodução/@dapperdanharlem
Dapper Dan eternizou a conexão entre a moda e o hip-hop

 

Dimitrios Kambouris/Getty Images
Ícone fashion, foi jurado convidado no programa Project Runway

 

Ari Marcopoulos/Gucci
Em 2018, Dapper Dan lançou uma coleção colaborativa com a Gucci

 

Divulgação/Gucci
A Gucci também lançou o livro Dapper Dan’s Harlem, ilustrado com cliques de Ari Marcopoulos

 

 

Kerby Jean-Raymond

A indicação de Kerby Jean-Raymond para a lista gerou polêmica. O fundador da Pyer Moss e também diretor artístico da Reebok não ficou contente com a escolha.

Ele criou a própria marca com o objetivo de “devolver aos negros a cultura que lhe foi apropriada”. Engajado na luta pela consciência negra, Kerby Jean-Raymond acusou o Business of Fashion de tratar inclusão como uma “tendência”.

O estilista publicou um artigo no Medium com o título “Business Of Fashion 500 agora é 499” (em tradução livre). Na carta aberta, Jean-Raymond explica que foi ao evento de gala da publicação, mas não gostou do que viu por lá.

Na festa, um grupo de pessoas negras foi contratado pela organização para cantar música gospel. O fundador do BoF, Imran Amed (que não é negro) juntou-se ao coral, o que deixou Jean-Raymond ofendido.

“Imran começa a dançar no palco com eles como se fosse Kirk Franklin. Para uma sala cheia de brancos “, escreveu o estilista. “O que motiva alguém a sentir que tem o direito de fazer uma dança de Kirk Franklin no palco? As pessoas sentem que podem comprar ou possuir o que quiserem, principalmente se isso se refere à cultura negra. Estamos sempre à venda”, completou.

O designer norte-americano seguiu o texto falando para que Imran Amed explore sua própria cultura, religião e origem. “Homenagem sem empatia e representação é apropriação”, afirmou.

No artigo, Jean-Raymond também citou que o problema não é de agora. Em 2018, ele se sentiu desrespeitado pelo veículo, durante o BoF Voices.

Quando foi convidado para falar na conferência, o estilista disse à organização que não gostaria de participar de painéis em grupo, mas, sim, fazer uma palestra, ao lado de Bethann Hardison somente. Jean-Raymond queria falar sobre vários temas, como política e sustentabilidade, por exemplo.

“Minha razão é que muitos desses painéis de grupo apenas nos agrupam, ‘Negros na Moda’ ou ‘Diversidade e Inclusão’, quando a realidade é que minha família é muito diferente, faz progressos em variadas categorias”, explicou.

No entanto, a caminho da convenção, ele foi informado de que, apesar do acordo inicial, a participação dele seria em um painel coletivo. Jean-Raymond destacou que só não cancelou a participação por respeito aos outros convidados: Bethann Hardison, Patrick Robinson e LaQuan Smith.

“Fiz isso de má vontade. Mas, na realidade, nós três temos narrativas e histórias únicas que justificariam nossos próprios palcos solo. Os mesmos palcos solo que todos os outros designers brancos receberam por anos”, desabafou.

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Kerby Jean-Raymond é um dos designers mais disruptivos da atualidade

 

Daniel Zuchnik/Getty Images
Ele tem a própria marca, batizada de Pyer Moss, e também é diretor artístico da Reebok

 

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Jean-Raymond não ficou satisfeito ao ver seu nome na BoF 500. O estilista explicou que se sentiu desrespeitado pelo veículo em diferentes ocasiões

 

Indya Moore

A modelo e atriz Indya Moore está na seleção. Neste ano, ela entrou para a história como a primeira modelo trans a estrelar capa da Elle norte-americana.

Indya se reconhece como não binária (não se identifica totalmente como mulher nem como homem), mas aceita ser chamada no feminino. É modelo, atriz, ativista e tem um currículo com trabalhos para grifes como Louis Vuitton, Gucci e Dior.

Ficou conhecida principalmente pela atuação na série Pose, em que interpreta uma mulher trans chamada Angel Evangelista, que se prostitui em busca de sobrevivência. Para humanizar a personagem, usou a própria experiência de vida.

Divulgação/Elle USA
Indya Moore entrou para a história como a primeira trans a ser capa da Elle USA

 

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Ela ficou conhecida pela atuação na série Pose

 

Divulgação/Louis Vuitton
Indya Moore em campanha para a Louis Vuitton

 

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A artista também é ativista em prol da comunidade LGBTQ

 

Virginie Viard

Entre os escolhidos para a lista do Business of Fashion, está a  atual diretora criativa da Chanel, Virginie Viard. A estilista assumiu o posto depois da morte de Karl Lagerfeld, em fevereiro de 2019.

A francesa trabalhava com o kaiser desde 1987. Na década de 1990, quando Karl assumiu a direção criativa da Chloé, Viard o acompanhou. Depois de cinco anos, voltou para a Chanel. Como diretora de estúdio, tinha o papel de “ajudar a tornar a visão de Karl realidade”, como ela mesma afirma.

Em julho, Viard apresentou seu primeiro trabalho de alta-costura desenvolvido para a maison. A coleção foi definida como uma verdadeira nova era para a grife. Ela passou a colocar a própria personalidade nas criações.

Neste mês, durante a Semana de Moda de Paris, com a temporada de primavera/verão 2020, a estilista fez a estreia no ready-to-wear como diretora criativa da Chanel. Tanto nos cenários quanto nas roupas, a estilista é adepta a uma estética moderna, que une casualidade, elegância e até objetividade.

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Em janeiro, quando Karl Lagerfel ainda estava vivo, Virginie Viard substituiu o alemão no encerramento do desfile de haute couture de primavera/verão 2019

 

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Virginie Viard assumiu o comando da Chanel depois que Lagerfeld morreu

 

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Virginie Viard começou na Chanel em 1987

 

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Além de parceira no trabalho, Virginie era uma amiga próxima de Karl

 

Aaron Philip

A modelo Aaron Philip ficou conhecida em 2017. Negra e cadeirante, a jovem chamou atenção ao compartilhar no Twitter o desejo de trabalhar na indústria da moda.

O post viralizou e logo ela conquistou milhares de seguidores. Em 2018, Aaron conquistou o tão sonhado contrato com a Elite NYC, e tornou-se a primeira mulher negra, trans e com deficiência a assinar com uma grande agência.

Atualmente, o portfólio da modelo incluiu campanhas para marcas como Sephora e Outdoor Voices. Neste ano, ela participou do primeiro desfile de sua carreira, para a label Willie Norris.

Aaron também apareceu em publicações renomadas, como Dazed e Teen Vogue. Além de ter sido capa da edição digital Pride 2019 da revista Paper, ela foi entrevistada por ninguém menos que Naomi Campbell.

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Aaron Philip é um dos nomes que estão na lista do Business of Fashion de 2019

 

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Ela é modelo transgênero, negra e cadeirante

 

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Aaron traz mais diversidade, personalidade e representatividade para o mundo fashion

 

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Cheia de estilo, a modelo chamou atenção de personalidades como Miley Cyrus e Zendaya

 

Zendaya

Sem dúvidas, uma das sensações do momento é a atriz e modelo Zendaya. Ela, que é uma das estrelas da série Euphoria, começou a carreira no Disney Channel. Influenciadora das novas gerações, recentemente, a norte-americana esteve na lista de pessoas mais bem vestidas de 2019, eleita pela Vanity Fair.

Com 23 anos recém-completados, Zendaya já tem uma carreira bastante extensa, incluindo trabalhos como designer. Em parceria com a Tommy Hilfiger, desenvolveu duas coleções com referências vintage, apresentadas em semanas de moda internacionais.

As criações da jovem prezam por diversidade e inclusão. A pedido da artista, as peças foram desenvolvidas em tamanhos mais variados, para atender a clientes com diferentes tipos de corpos. Além disso, nos desfiles, Zendaya aposta em castings que celebram a cultura negra e a representatividade.

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Zendaya está entre as celebridades mais bem vestidas de 2019

 

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Em parceria com a Tommy, Zendaya desenvolveu duas coleções inclusivas

 

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A jovem é fashionista de carteirinha

 

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Aos 23 anos, já tem uma carreira consolidada e notória

 

Dominique Oliver

O fundador da Amaro, uma das maiores marcas nacionais da atualidade, também foi selecionado. Suíço radicado no Brasil, Dominique Oliver criou um conceito inovador no país.

O empresário trabalhava nos Estados Unidos como analista financeiro. Em 2008, mudou-se para o Brasil e começou a aprender português. Em 2012, desenvolveu um plano de negócios e criou a Amaro, em São Paulo. Desde então, a label on-line só cresce.

Tornou-se referência no uso de guide shops, que são espaços físicos ligados ao e-commerce. As compras são feitas no site da empresa por meio de computadores que ficam no local, mas os clientes não saem da loja com o produto que adquiriram imediatamente. Lá, é possível experimentar as peças. Outra possibilidade é fazer o pedido e o pagamento pela internet, e, depois de até dois dias úteis, retirar a peça no espaço físico.

Conhecida pelo compromisso com a sustentabilidade, a Amaro promove várias iniciativas conscientes. Uma delas é o bike delivery, serviço de entrega por meio de ciclistas, além do uso de embalagem de envelope 100% reciclável.

Com a iniciativa Amaro Cares, apoia projetos sociais de comunidades espalhadas pelo Brasil e estimula a produção local. A marca também usa tecidos reciclados, feitos a partir de um processo de reaproveitamento de sobras e aparas de tecidos descartados pelas indústrias têxteis.

A ideia de Oliver é estimular cava vez mais mudanças no comportamento de consumo dos brasileiros. “Fazer parte da lista BoF 500 ao lado de nomes que admiro é uma honra e posiciona a Amaro em um novo patamar”, declarou em comunicado oficial. “Esse reconhecimento é mais uma prova que estamos no caminho certo”, concluiu o fundador e CEO da Amaro.

Divulgação/Amaro
Dominique Oliver é o fundador e CEO da Amaro. A label promove iniciativas sustentáveis

 

Pascal Le Segretain/Getty Images for The Business of Fashion
Ele participou do evento de gala da BoF 500, em Paris

 

Divulgação/Amaro
A Amaro apoia projetos sociais e fomenta a produção local

 

 

A lista completa pode ser conferida on-line. Entre os escolhidos de 2019, estão ainda Daniel Lee, diretor criativo da Bottega Veneta; Jimin, músico do grupo BTS; a designer Emily Adams Bode; além das cantoras Céline Dion e Lizzo.

Os modelos Alton Manson, Adesuwa Aighewi, Jeenu Mahadevan, Mona Tougaard, Rebecca Longendyke e Shanelle Nyasiase também entraram para a BoF 500.

Alguns brasileiros já faziam parte da seleção, como a consultora de moda Costanza Pascolato; Daniela Falcão, jornalista e diretora-geral da Vogue Brasil; e Alexandre Birman, estilista e CEO do Grupo Arezzo.

Colaborou Rebeca Ligabue

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