Covid-19: GDF exige que hospitais particulares cedam mais leitos de UTI
Quase sem vagas nas UTIs, GDF busca acordo com rede privada. Na pandemia, o governo tem a prerrogativa de requerer esses espaços
atualizado
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Uma importante articulação entre integrantes do GDF e representantes dos hospitais privados do Distrito Federal pode ter desfecho na manhã desta quinta-feira (9/7). Governo e gestores das unidades de saúde negociam para que a rede privada libere mais leitos de UTI no contexto da calamidade imposta pela pandemia do coronavírus.
Às 17h desta terça-feira (8/7), um grupo de 20 gestores de hospitais particulares do DF esteve no Palácio do Buriti, em reunião com o titular da pasta de Saúde local, Francisco Araújo. Na ocasião, o secretário alertou que o governo precisa de mais leitos de UTI para lidar com a chegada do pico da pandemia na capital.
Em função do estado de calamidade, o governo passa a ter prerrogativa de requerer e regular o uso dos leitos nas unidades privadas, alegando fé pública. Mas essa seria uma atitude drástica. Por isso, os dois lados tentam chegar a um acordo.
Todos os hospitais particulares envolvidos estão buscando alternativas para oferecer uma cota ao GDF. Por enquanto, o grupo das unidades de saúde particulares fala em ceder 30 leitos. Mas a expectativa do governo é mais alta.
O GDF vai insistir para aumentar esse número, tendo em vista que, segundo informações que o próprio governo dispõe, a rede privada teria capacidade de até 400 leitos. Desses, no entanto, 197 já estão disponíveis para o governo no enfrentamento da crise.
Desde o início da pandemia, o GDF lançou editais de chamamento para que os hospitais particulares colocassem à disposição da rede pública leitos de UTI. A ocupação desses espaços é remunerada pelo Executivo local, com valores definidos pelo próprio governo, sempre mais baixo do que as taxas operadas pelas unidades de saúde privadas.
O acordo também prevê mudança no encaminhamento dos pacientes da rede pública que precisam de UTI. A ideia é que os hospitais públicos concentrem os doentes infectados pela Covid-19. Os enfermos que, eventualmente, precisarem de terapia intensiva por outras causas serão encaminhados às unidades privadas.
A segunda rodada de reunião entre governo e representantes dos hospitais está marcada para esta quinta-feira (9/7).
De acordo com dados atualizados pelo GDF na noite desta quarta, a taxa de ocupação em UTIs reservadas para tratamento da Covid-19 nos hospitais públicos estava em 75,26%. Na rede privada, o índice era mais alarmante: 93,99%.