MPDFT investiga nomeação de parentes do distrital Jorge Vianna
Denúncia cita que ao menos sete pessoas da Administração Regional de Samambaia têm laços familiares com o deputado, que nega irregularidades
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga se há irregularidades na nomeação de parentes do deputado distrital Jorge Vianna (Podemos) na Administração Regional de Samambaia.
Segundo a denúncia feita ao MPDFT, haveria pelo menos sete familiares do parlamentar no órgão e um no Complexo Cultural de Samambaia. Vianna confirmou à coluna ser parente de três.
Nomeada como coordenadora de Desenvolvimento da Administração Regional de Samambaia em 11 de junho de 2019, Maria Josilene Viana é prima do distrital.
Assessor especial desde 21 de janeiro de 2019, Reinaldo Felix de Araújo Leite é cunhado de Vianna.
Outro cunhado do deputado, Carlos Alberto de Oliveira é chefe de gabinete desde 12 de fevereiro de 2019.
Do trio, Carlos Alberto é o único concursado do GDF: ele é auxiliar de educação e foi requisitado à pasta de origem pela administração.
Vianna disse que os três foram nomeados e continuam nos cargos por méritos próprios. “Carlos Alberto é diretor do SAE [Sindicato de Auxiliares de Educação] e chefe de gabinete há muito tempo. Ele mora em Samambaia e é casado com a minha irmã”, afirmou.
“O Reinaldo Felix, outro cunhado, também mora em Samambaia. É extremamente competente. A Josilene Viana é minha prima e uma pessoa gabaritada. O restante não é parente”, acrescentou o deputado.
Ainda de acordo com o distrital, todos têm as suas carreiras e atribuições específicas para os cargos que ocupam. “Pelo fato de morarem em Samambaia e serem competentes, estão lá fazendo o trabalho deles”, comentou.
“Pessoas ligadas aos deputados não podem ser penalizadas a nunca ter um cargo público. O Carlos Alberto, por exemplo, é um líder sindical que conseguiu sua notoriedade com meios próprios. Será que ele nunca vai poder ser alguma coisa porque é meu cunhado?”, questionou.
Na avaliação do deputado, não há irregularidade nesse caso. “As nomeações são feitas pelo administrador regional, que é do Poder Executivo. Portanto, não há crime”, afirmou Vianna, ressaltando que não foi ele que indicou o administrador de Samambaia, Gustavo Aires.
No MPDFT, a apuração é conduzida pela 4ª Promotoria de Justiça Regional de Defesa dos Direitos Difusos (Proreg).
Procurada pela coluna, a Administração Regional de Samambaia não quis se manifestar sobre o assunto.