GDF promove militares menos de 180 dias antes das eleições
Medida irritou categorias que esperam por reajustes. Legislação eleitoral proíbe agentes públicos de aumentar salários no período
atualizado
Compartilhar notícia
No aniversário de Brasília, militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros receberam um agrado do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). O chefe do Executivo reduziu em 50% o interstício, ou seja, o intervalo entre as promoções por tempo de serviço de praças e oficiais das duas corporações.
Além disso, ainda de acordo com as regras da legislação anterior, quase 300 oficiais e 900 praças ascenderam nos postos. As medidas do governador foram publicadas em suplemento do Diário Oficial na última sexta-feira (20/4).
Sem alterações no contracheque, outras categorias reagiram. Circulam nas redes sociais cópias do DODF e comentários apontando o possível tratamento “desigual” dado aos servidores por Rollemberg.
Outro ponto polêmico é que os benefícios aos militares foram concedidos dentro do período no qual os gestores públicos estão proibidos de dar aumentos salariais pela Lei das Eleições (n° 9.504/1997).
O objetivo da legislação é assegurar a igualdade entre os candidatos – pois políticos que disputam a reeleição poderiam se beneficiar.
Com o impedimento legal, muitas categorias que pressionavam o Executivo em busca de reajustes ficaram a ver navios. É o caso, por exemplo, dos policiais civis – eles cobram equiparação salarial com a Polícia Federal (PF), um aumento de 37%.
Também estão na lista dos que não terão aumento 4 mil funcionários da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), da Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). Eles cobram reajuste de 22,71%.
Terceira parcela
Como está previsto em lei, o aumento concedido em 2013 para 32 categorias do funcionalismo distrital não está impedido pela legislação eleitoral. A terceira parcela do aumento aprovado por Agnelo Querioz (PT) deveria ter sido quitada em 2015.
No entanto, o GDF não parece disposto a liberar o reajuste. Mesmo livre há sete meses das amarras do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impedia contratações e a concessão de aumento, o Executivo segue alegando não ter caixa para suportar alta nos gastos com a folha de pessoal.