Psicóloga dá quatro dicas de como superar a morte do pet
Fazer um rito de passagem simbólico, doar os brinquedos do pet e ainda buscar fazer uma terapia são algumas das orientações da profissional
atualizado
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Os pets fazem companhia nos momentos bons e ruins. Além de oferecer amor incondicional aos tutores todos os dias, cria-se uma forte relação de parceria. Por essa razão, a partida deles é bastante dolorosa, podendo ser comparada a perda de um familiar querido.
E ao contrário do que muitos pensam, o momento de luto diante da morte de um pet não é algo banal. A superação desse tipo de perda e ausência pode levar meses ou até mesmo anos. E as lembranças daquele animal permanecem com o tutor durante toda a vida.
De acordo com a psicóloga Sirlene Ferreira a morte de um bichinho de estimação é uma experiência que em alguns casos pode se tornar traumática. “Na maioria dos casos, o animal representa um membro da família. Já atendi situações em que a pessoa vivia apenas com o pet e após a perda entrou em depressão, pois a solidão ocupou o lugar daquele animal. E ainda há casos em que o pet foi a primeira perda que a pessoa enfrentou na vida e ela não sabe como reagir ao sentimento”, explica.
Para a profissional o tempo de duração e a forma de encarar o luto depende de cada pessoa, pois cada um tem um jeito de lidar com a morte. Mas a especialista afirma que o indicado neste momento é a pessoa ficar perto de quem ama. Além disso, uma ajuda profissional é muito importante, pois o indivíduo está enfrentando o rompimento de um vínculo de afeto que é vivido diariamente.
“O dono do pet também pode procurar fazer um rito de passagem para simbolizar a despedida. Isso ajuda a lidar com a perda. Além disso o tutor precisa se permitir chorar e sentir saudade. Ele pode também doar os brinquedos e acessórios do pet. E futuramente dar espaço a um novo bichinho, pois ele pode preencher o vazio que fica na casa, sendo uma nova companhia”, aconselha.
Para a estudante de medicina veterinária, Júlia Franklin, a perda do cachorrinho Timão foi muito dolorosa. O animal sofria de problemas cardíacos e faleceu em 2018. Para Júlia, a morte foi traumática, pois tudo aconteceu muito rápido. Além disso, foi a primeira perda afetiva que a estudante enfrentou.
“Durante a noite percebi que ele não estava bem e seguimos para o veterinário. Nós ficamos aguardando o atendimento no carro. Ele então veio para o meu colo e eu comecei a sentir a pressão dele cair. Ainda saí correndo com ele para dentro da clínica, mas já era tarde demais. Os veterinários tentaram de tudo para que ele voltasse, mas ele já tinha partido”, recorda.
A estudante demorou para superar a perda e o luto. Para ela, conseguir se adaptar novamente a rotina sem o cachorrinho foi a parte mais difícil. “Para seguir em frente, eu coloquei na minha cabeça que a vida dele e a de ninguém me pertence e que eu não tive culpa da partida dele. Às vezes, choro de saudade, mas faz parte… a vida é assim mesmo, nada e nem ninguém são para sempre, mas ele mora no meu coração até hoje”, finaliza, emocionada.