Curso de idiomas, escola bilíngue ou internacional? Saiba escolher bem
A coluna explica as opções de educação em outra língua, cargas horárias e especificidades que devem ser consideradas antes da matrícula
atualizado
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Já pensou que temos colégios bilíngues, internacionais, programas bilíngues em escolas e cursos de idiomas? Com tantas opções, a confusão é geral. Conhecê-los te ajudará a fazer uma escolha consciente.
“Nesse rol de opções, estão os cursos de inglês que, em sua maioria, ensinam o inglês do dia a dia, em uma carga horária variável entre duas e quatro horas por semana. Há também as escolas bilíngues, que ensinam uma parte dos conteúdos em inglês e outra parte em português, e seguem o currículo brasileiro… Já as escolas internacionais seguem um currículo internacional, todo o conteúdo é ensinado em inglês e há a disciplina língua portuguesa”, esclarece Isabela Villas Boas, mestre em ensino de inglês como segunda língua pela Arizona State University, doutora em educação pela Universidade de Brasília (UnB) e superintendente acadêmica da Casa Thomas Jefferson.
“Sabemos que é cada vez maior a necessidade de envolver os alunos na análise crítica e na resposta literária a um nível que possam adquirir as estratégias necessárias para uma proximidade com o texto em diversos níveis – e contar, assim, com melhores ferramentas linguísticas que os permitam se comunicar em um mundo globalizado”, explica.
Um parâmetro importante a ser analisado quando há a inclinação de escolher escolas bilíngues é a carga horária. Ela é maior, uma vez que deve garantir tempo de estudo para as duas línguas. Essas escolas geralmente funcionam em período integral ou semi-integral.
Já as escolas internacionais possuem ensino diferenciado e seguem a grade curricular do país de origem. Numa escola americana, os estudantes seguirão o idioma, o calendário e a carga horária do país.
Os colégios internacionais, geralmente, são credenciados pela Organização Internacional de Bacharelado (IBO). A certificação IBO é aceita em universidades de mais de 140 países, facilitando o acesso a essas instituições.
Existem também os cursos de inglês, aulas ofertadas duas vezes por semana com carga horária semanal de até quatro horas e que objetivam ensinar o inglês do cotidiano.
Mas há ainda uma quarta possibilidade: a oferta de programas bilíngues em escolas de currículo tradicional, como é o caso do Le Petit Galois. A escola aliou-se ao programa oferecido pela Casa Thomas Jefferson, chamado Thomas Bilíngue. A linguista Isabela Villas Boas explica:
“Os programas bilíngues são ofertados em escolas não bilíngues, o currículo da escola é todo dado em língua portuguesa e a gente complementa com o programa bilíngue”. Neste modelo, os alunos aprendem a falar sobre disciplinas relacionadas a ciências sociais, naturais e humanas em inglês
Segundo ela, o material didático não é voltado para o ensino de estruturas e funções ou para o vocabulário do dia a dia da língua inglesa. “O material é voltado para ensinar ciências, matemática, estudos sociais e, com isso, os alunos também aprendem o inglês em uma imersão”, detalha Isabela. “Há exigência da carga horária mínima. O modelo oferecido pela Thomas Bilíngue é de seis horas-aula, podendo atingir até 10 horas semanais.”
Ao escolher uma das opções acima, avalie suas expectativas, limites financeiros e o tempo que seu filho poderá se dedicar à segunda língua.
Alguns pais me procuram com essa dúvida, e costumo fazer alguns raciocínios com eles. Por exemplo, se os pais do aluno têm uma carreira internacional, podendo se mudar a qualquer momento, faz mais sentido optar por uma escola internacional. Isso vale também se o aluno sonha em cursar sua faculdade no exterior prontamente depois de terminar o ensino médio.
Agora, se você pretende ficar no Brasil, mas com alto nível linguístico – para eventualmente morar fora ou estudar no exterior – uma escola bilíngue se encaixa perfeitamente.
Os programas bilíngues, como do Le Petit Galois, são excelentes para alunos/famílias que não têm a intenção de morar fora, querem ter bom nível de proficiência linguística, mas se preocupam com a excelência do ensino brasileiro (por exemplo, para buscar uma vaga nas universidades daqui).
O importante é que a família e o aluno façam uma escolha consciente, tendo todas as informações e opções à mesa.