Sem dados de 2019, Turismo não sabe quanto gastaram estrangeiros
Falta de informações do Ministério impede cálculo de despesas feitas no Brasil por visitantes de países isentos de visto
atualizado
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O Ministério do Turismo ainda não dispõe de dados sobre quanto os visitantes de cada país gastaram no Brasil em 2019. Em particular, o governo não sabe as despesas feitas pelos cidadãos com passaportes das nacionalidades isentas de visto.
“Informamos que o Ministério do Turismo ainda está contabilizando os números de 2019 para posterior divulgação”, respondeu assessoria de imprensa da pasta à pergunta do Metrópoles sobre as despesas de cidadãos de quatro nacionalidades dispensadas de vistos, em junho do ano passado, pelo presidente Jair Bolsonaro – Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália.
Também procurado pelo Metrópoles, o Banco Central respondeu não possuir informações de gastos de turistas discriminadas por nacionalidade. Como vimos antes na coluna, no total, os quatro países liberados de vistos enviaram 522.070 turistas em 2018 e, em 2019, mandaram 583.413 – diferença de 61.343. As informações são da Polícia Federal.
O número de turistas dos EUA, por exemplo, saltou de 391 mil para 439 mil na comparação entre 2018 e 2019, segundo a Polícia Federal. Do Japão, vieram menos no ano passado (56.409) do que em 2018 (59.052).
Também vimos aqui que, de 2018 para 2019, os consulados do Brasil nos Estados Unidos tiveram uma queda R$ 31 milhões na arrecadação decorrente da emissão de vistos no país. Essa é uma informação oficial do Itamaraty.
Na mensagem ao Metrópoles, o Ministério do Turismo enviou apenas dados de 2017 e 2018. Sabe-se, por exemplo, que os visitantes dos Estados Unidos gastaram, em média, US$ 62,44 por dia em 2018. Em 2017, a média foi US$ 56,50.
O ministério também informou que cidadãos dos EUA permaneceram, em média, 18,6 noites no Brasil em 2018, menos do que as 20,2 de 2017. Os australianos ficaram 24,4 noites no Brasil em 2018, média superior às 19,2 noites do ano anterior.
Mesmo com os dados disponíveis, ainda não se sabe se, do ponto de vista meramente financeiro, o Brasil teve vantagens com a dispensa dos vistos. Apesar do aumento global no número de turistas dos quatro países em 2019, outros fatores, como o real desvalorizado, ajudam na entrada de estrangeiros.
Nos aspectos políticos, pode-se afirmar que o Brasil abriu mão da tradicional reciprocidade no sistema de concessão de vistos própria das nações soberanas.