BRB aluga prédios da CNC e organiza mudança para a Asa Norte
No valor global de R$ 276 milhões, contrato de aluguel terá duração de 10 anos. Atual sede será reformada e, em 2 anos, abrigará TI do banco
atualizado
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A sede do Banco de Brasília (BRB) vai mudar de endereço. O prédio que abriga o coração do banco desde a década de 1960 – e virou uma marca no centro da cidade com o relógio digital que exibe a hora em seu topo – será reformado. Em dois anos, abrirá com nova função: reunir as áreas de tecnologia e inovação da instituição financeira. Ali também vai existir uma universidade corporativa.
Com parte das operações imobiliárias congeladas em função do resguardo vivido em tempos do novo coronavírus, a confirmação sobre a transação no feriado de Páscoa atiçou o mercado. O fato foi noticiado primeiro pelo site Antagonista.
Em breve, os 700 funcionários que hoje ocupam o prédio do Setor Bancário Sul passarão a trabalhar nas torres B e C do Edifício Empresarial CNC, localizado no Lote C da Quadra 5 do Setor de Autarquias Norte. O imóvel pertence à Confederação Nacional do Comércio.
O contrato assinado entre o BRB e a CNC, de número 39 de 2020, tem vigência a partir do dia 9 de março e duração de 120 meses (10 anos). Segundo especifica extrato oficial, houve dispensa de licitação com base legal (combinação das leis de licitações e nº 13.303, de 2016). O valor global da negociação é de R$ 276.084.180,00.
A partir da tarifa cheia por mês, durante o período, o custo do BRB com aluguel seria de aproximadamente R$ 2,2 milhões. Mas, em cima dessa prestação, o banco poderá ter acesso ao chamado desconto de pontualidade, com percentual de 20% nos dois primeiros anos e 15% a partir de então.
Nesse caso, a perspectiva de gastos com o qual o BRB trabalha é de R$ 1,9 milhão por mês. Os custos com serviços gerais estão incluídos nesse total.
Segundo a direção do BRB, alguns motivos ampararam a decisão pela mudança de endereço, a despeito do gasto que o banco acrescentará nas obrigações financeiras. Entre as razões, a necessidade de a instituição reunir em um só endereço os oito braços de operação do banco, como a financeira, a BRB Cartões, a DTVM, o plano de pensão.
Solução interna
Durante seis meses do ano passado, o BRB buscou uma solução interna que previa a possibilidade de reforma estrutural nas instalações da atual sede. Mas os gestores do banco acabaram descartando a possibilidade porque não atenderia a todas as necessidades do banco, como a existência de mais banheiros por andar, de salas de conferência, auditório, garagem mais ampla.
A nova sede do BRB terá em torno de 800 garagens disponíveis para os funcionários, transfer que atenderá os servidores que precisam recorrer à Rodoviária, teatro, auditório.
Confira o extrato oficial e fotos atuais das dependências:
A atual gestão do BRB adotou um modelo expansionista, com o objetivo de ampliar a operação do Banco de Brasília para o máximo de estados possível.
“O BRB está crescendo, com atuação em todos os estados. É uma instituição que fatura R$ 1,5 bilhão por ano. Precisa de uma estrutura compatível com o porte que tem”, destacou o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Aproximação com CNC
O contrato de locação do BRB com a CNC sedimenta uma aproximação entre as duas instituições que vinha sendo construída em outras frentes. Recentemente, como noticiou o Metrópoles, a direção do banco negociou a transferência da folha de pagamento de 4 mil servidores do Sesc e do Senac-DF, ligadas à CNC. Uma negociação que movimentará R$ 14 milhões por mês.
O BRB tem tentado trazer também o pagamento dos salários do sistema S de outras praças, como Minas Gerais, Piauí, Bahia, Amazonas e Goiás.
As condições que levaram à assinatura do contrato de aluguel entre o banco e a Confederação Nacional do Comércio foram consideradas imbatíveis pelo grupo de trabalho do BRB que tocou a operação. Estavam em disputa pelo aluguel do BRB seis prédios pertencentes a grupos empresariais da cidade.