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Agosto Verde: campanha alerta para a leishmaniose visceral canina

A doença é um dos principais motivos para o sacrifício dos cachorros em todo o país

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Você já ouviu falar sobre a leishmaniose visceral canina? Pouco divulgada, a doença é um dos principais motivos para o sacrifício de cachorros em todo país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os seis países que detém 90% dos casos. Por esse motivo, o Centro de Estudos em Clínica e Cirurgia de Animais (Cecca), em parceria com a PUC Minas, criou o “Agosto Verde”. A campanha pretende reforçar a prevenção dessa enfermidade.

Transmitida por meio da picada do “mosquito-palha”, a doença pode causar lesões de pele, anemia, insuficiência renal, emagrecimento, crescimento das unhas e alterações oculares. Foi por meio de alguns desses sintomas que a estudante de veterinária Lace Assis percebeu que seu cachorro havia sido infectado pela doença.

“Não tem sensação pior do que ver seu amigo definhando e não poder fazer nada. Eu busquei soluções, tentei tratar, mas sem sucesso. No final, o que restou foi a eutanásia, para acabar com o sofrimento”, relembra.

O cachorro da estudante foi diagnosticado com leishmaniose visceral canina em 2008. À época, ainda não haviam tratamentos disponíveis para a doença no país. Mesmo assim, Lace tentou buscar alternativas.

“O tratamento não era nem recomendado e havia poucas informações sobre a doença. Isso dificultou o diagnóstico”, afirmou.

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O uso de repelente é muito indicado, principalmente para os animais que vivem próximos a áreas rurais
Manter o ambiente limpo é uma boa alternativa
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Hoje, existe a vacina para a leishmaniose

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O uso de repelente é muito indicado, principalmente para os animais que vivem próximos a áreas rurais

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Manter o ambiente limpo é uma boa alternativa

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“Essa doença acomete desde animais domésticos e silvestres, até o homem. No ambiente urbano, o cão é a principal vítima do flebotomíneo, como é chamado também o inseto”, conta o especialista em imunologia e doenças infecciosas, Paulo Tabanez, que é diretor da Clínica Veterinária Tabanez.

Ainda segundo Tabanez, a transmissão do protozoário Leishmania ocorre pela picada do inseto. “É bom deixar claro que o cão não transmite a infecção diretamente para o ser humano. A eutanásia não é uma forma de controle eficaz ou adequada. Há tratamento e o primeiro passo é a avaliação do veterinário e um diagnóstico adequado”, afirma.

Por essa razão, a ciência tem buscado tratamentos para a enfermidade – até então, sem cura –, permitindo que o pet leve uma vida normal ao lado do tutor. No final de 2016, o medicamento Milteforan foi aprovado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento de leishmaniose visceral. A droga, por sua vez, é exclusiva para uso em cães e ajuda a controlar o parasitismo.

“É importante ressaltar a importância do médico infectologista para auxiliar no diagnóstico correto e, também, no tratamento adequado de animais com leishmaniose”, recomenda o veterinário.

A veterinária Letícia Pezente, que acompanha casos da doença de perto, diz que algumas tentativas de tratamento com o medicamento tem sido sem êxito. “O tratamento ainda é muito novo. Observei dois casos de animais tratados com o Milteforan, mas, pelo que percebi, a doença não regrediu”, constata. É bom lembrar que o cão não transmite a infecção diretamente para o ser humano.

Enquanto ainda não existe um tratamento exato e que possibilite a cura da doença, existem maneiras para prevenir que o seu amigo seja infectado. Uma delas é manter o ambiente limpo, já que a doença é transmitida por um mosquito.

Além disso, a vacinação contra a leishmaniose e o uso de repelentes é bastante recomendado, principalmente para os cães que vivem próximos às áreas rurais.

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