Alerta: obesidade afeta mais de 50% dos pets em todo o mundo
A doença pode reduzir a expectativa de vida dos animais, além de desencadear outras enfermidades, como a diabetes
atualizado
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Uma pesquisa realizada pela empresa Mars Petcare comprovou um dado alarmante: a obesidade atinge cerca de 59% dos cães e 52% dos gatos em todo o mundo. Grave, a doença pode reduzir em muitos anos a expectativa de vida dos animais, além de desencadear outras enfermidades, como diabetes, dificuldade de locomoção e problemas respiratórios.
“O grande problema é que o tutor demora a identificar o problema no pet. Eles tendem a achar que o excesso de gordura é algo fofo ou bonito, não enxergam como uma doença nutricional”, afirma a médica veterinária Gláucia Bueno, especialista em obesidade animal.
Geralmente, os cães e os gatos podem desenvolver a obesidade por conta de uma ingestão excessiva de calorias. Isso pode acontecer quando os tutores fornecem mais alimentos do que o necessário, não estimulando a perda calórica suficiente por meio de brincadeiras ou passeios. Essa, entretanto, não é a única razão. O pet também pode apresentar um quadro que facilite o sobrepeso.
“Algumas doenças endócrinas como o hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo ajudam a agravar esse quadro. Elas estimulam o baixo metabolismo e a facilidade no ganho de peso no animal. Combinadas com uma dieta inadequada, podem levar facilmente ao sobrepeso”, afirma a especialista.
Aos 12 anos e pesando cerca de 20 quilos, a cachorrinha do estudante de veterinária Paulo Sampaio é um entre milhões de pets que foram acometidos com esse mal. O bichinho apresenta um quadro de hipotireoidismo e lipomas (tumores benignos de gordura). O tutor admite que o grande responsável pelo sobrepeso é a má alimentação. A família vê dificuldade em negar comida à Nina diante do irresistível “olhar pidão”.
“Agora, nós damos a ração senil para ela duas vezes ao dia, mas, antes dos oitos anos, ela comia uma quantidade exagerada da ração comum junto a outras comidas que não são ideais para ela. Meus pais ofereciam pão, queijo, petiscos industrializados e bife. Ela come de 3 a 5 bifinhos por dia”, conta.
A especialista alerta, ainda, que os gatos obesos desenvolvem diabetes tipo 2 com grande frequência, diferente dos cães. Entretanto, algumas raças têm mais facilidade em desenvolver a obesidade, como Labrador, Beagle, Basset Hound e o Poodle.
É o caso da Mila, poodle de 10 anos de idade que tem um quadro claro de sobrepeso. A tutora, a jornalista Rafaela Lima, relata que ela engordou muito depois dos oito anos de idade, e, hoje, tem dificuldades para brincar e até mesmo levantar. “Ela é bem gordinha, mas a alimentação é composta, basicamente, por ração. Raramente meus pais dão alguma outra coisa à ela”, afirma.
Gláucia Bueno aconselha que a solução para tratar ou até mesmo evitar a obesidade em pets é mais simples do que imaginamos. Os tutores devem, primeiro, procurar profissionais que desenvolvam uma dieta adequada para o bichinho.
Outras dicas são realizar caminhadas e atividades físicas diárias com o animal, como pequenas brincadeiras, de acordo com a recomendação do veterinário.
Em casos mais graves, o animal precisará de um acompanhamento com vários profissionais, com intuito de criar um programa especial de emagrecimento.