Rainer Cadete, o Téo de A Dona do Pedaço: de Brasília para o sucesso
O ator curte o doce sabor da fama com o sucesso de Téo, em A Dona do Pedaço, e faz revelações sobre sua vida em família com o filho, Pietro
atualizado
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Rio de Janeiro – Quem tem acompanhado a novela A Dona do Pedaço certamente notou o crescimento impressionante de um personagem em especial: Téo. Vivido por Rainer Cadete, o jovem fotógrafo aparecia eventualmente e sem muito destaque na trama, até se tornar uma das peças mais importantes na história de ambição e traição envolvendo o triângulo amoroso formado por Jô (Agatha Moreira), sua “namorada de fachada”, Régis (Reynaldo Gianecchini) e a protagonista, Maria da Paz (Juliana Paes). E muito mais virá pela frente.
Feliz com a repercussão de seu papel na novela de Walcyr Carrasco – que chegou a bater 42 pontos de audiência nesta semana –, Rainer, nascido em Brasília e pai de um menino de 12 anos, deu uma entrevista exclusiva ao Metrópoles para falar sobre esse momento de sucesso, paternidade e vida desde os tempos na capital. Confira!
Você é brasiliense e trabalha no Rio. Como é a sua relação pessoal com Brasília?
Minha relação com Brasília é de raiz, de muito amor. Foi onde eu passei mais tempo na minha vida. É o lugar em que me sinto em casa. Toda vez que estou na capital federal, eu me lembro da minha infância. Tenho muitos laços.
Quais são suas lembranças mais fortes da infância na cidade e o que mais gostava de fazer na capital?
São muitas. Desde quando era criança, assistia à televisão e dizia para meus pais que queria ser ator. Não perdia uma novela sequer e já imaginava trabalhar com essa profissão.
Com 15 anos, entrei para o Centro Cultural Renato Russo, aprendi a arte de representar com a Adriana Lodi e, no final do curso, montamos um espetáculo. Lá eu aprendi tudo sobre teatro. Minha primeira peça foi Revolução na América do Sul, de Augusto Boal. Foi em meados dos anos 1990. Meu personagem era o Anjo da Guarda. Ainda sei alguns trechos do espetáculo.
Quando está em Brasília, você se aprofunda nas notícias envolvendo os bastidores do poder na capital do país?
Não tem como não me envolver com as notícias e os bastidores da política. Brasília, para mim, é muito família, um lugar que sabe me acolher como um filho muito querido.
Você já interpretou papéis que tiveram um verniz social forte. Em Amor à Vida, seu personagem, o advogado Rafael, manteve uma relação de amor e cumplicidade muito bonita com uma garota autista. Você fez alguma preparação especial para isso? Acredita que um relacionamento assim pode progredir?
Com todo personagem que me entregam, tento fazer o melhor possível. Eu fiz psicologia por quatro anos, só não me formei porque começaram a surgir muitos trabalhos como ator. Dentro desse estudo, eu era muito engajado.
Já estudava o tema autismo e achava importante falar sobre isso. Na verdade, eles não participam economicamente do país, mas estão vivendo a vida com dignidade. Fiquei emocionado com esse personagem.
Em Verdades Secretas, você interpretou o booker Visky, um personagem forte, que sofria em razão de questões sexuais. Como você avalia esse trabalho e como se posiciona diante das lutas da comunidade LGBT por direitos, representatividade e respeito?
Esse trabalho foi mais importante porque emagreci 15 quilos. Aprendi a andar de salto alto, que não foi nada fácil. Na realidade, eu fiz uma homenagem ao universo feminino de maneira bem interessante. Para isso, passei três meses em Madrid para montar toda a personalidade do Visky. Adorei o resultado.
Ele era um homossexual convicto, tem esse paradigma interessante. Aprendi que precisamos saber a hora de amar. A sexualidade é algo muito fluido.
Em Êta Mundo Bom, você fez um vilão mulherengo que foi transformado pelo amor. Qual a mística que existe em fazer um vilão?
Para o ator, existe a questão maniqueísta em fazer bons personagens em novelas. Não importa se for o vilão ou o mocinho. Eu sempre vejo um personagem humano com uma personalidade elástica, e também os atores, que conseguem passar ao público o que estão sentindo. Isso é muito bom. Nós nos transformamos com os elogios.
O Téo é mais uma parceria sua com Walcyr Carrasco, que costuma te contemplar com papéis expressivos. Como é interpretar um texto dele?
A minha primeira novela foi com o Walcyr. Caras e Bocas foi uma estreia bem bacana, eu interpretava o Gabriel Batista da Silva. Bem, trabalhar com textos do Walcyr é um encontro artístico muito legal e de muita confiança. Ele é um dos autores mais interessantes e sábios que temos na televisão brasileira. E eu fiz os meus personagens nas novelas dele. Isso é ótimo.
Você fez 32 anos e é pai de um menino de 12, o Pietro. Em que a paternidade mudou sua vida?
Mudou tudo na minha vida. Passei a ser um homem melhor. Para mim, é o amor mais profundo e forte que eu senti na minha vida. Pietro é um amigão e sempre estou ao seu lado.
Como é sua relação com ele, ainda mais com os dois vivendo em cidades diferentes? Você consegue estar sempre presente, ainda mais numa fase de grandes transformações, o começo da adolescência?
Quando estou em Brasília, eu faço tudo com ele. Levo para o colégio, levo e busco nas festinhas. Eu me sinto feliz com toda essa transformação na minha vida. Meu filho é um rapaz interessante, inteligente, e eu aprendo muito com ele.
Ele é, para mim, um jeito novo de ver o mundo. Nós, pais, sentimos a ansiedade na criação dos nossos filhos. Mas essa ansiedade é boa. Ele gosta de teatro e, quando vem ficar alguns dias ao meu lado, passa o texto da novela comigo. É o máximo!
Como é o Rainer fora de cena? Quais são as coisas que você gosta de fazer e apreciar quando não está gravando?
Sou um cara bem normal. Adoro sair para ir à padaria e ao supermercado, como qualquer pessoa. Gosto de ver gente. Vou muito ao teatro e ao cinema. Escuto uma boa música e também gosto de cozinhar. E sempre estou lendo um bom livro. No momento, estou lendo O Dilema do Porco Espinho, de Leandro Karnal.