General Heleno: “Nem se eu fosse auxiliar do papa, não dá tempo de TV”
Para o militar da reserva, partido nada ganharia se ele fosse o vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL)
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (18/7), o general reformado Augusto Heleno confirmou que deve se desfiliar do PRP-DF e seguir ajudando nos bastidores da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato à Presidência da República.
O general foi convidado para ser o vice na chapa campeã das pesquisas de intenção de voto. O nome dele surgiu com grande euforia nas últimas horas, mas não chegou a ser confirmado, por impedimento do partido ao qual Heleno está filiado.
Na noite dessa terça-feira (17/7), o general participou de um jantar com o presidente nacional do PRP, Ovasco Resende. “Ele me explicou e eu compreendi perfeitamente. Os partidos querem eleger o maior número possível de deputados federais, isso é o que dá fundo partidário e tempo de TV. O resto é periférico”, contou o general à coluna Grande Angular.
“Eu não sou político, não entendo muito esta dinâmica, mas agora ficou tudo muito claro. Era impossível o partido se coligar com Bolsonaro, se nos estados outras composições já tinham sido acertadas. Além do mais, dentro do contexto do que querem as legendas, nem se eu fosse o auxiliar do papa no Vaticano ia fazer diferença, porque isso não dá nem tempo de TV, nem fundo partidário. Deputado é o que vale no mercado”, avaliou o militar da reserva.
O general é uma pessoa de grande confiança de Bolsonaro. Trata dos temas de segurança pública e de defesa nacional na pré-campanha.
De acordo com nota divulgada pelo PRP, a legenda tinha planos de lançar o militar como candidato ao Senado pelo Distrito Federal (DF) nas eleições deste ano. Mas o general abdicou da candidatura e, em consequência, de sua filiação: “Era para mim uma missão, não pleiteei isso. Como não vou me candidatar ao Senado, não faz sentido me manter vinculado ao PRP”.Heleno foi o primeiro comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, de junho de 2004 a setembro de 2005.
Ele trabalhou por quatro anos na Presidência da República, nos governos Collor e Itamar Franco. Na época, era adjunto da Subchefia do Exército na Casa Militar. Foi comandante da Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, além de adido na França e na Bélgica por dois anos. Também foi comandante militar da Amazônia e passou para a reserva do Exército Brasileiro em maio de 2011.