SLU constrói lagoa de contenção para evitar vazamento de chorume
A empresa também precisou erguer contenções para que o líquido produzido no aterro não ultrapassasse as barreiras e atingisse o Rio Melchior
atualizado
Compartilhar notícia
Para evitar o transbordamento de chorume e a contaminação do Rio Melchior com o líquido produzido no Aterro Sanitário de Brasília, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) construiu, às pressas, nova lagoa de contenção do rejeito.
Com capacidade de aproximadamente cinco mil metros cúbicos, a nova lagoa entrou em operação na última segunda-feira (28/01/2020). Outras três estão sendo construídas. A previsão é de que uma delas seja concluída na próxima sexta-feira.
Diante do volume de chuva nos últimos dias na capital do país – o que impacta diretamente na quantidade de chorume produzido no aterro –, foi necessário, além da construção da nova represa, erguer contenções de solo a fim de evitar o transbordamento do líquido nas lagoas que já estavam no limite de armazenamento.
Como mostrou o Metrópoles, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) cobrou explicações do Governo do Distrito Federal sobre os riscos do vazamento do chorume produzido no aterro, localizado em Samambaia.
A necessidade de armazenar o resíduo é resultado da situação precária de tratamento de chorume – que é realizado, atualmente, pela empresa Hydros Soluções Ambientais, por meio de contrato emergencial, com dispensa de licitação, prestes a expirar, como revelou a Grande Angular.
Sem o tratamento adequado, não é possível devolver o resíduo à natureza, o que gera a necessidade de contenção do chorume.
Diariamente, são despejadas três toneladas de lixo no aterro, o que gera, aproximadamente, 400 m³ do líquido. O cálculo foi elaborado sem considerar o impacto das águas das chuvas constantes, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro.
A situação ameaça o Rio Melchior, que passa nas proximidades do aterro. O curso d’água é um dos vários que abastecem a Bacia do Descoberto.
De acordo com o SLU, as novas lagoas foram construídas pela empresa Consórcio Samambaia Ambiental, constituído pelas empresas GAE, Construrban e DBOP, que opera contrato firmado com o Aterro Sanitário. Assim, de acordo com o órgão, não houve gastos extras com a implementação da medida de contenção do chorume.
O Aterro já contava com seis lagoas – que, somadas, têm capacidade de armazenar cerca de 60 mil metros quadrados. Com as novas bacias de contenção, a capacidade subirá para 80 mil metros quadrados.
O SLU informou ainda que “vai lançar edital no início do próximo mês para contratação do tratamento de 1.100 metros cúbicos/dia de chorume, com duração de até cinco anos”.
Como o certame vigente expira no dia 7 de fevereiro, o SLU destacou que “haverá novo contrato emergencial, com duração de até seis meses ou até a assinatura do contrato definitivo”. Ainda não foi estipulado o valor que será oferecido pelo GDF para o serviço.