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Chácara que virou “QG” de extremistas é de fazendeiro que ameaçou Ibaneis

Ex-sócio diz que propriedade pertence a André Bastos Paula Costa. Propriedade em Arniqueiras foi alvo de busca e apreensão neste domingo

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Fazendeiro que ameaçou Ibaneis tem ligação com extremistas alvo de operação policial
1 de 1 Fazendeiro que ameaçou Ibaneis tem ligação com extremistas alvo de operação policial - Foto: PCDF/Divulgação

Evidências que ligam o fazendeiro goiano André Luiz Bastos Paula Costa ao grupo QG Rural foram encontradas durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã deste domingo (21/06), em Arniqueiras. Indícios apontam que a chácara usada como ponto de apoio de um grupo de extrema-direita pertence ao empresário. Costa é investigado por ameaçar o governador Ibaneis Rocha (MDB).

Ao Metrópoles, um ex-sócio de Costa, que pediu para não ser identificado, confirmou que a sociedade de reciclagem que tinha com ele foi desfeita e a propriedade alvo da operação ficou com o fazendeiro no fim do negócio. À época em que funcionava a empresa, o local servia de depósito de sucata de ferro e aço.

Por meio da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), a corporação cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel localizado na região de Arniqueiras.

Os investigadores apuram a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaças e porte de armas.

O alvo da operação foi uma chácara, com duas casas, onde também havia barracas instaladas. O imóvel conta com câmeras de segurança que cobrem toda a sua extensão. No momento da operação, duas pessoas estavam no local.

Em meio à ação, foram apreendidos fogos de artifício, vários manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, aparelhos de telefone celular, um facão, um cofre (que ainda será aberto) e outros materiais destinados a manifestações.

A ação ocorreu pouco antes de protestos marcados para este domingo (21/06), na Esplanada dos Ministérios: grupos pró e contra Bolsonaro se manifestaram.

5 imagens
Chácara funcionava como QG Rural
Local contava com câmeras de segurança
Ação foi coordenada pela PCDF
Local foi cercado pela polícia
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Material apreendido

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Quem é

André Luiz Bastos Paula Costa é investigado pela PCDF por promover uma série de ameaças registradas em vídeo contra o governador do DF.

As imagens foram feitas logo após o chefe do Executivo distrital determinar o desmonte de acampamentos e a retirada de integrantes dos grupos QG Rural e 300 do Brasil da Esplanada dos Ministérios, em 13 de junho. O autor da gravação tem histórico de violência em manifestações e teria dado uma facada no braço de um homem, em 2018.

As ameças do fazendeiro a Ibaneis Rocha são apuradas pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), da PCDF. No vídeo, André Luiz aparece em uma área rural, com uma caminhonete ao fundo. No início, ele se queixa de o acampamento onde se concentravam produtores rurais de todo o país ter sido desfeito à força pela Polícia Militar. “Governador Ibaneis, o senhor foi hoje (dia 13/06) lá no QG Rural, do lado do Ministério da Agricultura, e mandou derrubar nosso acampamento lá, né?”, diz o homem.

O integrante do grupo de extrema-direita prossegue e faz a primeira ameaça contra o chefe do Executivo local. “Pois é, governador, o senhor derrubou o acampamento de todos os produtores rurais do Brasil. Somos nós que estamos mantendo esse país e nós não vamos a aceitar a truculência, a forma como o senhor agiu, senhor Ibaneis. Nós vamos mostrar pro senhor com quem que o senhor mexeu”, ameaçou.

Confira o vídeo:

O homem que ameaçou o governador do DF havia sido conduzido anteriormente para uma delegacia por ter feito uma vítima com uma facada no braço. O caso ocorreu em Goiânia (GO), em 7 de abril de 2018. Na ocasião, André Luiz e um grupo de amigos comemoravam a prisão do ex-presidente Lula.

De acordo com o Termo Circunstanciado (TC) registrado pela Polícia Civil goiana, o grupo resolveu festejar a prisão de Lula soltan­do rojões. A barulheira teria incomodado frequentadores idosos de uma praça. Um deles, Abrão Noleto, 65 anos, abordou o grupo alertando do transtorno causado pelos fogos.

Irritados, os integrantes da manifestação correram no encalço de Abrão com o intuito de surrá-lo. Os agressores o perseguiram até o carro, onde ele buscou refúgio. Os homens ain­da tentaram arrancá-lo do veículo, no que foram impedidos pelo enteado do idoso, que, na confusão, acabou gol­peado no antebraço por uma faca. Policiais que passavam pelo local conduziram autores e vítimas para a delegacia, onde o caso foi registrado.

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