Ibaneis diz que secretário e servidores presos são “indevidamente acusados”
O governador do Distrito Federal classificou a Operação Falso Negativo como “desnecessária” e afirmou que gestores estavam à disposição
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), divulgou nesta terça-feira (25/8) nota na qual lamenta “a desnecessária operação ocorrida nesta manhã e que culminou na prisão preventiva da cúpula da Secretaria de Saúde”.
Ibaneis se refere à Operação Falso Negativo, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apura superfaturamento de R$ 30 milhões em contratos que somam R$ 73 milhões na compra de testes para detecção da Covid-19.
Segundo o chefe do Executivo local, o secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, e toda a equipe “sempre estiveram à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer fatos, mantendo abertos todos os processos em curso na SES, inclusive com o acompanhamento on-line do Ministério Público, pelo Sistema Eletrônico de Informações (SEI), comprovando a inexistência dos crimes de que estão sendo indevidamente acusados”.
Ibaneis afirmou que, agora, não “resta outra atitude” a não ser afastar preventivamente os gestores, “com o único intuito de não paralisar os importantes serviços prestados à sociedade do Distrito Federal pela Secretaria de Saúde, em especial neste momento de pandemia”.
Como mostrou a coluna Grande Angular em matéria publicada na manhã desta terça-feira, Osnei Okumoto voltará para a chefia da Secretaria de Saúde do DF. Ele é antecessor de Francisco e, após ter deixado a pasta, assumiu o cargo de presidente da Fundação Hemocentro de Brasília.
“Aguardo rápida apuração e o esclarecimento dos fatos para que pessoas inocentes não tenham seus nomes indelevelmente manchados”, assinalou o titular do Palácio do Buriti.
Confira a nota do governador:
Alvos
São alvo de prisão preventiva: Francisco Araújo Filho, secretário de Saúde do DF; Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde; Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde; Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde; Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen); Iohan Andrade Struck, subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde do DF; e Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) informou que “sempre esteve à disposição do Ministério Público, colaborando com as investigações e fornecendo todos os documentos necessários à devida apuração dos fatos relativos à operação Falso Negativo, desde a sua fase inicial.”
Afirmou que não só disponibiliza as informações solicitadas como franquia o acesso on- line dos membros do MP a todos os processos de compras e contratos da pasta, através do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e “vem realizando reuniões semanais com os membros desse órgão de controle para esclarecer dúvidas, acatar recomendações e aprimorar os mecanismos de transparência dos atos e ações da pasta junto à sociedade.”
Em nota, a defesa de Francisco Araújo disse que “lamenta a forma precipitada como o caso foi tratado”. De acordo com os advogados do secretário, a decisão, que reproduz os termos da representação do Ministério Público, “não descreve nada que possa configurar crime”.