Panatenaico: MPF-DF denuncia 12 pessoas por desvios no Mané Garrincha
Eles devem responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação
atualizado
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Quase um ano depois de deflagrada a Operação Panatenaico, o Ministério Público Federal do DF (MPF-DF) ofereceu três denúncias, nesta sexta-feira (6/4), à 12ª Vara da Justiça Federal. No total, são 12 alvos, que devem responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.
Como corre em sigilo, em função dos termos de colaboração de executivos da Andrade Gutierrez que embasaram as investigações, os nomes não foram divulgados. O MPF, entretanto, pediu o fim do segredo de Justiça.
Fontes do Metrópoles no MPF-DF informaram que essas são apenas as primeiras denúncias de um longo processo. Casos mais complexos ainda estão sendo analisados. Outros indiciados pela Polícia Federal, além dos 12 já citados, também poderão ser denunciados.
Cartel e propina
O alvo da investigação era a formação de um cartel por várias empreiteiras para burlar e fraudar o caráter competitivo da licitação e assegurar, de forma antecipada, que os serviços e as obras fossem realizadas por consórcio constituído pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os vencedores teriam pago propina a agentes políticos e públicos.
Foram presos os ex-governadores José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), entre outras pessoas. Todos foram soltos uma semana depois da prisão.
Os advogados de defesa dos ex-governadores Arruda, Agnelo Queiroz e de Filippelli, além de Afrânio, afirmaram não ter lido a denúncia. Segundo eles, somente após ter acesso ao documento poderão comentar o caso. O Metrópoles tenta contato com as defesas dos demais denunciados.
Veja fotos da Operação Panatenaico
As investigações da PF identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão. A estimativa é de desvio de R$ 900 milhões. A operação é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez.
Em setembro do ano passado, o Metrópoles mostrou que os procuradores avaliavam a possibilidade de oferecer denúncias separadas. Após a denúncia da Polícia Federal, eles começaram a analisar os depoimentos, laudos periciais e documentos do inquérito.