Após quase 50 anos de sucesso, Interview Magazine sai de circulação
Desde o seu lançamento, em 1969 por Andy Warhol, a revista é conhecida por sua extensa cobertura de moda, cinema, arte e música. Vem comigo!
atualizado
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Embora eu adore folhear um bom livro ou revista, tenho que admitir: eles estão se tornando coisa do passado. Agora, mais uma publicação impressa está chegando ao fim.
A Interview, criada pelo artista pop Andy Warhol e conhecida por sua extensa cobertura de moda, cinema, arte e música, encerrou suas atividades após quase 50 anos no mercado. Responsável por capas visualmente impressionantes, marcou gerações e influenciou todo um movimento.
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A revista foi criada para abordar tudo que existia de popular no mundo da arte, cultura e música. Definiu toda uma geração em Manhattan, com auxílio da arte colorida de Andy Warhol e da influência fashion sessentista das socialites e celebridades que passavam pelo ateliê do artista.
Desde 1989, a Interview pertencia a Peter Brant, um bilionário colecionador de arte. Considerada por muitos a “Bíblia e bola de cristal do pop”, foi pioneira em mostrar realidades do centro de Nova York, ajudando a moldar a visão do mundo de adolescentes suburbanos e dando plataforma aos artistas em dificuldades.Além das capas lendárias, feitas pelos fotógrafos de moda mais conceituados do mundo, a revista tinha como objetivo trazer entrevistas reveladoras. As conversas com as personalidades eram intimistas, abordando de tudo: desde o que gostavam de comer no café da manhã até qual era a música mais escutada na infância. Um conceito bem atual. Com o tempo, sob o comando de Bob Colacello e depois de Ingrid Sischy, a empreitada transformou-se em uma publicação mais coerente de cultura pop.
Depois de muitos altos e baixos e disputas judiciais, surgiram notícias, de acordo com anúncios feitos nas mídias sociais por funcionários da empresa, de que a Interview Magazine sairia de circulação.
Em entrevista à CNN, o editor associado da publicação, Ezra Marcus, confirmou, nessa terça-feira (22/5), que a publicação encerrará suas operações impressas e digitais com vigência imediata. A revista também deu entrada no processo de falência.
O fechamento da Interview não é surpresa, ainda mais quando se leva em conta os desafios enfrentados nos últimos anos. Em 2016, o ex-editor-chefe Keith Pollock deixou a revista por um cargo de diretor-executivo, supervisionando o conteúdo digital da Architectural Digest. Pouco depois, outros membros da equipe também deixaram a empresa, incluindo a editora sênior de Moda e Acessórios, Julia Gall — agora, diretora de acessórios da Marie Claire.
Este ano tem sido especialmente desgastante para a publicação, atualmente no meio de dois processos principais. Em fevereiro, o Page Six informou que o proprietário da Interview, Peter Brant, está enfrentando uma ação multimilionária da ex-executiva Deborah Blasucci. Ela alega ter sido demitida de seu cargo, o qual ocupou por mais de 30 anos, por fazer “muito dinheiro”. Brant também é acusado de não ter pago o aluguel do escritório da revista no Soho.
Além disso, Fabien Baron, que atuou como diretor editorial, ao lado do diretor criativo Karl Templer, até abril (ambos renunciaram), está processando a Interview por cerca de US$ 600 mil devido a faturas não pagas entre 2015 e 2018. A esposa de Baron, a estilista Ludivine Poiblanc, também cobra US$ 66 mil por seu trabalho com a revista. O fim da publicação parecia mesmo inevitável, mas, como disse o site Fashionista.com, é lamentável os seus últimos dias estarem sendo tão confusos e cheios de tumulto.
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