Sanagê Cardoso lança exposição Pele e Osso no Museu da República
A mostra fica em cartaz até 9 de setembro com obras retratadas como exercícios de países africanos
atualizado
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O artista plástico Sanagê Cardoso lançou, na quarta-feira (8/8), a exposição Pele e Osso no Museu Nacional da República. A mostra, com curadoria de Carlos Ferreira, conta com 12 telas e um objeto escultório trabalhados em espuma expansível, no formato de territórios africanos imaginários e ancestrais, chamados de exercícios.
“Pele e Osso faz referência à questão social, política, cultural e econômica de uma população deixada de fora dos benefícios da modernidade”, explica o artista. É um trabalho sem fim. “Por mais que se fale, o tema não acaba e por isso se chama exercício. Nós estamos dispostos a discutir a discriminação e o tema racial. São movimentos diários e sistemáticos”, informou Sanagê.
A obra central rememora o continente africano e as telas retratam a cartografia imaginária daquilo que o próprio artista projeta enquanto fantasia e imaginação. “O Sanagê não pensou em fazer uma exposição para repetir a cartografia oficial dos recortes fronteiriços das nações. Ele usa certa liberdade poética”, explica Ferreira.
Sanagê Cardoso
O projeto da instalação foi desenvolvido ao longo dos últimos três anos em conversas constantes entre o artista e o curador. O visual da mostra impacta, logo de cara, com todas as obras e ambientes da galeria revestidos de branco, em uma projeção ao infinito – passado, presente e futuro – e uma experiência de vertigem. “O branco é o desejo de liberdade, e a brancura aponta para a indestrutibilidade do desejo”, explicou Sanagê.
“Em tese, o branco recebe todas as outras cores. Ou seja, ele aceita qualquer interferência. Mas até que ponto isso é verdade quando você traz para o campo social e racial? Até que ponto estou disposto a incorporar essas marcas de fora?”, questionou Sanagê.
A relação de amizade entre o artista e Carlos iniciou na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Em 2016, eles começaram a conversar sobre o projeto Pele e Osso a partir de textos relativos à diáspora africana.
Confira quem prestigiou a abertura da exposição: