Saiba quais tradições de Natal da realeza foram suspensas devido à pandemia
É a primeira vez em 30 anos que a rainha irá celebrar o Natal no Castelo de Windsor, em Londres, distante dos parentes
atualizado
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Por medida de segurança, algumas famílias precisaram adiar para 2021 a ceia natalina com toda a família reunida, o típico amigo-oculto e o abraço apertado de feliz Natal. Sem poder fazer pessoalmente, o gesto deverá ocorrer por chamada de vídeo. Devido à pandemia, até a piada do “tio do pavê” ficará em stand-by. A nova realidade também pairou sobre a realeza britânica. Seguidas à risca pela rainha Elizabeth II, as tradições deram espaço aos protocolos sanitários de combate à Covid-19.
Anualmente, a monarca e o marido, o príncipe Philip, passavam as festividades de fim de ano em Sandringham, no leste da Inglaterra. Em 2020, o casal já se conformou em permanecer no Castelo de Windsor. É a primeira vez em 30 anos que os dois irão celebrar a data comemorativa no palácio em Londres e distantes dos parentes. Ao saber da notícia, vem ao pensamento: como é um típico Natal da família real? A coluna Claudia Meireles te responderá a seguir mostrando uma série de tradições natalinas da realeza.
Cartões
Se já teve câimbra na mão de tanto escrever mensagens e “Feliz Natal” aos familiares, imagine como não ficam os dedos da rainha Elizabeth II e do duque de Edimburgo, o príncipe Philip. Eles assinam 900 cartões manualmente. Todo ano, o casal rubrica os bilhetes, em seguida, enviados aos respectivos destinatários. A monarca costumava escrever o nome durante as viagens de verão a bordo do iate real Britannia. Contudo, o meio de transporte aquático foi desativado em 1997.
Nos novos tempos, a matriarca da família real adiciona a assinatura aos cartões enquanto passa dias sabáticos em Balmoral. Depois de Elizabeth II, eles ganham a rubrica do príncipe Philip. Para não expor os colaboradores à Covid-19, a entrega dos bilhetes foi suspensa.
Os delírios de consumo da rainha
Gente como a gente, Elizabeth II ama fazer as próprias compras natalinas. Como o desejo da rainha é uma ordem, a Harrods já abriu depois do expediente para que a soberana transitasse pelos corredores sem preocupação e interrupção dos súditos. Com a pandemia, o passeio de vibe consumista está cancelado. Fica o questionamento: quais os presentes escolhidos pela monarca para dar aos filhos, netos e bisnetos?
“Expresso polar”
Em vez de embarcarem no British Royal Train de Londres para Sandringham House, a rainha e o marido, o príncipe Philip, faziam o trajeto em uma locomotiva normal partindo da estação ferroviária King’s Cross para King’s Lynn. O casal costumava viajar rumo à casa de campo uma semana antes da celebração do Natal. Na propriedade, os herdeiros da chefe da monarquia britânica se reuniam para festejar a data comemorativa. A pandemia mudou os planos da família.
Chegada na véspera natalina
Se não fosse a Covid-19, os membros da realeza seriam convocados a passar o Natal com a rainha Elizabeth II e o príncipe Philip. Cada convidado deveria chegar à casa de campo da matriarca em um determinado horário. Ela não gosta que apareçam todos os familiares no mesmo horário na véspera natalina. Por refletir o status dentro da monarquia, os integrantes mais jovens compareceriam primeiro e os mais antigos, por último.
Enquanto aguardava a chegada dos parentes, o duque de Edimburgo oferecia uma recepção com drinques a partir das 19h30. Ele faz questão de servir as bebidas.
Bola na rede
Não foi só a pandemia que atrapalhou as tradições da realeza. A renúncia do príncipe Harry e de Meghan Markle também provocou mudanças nos eventos da família comandada por Elizabeth II. Embora fosse um hábito recente, os irmãos, os príncipes William e Harry, costumavam jogar futebol com moradores locais no dia 24 de dezembro. A dupla competia contra a equipe de Sandringham. De vez em quando, os filhos de Lady Di eram adversários e, em outras ocasiões, ficavam no mesmo time.
Hora dos presentes
Na família real, os presentes são trocados oficialmente na véspera natalina. A tradição foi introduzida pelo príncipe Albert. Os mimos são postos em mesas para que cada integrante abra somente no dia 25, depois da hora do chá. Após o duque de Edimburgo acenar, todos podem finalmente ter em mãos as “lembrancinhas”. A realeza têm uma queda em brincar com os presentes. Uma vez, Kate Middleton deu ao cunhado, o príncipe Harry, o jogo Grow Your Own Girlfriend (Faça sua própria namorada, em tradução do inglês).
Árvore e ceia natalina
Depois de toda a realeza britânica chegar em Sandringham House na véspera natalina, a principal árvore temática da casa teria a decoração finalizada pela geração mais jovem. Dando continuidade às tradições, após a troca de presentes e a ornamentação do pinheiro, os convidados da rainha deveriam se arrumar para um jantar formal. Os homens precisariam usar smoking e as mulheres estarem com vestidos de gala. À luz de velas, a refeição seria composta por seis pratos, com o menu escrito em francês.
Traje da majestade
Assistente pessoal da rainha, Angela Kelly escreveu o livro The other side of the coin: the Queen, the Dresser and the Wardrobe (O outro lado da moeda: a rainha, a cômoda e o guarda-roupa). Lançada em 2019, a publicação revelou detalhes dos trajes usados pela monarca para cumprir todos os compromissos natalinos. Nos dias 24 e 25 “normais”, ela mudaria de roupa de “cinco a sete vezes”, segundo a profissional. Há todo um planejamento até Elizabeth II escolher o look da vez.
“Eu coloco esboços de vestidos de noite para a rainha olhar e escolher o que gostaria de usar naquela ocasião”, relatou a assistente no livro. Depois de a soberana bater o martelo, Angela fixaria um aviso escrito à mão no Corredor das Cômodas. O bilhete dá detalhes do modelito eleito pela chefe da monarquia britânica. A intenção com o recadinho seria garantir que as peças das damas de companhia e dos convidados não ofusquem a de Elizabeth II.
Oração e almoço
Na manhã do dia 25, a monarca e os familiares participariam do culto anual anglicano na Igreja de Santa Maria Madalena, em Sandringham. A rainha Elizabeth seria conduzida ao local religioso, onde receberia a comunhão em particular pela manhã antes de iniciar a cerimônia. A hora de comer é sagrada para a realeza. No Natal, o momento ganha mais protagonismo. O almoço de 25 de dezembro consiste em uma entrada de salada de camarão ou lagosta, seguida de peru assado e todos os acompanhamentos. De sobremesa, pudim com manteiga de conhaque. Deu água na boca!
Recado especial
Transmitida aos 52 estados que compõem a Comunidade Britânica, a mensagem de Natal da rainha é uma tradição da temporada de fim de ano. A princípio, o recado foi apelidado com o nome do rei George V. Ele quem fez o primeiro pronunciamento via rádio em 1932. Atualmente, o discurso é televisionado às 15h pela BBC, ITV, Sky 1 e Sky News, além da BBC Radio 4. Gravada semanas antes da data comemorativa, a declaração tem como espectadores os súditos e os membros da realeza.
Bufê no jantar
Não é apenas a sua família que também “empurra” os pratos da ceia na hora do jantar, o mesmo ocorreria na mesa da realeza britânica caso não houvesse pandemia. O chef de cozinha da monarquia prepararia um bufê na refeição noturna. Pouco antes dos convidados de Elizabeth II se sentarem à mesa, o profissional vai até a sala de jantar e corta o peru e a costela. Ao término, a rainha convoca o chef da vez para brindar com um copo de uísque. O hábito veio à tona após Darren McGrady confessar a tradição.
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