Alta-costura da Dior terá cenário assinado por Judy Chicago
A instalação será aberta para visitação após o desfile de primavera/verão 2020, que acontece na próxima segunda-feira, em Paris
atualizado
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A semana de moda do setor mais luxuoso da indústria, com a temporada de primavera/verão 2020, acontecerá de 20 a 23 de janeiro, em Paris. No primeiro dia dos desfiles de alta-costura, a Dior se apresentará no Museu Rodin, na capital francesa. Para assinar o cenário do show, a maison escolheu ninguém menos que Judy Chicago, artista plástica disruptiva e feminista.
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A estrutura promete uma pista enfeitada com flores e muitas cores. Batizada de The Female Divine, a instalação deve incluir faixas criadas por estudantes da Índia, estampadas e bordadas com perguntas reflexivas sobre os direitos das mulheres.
“Judy Chicago nos convida a reconsiderar os papéis e as relações de poder que determinam, por meio da lente do gênero, a maneira como vivemos juntos hoje”, disse um comunicado oficial da grife.
Não é a primeira vez que Maria Grazia Chiuri elege artistas femininas para colaborar nas passarelas com a Dior. Depois do desfile, o espaço desenvolvido por Judy Chicago ficará aberto ao público entre os dias 21 e 26 de janeiro.
Aos 80 anos, Judy Chicago é artista, escritora, educadora e intelectual com carreira consolidada ao longo de cinco décadas. Ela pensa nos próprios projetos como fatores de transformação, empoderamento e mudança social.
No início dos anos 1970, a norte-americana foi uma das pioneiras no segmento artístico feminista. Ficou conhecida principalmente pela obra The Dinner Party, que retratou com cerâmicas o papel das mulheres ao longo da história.
Em 1978, Judy Chicago fundou a Through the Flower, organização sem fins lucrativos dedicada a enfatizar conquistas femininas por meio da educação e proporcionar oportunidades pela arte. Além de abrigar exposições, a iniciativa oferece regularmente palestras e workshops.
Na última Semana de Alta-Costura, Maria Grazia Chiuri se inspirou na arquitetura da Grécia Antiga para a coleção de outono/inverno 2019/20. Na Avenida Montaigne, em Paris, a marca mostrou uma coleção carregada no preto e em silhuetas ousadas.
O cenário anterior foi desenvolvido pela britânica Penny Slinger, conhecida pela arte feminista surrealista. Em tons de preto e branco, a passarela ganhou estampas de faces femininas e obras dramáticas.
Vale lembrar que não é qualquer marca ou coleção que está apta a receber o título de alta-costura. Ao longo do ano, acontecem duas semanas voltadas a esse segmento. As programações estão entre as principais do circuito fashion mundial, em janeiro e julho. Esse é um dos diversos critérios do setor, estabelecidos pela Câmara Sindical da Alta-Costura.
O calendário de primavera/verão 2020 terá labels estreantes e também shows que são figurinhas carimbadas, sempre muito aguardados. Na lista, além da Dior, estão Chanel, Elie Saab, Giambbatista Valli, Alexandre Vauthier, Givenchy e Schiaparelli.
Colaborou Rebeca Ligabue