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Ex-sócio de Eunício, Rodrigo Neves é preso pela nova fase da Lava Jato

MPF aponta que o empresário foi responsável por intermediar pagamentos indevidos exigidos pelo delator ao coronel Lima, amigo de Temer

atualizado

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Rodrigo Neves
1 de 1 Rodrigo Neves - Foto: JP/Rodrigues

Um dos alvos da operação que levou para a cadeia o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-ministro Moreira Franco (MDB) é o empresário Rodrigo Castro Alves Neves. Ele é um dos donos da empresa Manchester, que até 2011 era de propriedade do ex-presidente do Senado Federal Eunício Oliveira (MDB).

Filho de Nelson Neves, homem de confiança do ex-congressista, Rodrigo teve a prisão temporária decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas nesta quinta-feira (21/3). O Ministério Público Federal (MPF) aponta que ele foi o responsável por intermediar o pagamento de propina exigido por João Baptista Lima Filho – o coronel Lima – ao delator José Antunes Sobrinho.

A força-tarefa da Lava Jato afirma que houve transferência de R$ 1 milhão da empresa Alumi, especializada em outdoors, à PDA Arquitetura e Engenharia, companhia de propriedade do Coronel Lima, amigo de Temer.

“Rodrigo Neves era o responsável pela Alumi Publicidades, que possuía contrato com a Inframerica referente à divulgação publicitária no Aeroporto de Brasília. Diante disso, o colaborador Sobrinho (delator) assinala que solicitou auxílio para Rodrigo a fim de que ele realizasse pagamento de R$ 1 milhão ao coronel Lima, por meio de contrato fictício com a empresa PDA”, diz o juiz no mandado de prisão, com base na denúncia do MPF.

O desdobramento da Lava Jato dá um tiro de raspão em um dos caciques históricos emedebistas. Derrotado no projeto para reeleição ao Senado, Eunício se afastou do grupo de terceirização após denúncias de que a empresa manteve contratos de quase R$ 1 bilhão com a Petrobras entre 2007 e 2011. Na época, ele era considerado “todo poderoso” e chegou a ser ministro das Comunicações do ex-presidente Lula.

A legislação impede que empresas ligadas a deputados e senadores sejam contratadas pelo poder público, especialmente no caso de a autoridade participar diretamente da gerência ou administração. Em 2011, Eunício repassou suas cotas na Manchester para seus sócios. Por isso, o ex-congressista alega que não geria seus negócios, tarefa que delegava exclusivamente a executivos.

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