Brasília vai tremer: prisão de doleiro movimenta bastidores na capital
Detido nesta quinta-feira (3/5), Francisco Araújo Júnior, conhecido como Jubra, comandava o câmbio paralelo após queda de antecessores
atualizado
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No período pré-Lava Jato, o doleiro mandachuva na capital federal era o dono do Posto da Torre, Carlos Habib Chater. Ele agia como um braço da operação montada com tentáculos em todo país pelo doleiro dos doleiros à época, Alberto Youssef.
Ao cair em desgraça, Youssef derrubou, em efeito dominó, vários operadores ligados a ele. Foi aí que minguou o movimento nas dependências do banco improvisado no posto de gasolina bem no centro de Brasília.
Então, outro personagem da cidade assumiu o protagonismo na compra e venda de moeda estrangeira sem lastro: Fayed Traboulsi. O empresário ocupou, por um período, em Brasília, o tal posto de doleiro dos doleiros. Mas ele também acabou passando uma temporada na cadeia, por conta de denúncias de fraudes em fundos de Previdência.
Apesar de a prisão de Fayed não ter vínculo com a atividade de câmbio, ela interferiu em seu papel no setor. Diante de toda a repercussão da Lava Jato, o próprio Fayed decidiu diversificar seus negócios e diminuir a atividade com o dólar paralelo.
Daí que ascende a figura de Francisco Araújo Júnior, o Jubra. Até sua prisão nesta quinta-feira (3/5), ele era o nome do câmbio paralelo na capital federal. Quem entende as minúcias desse mercado assegura que Jubra atendia toda a sorte de gente poderosa, entre políticos, empresários e advogados.
A prisão, no âmbito da Operação Câmbio, Desligo, tira do bastidor um operador que, além de muitos dólares, guarda uma porção de segredos. Assim como em São Paulo, onde foi preso Dario Messer, há apostas de que muita gente também em Brasília vai ter um sono atribulado nos próximos dias.