Homem morto em parada era o assassino do desembargador Irajá Pimentel
Kazorriro dos Santos Lima foi condenado em 2004 pelo assassinato do magistrado. O motivo do crime era uma disputa de terras
atualizado
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O homem que morreu na manhã de segunda-feira (30/10) depois de ser atingido por seis tiros, em uma parada de ônibus, no SIA, é o assassino do desembargador Irajá Pimentel. O magistrado faleceu em 15 de março de 2002, pela manhã, quando caminhava com sua mulher na 216 Sul. Kazorriro dos Santos Lima disparou três vezes contra Pimentel, que não resistiu. A esposa dele também foi baleada no rosto, mas sobreviveu aos ferimentos.
Kazorriro foi o primeiro a ser julgado pelo Júri Popular. Na época, ele foi apontado pelos procuradores que investigaram o caso de ter planejado e operacionalizado o crime. Chegou a roubar um carro para que o bando cometesse o assassinato.
Acabou condenado a 26 anos e 10 meses de prisão, em 25 de novembro de 2004. Segundo denúncia do Ministério Público, sete pessoas tinham vínculo com o assassinato. A razão apontada para o crime na época foi uma disputa por terras da Fazenda Samambaia. A área fica em Brazlândia e é vizinha à propriedade da família do desembargador.
O detento cumpria pena no Centro de Progressão Provisória (CPP), que fica no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Ele estava no regime semiaberto com benefício de trabalho externo. Foi atacado enquanto aguardava um ônibus próximo ao prédio da Caesb. Segundo testemunhas, um carro parou e ocupantes do veículo dispararam seis vezes. Outras pessoas que estavam na parada conseguiram fugir e não se feriram.Além do assassinato, a ficha criminal de Kazorriro é extensa. Ele respondia por crimes de roubo, ameaça, receptação, extorsão, estelionato, apropriação indébita, assédio sexual e desacato de autoridade.
Quando morreu, o desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) tinha 62 anos. Era natural de Formosa (GO) e havia ocupado a Secretaria Municipal da Prefeitura de Goiânia, em 1961. Começou sua carreira na magistratura como juiz substituto do TJDFT, após ter sido aprovado no concurso de 1968. Seis anos depois, tornou-se Juiz de Direito e, em 1984, foi promovido a desembargador por antiguidade, tendo exercido o cargo de corregedor no biênio 1990/1991. Aposentou-se em 2 de março de 1993.
Colaborou Otto Valle