“Que cada um faça sua parte”, diz nadador Glauber Silva sobre a pandemia
O atleta brasiliense disputará uma vaga em competições oficiais para representar Portugal nas Olimpíadas de Tóquio, adiadas para 2021
atualizado
Compartilhar notícia
O isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus pegou a todos de surpresa, em especial os atletas. Eles estavam em preparação para as Olimpíadas de Tóquio, agendadas, inicialmente, para o periodo entre 23 de julho e 9 de agosto deste ano. Por conta da Covid-19, os jogos foram adiados para 2021.
Prestes a disputar uma vaga na competição representando Portugal, o brasiliense Glauber Silva viu a distância do sonho de subir ao pódio olímpico triplicar. Até então, o nadador vinha com uma rotina intensa de treinos dentro das piscinas e em academias para conseguir a melhor forma física.
Com o período de confinamento, o esportista se viu obrigado a parar totalmente o ritmo das atividades. “Foi complicado. Sem saber realmente o que poderia acontecer, fiquei um mês direto recluso em casa”, recorda Glauber. Ao ter conhecimento de medidas de segurança, o nadador retomou os treinamentos.
Ele trocou as raias das piscinas pela Orla da Ponte JK, há duas semanas. Com isso, percebeu uma diminuição da poluição no Lago Paranoá: “Foi um aviso da natureza de pedido de socorro. Quando normalizar, espero que todos tenham a consciência da importância do meio ambiente”, diz.
Embora faça a preparação de forma solitária, o esportista mantém contato com o técnico Fábio Costa, o preparador físico Rafael Félix e o médico José Ribas. “Falo diariamente com toda a minha assessoria. A equipe me acompanha mesmo de longe”, revela. Com os treinos nesse formato, Glauber acredita que não se prejudicará fisicamente quando a atual situação passar.
Glauber não foi o único atleta a abandonar a rotina rumo às Olimpíadas de Tóquio. “Estamos no mesmo barco, infelizmente”, pondera o nadador. Ele vê com otimismo poder desfrutar do Lago Paranoá, já que esportistas da natação e de outras modalidades continuam sem treinar para evitar aglomeração.
Saudades
O brasiliense não sente saudades apenas de passar o dia alternando entre braçadas do nado borboleta, crawl, peito e de costas. Glauber não vê a hora de viver novos momentos ao lado da filhota, Manuela, com quem tem feito chamadas de vídeo diariamente. A menina completou 9 anos durante a quarentena e o paizão declarou amor à ela nas redes sociais.
Com dupla cidadania, Glauber vivia na ponte aérea Brasília-Lisboa antes do isolamento social. Com a medida e o reforço da campanha “fique em casa”, ele aproveitou o tempo para aprimorar conhecimentos por meio da leitura e a sessão de entretenimento ficou a cargo de filmes e séries. Mas, assim que o confinamento terminar, o nadador pretende desembarcar na Europa e pegar pesado nos treinos, pois será seu último ciclo olímpico.
Em meio à rotina livre, Glauber dedicou-se a incentivar correntes do bem. Padrinho da Associação Pestalozzi e do Centro Presbiteriano Idade e Experiência, o nadador participou de iniciativas de arrecadação de alimentos e produtos de higiene a pessoas carentes.
À coluna Claudia Meireles, o brasiliense deixa a mensagem: “Que cada um faça sua parte. Vai ficar tudo bem e o que precisamos agora é ter um pouco de paciência.”
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.