Mulheres astronautas ganham protagonismo e fazem turismo espacial decolar
Embora os homens ocupem grande parte dos cargos, as profissionais têm conquistado cargos importantes no segmento
atualizado
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Produção original da Netflix, a série Away tem arrancado dos telespectadores críticas positivas (e muitas lágrimas). Lançada no catálogo no dia 4 de agosto, a história gira em torno de uma astronauta que vai liderar uma missão em Marte. Interpretada pela atriz Hilary Swank, a personagem principal, Emma Green, vence momentos emocionantes de solidão enquanto está no espaço.
Embora o enredo seja inspirado na vida do astronauta norte-americano Scott Kelly, Away desperta a reflexão sobre a exploração espacial – área formada majoritariamente por homens – feita por profissionais do sexo feminino. As mulheres têm lutado para ingressar e conquistar cargos no segmento. Vale lembrar que elas foram as responsáveis por levar o homem ao espaço na corrida entre EUA e União Soviética.
Apelidadas de “computadores humanos”, Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson eram cientistas da Nasa. Matemáticas de formação, elas não tiveram os trabalhos reconhecidos, a ponto de seus cálculos trazerem assinaturas de homens.
A primeira mulher a ir ao espaço foi a russa Valentina Vladimirovna Tereshkova, em 1963. A passos largos, a realidade da tem mudado com protagonistas femininas. É o caso de Clare Pelly, colaboradora da Virgin Galactic.
Fundada pelo bilionário Richard Branson, a empresa britânica trabalha para enviar os primeiros turistas ao espaço no primeiro trimestre de 2021. Grande parte das equipes dos projetos da Virgin Galactic é formada por mulheres, segundo contabilizou a revista Marie Claire.
Sem a atuação das astronautas não seria possível pagar US$ 250 mil (o equivalente a R$ 797 mil, em cotação atual) por um ingresso da companhia, sendo a maior atração a órbita do globo terrestre.
Apesar de não ser uma astronauta, Clare Pelly carrega como dever compartilhar o amor pelo espaço com outras mulheres. Chefe do Escritório de Astronautas da Virgin Galactic, ela atua no braço filantrópico da companhia, batizado de Galactic Unite. Tendo como referência a missão Apollo 11, a colaboradora envia futuras astronautas, ou melhor, as turistas dos voos da Virgin Galactic, para falar em escolas e eventos juvenis.
“Essas são mulheres fenomenais que, muitas vezes, lutaram contras as probabilidades e expectativas para reservar seu voo ao espaço. Elas querem contar suas histórias e as pessoas vão querer conhecê-las”, destacou a executiva. Até então, 700 pessoas desembolsaram o montante para desfrutar de um lugar a bordo das aeronaves da Virgin Galactic.
Contudo, a pandemia do novo coronavírus atrapalhou os planos de voo da companhia e a viagem dos turistas. Clare tem mantido a trupe em contato (e em contagem regressiva). Ela opera uma rede privada de comunicação, eventos especiais e experiências “galácticas” aos passageiros. Também membro da equipe da empresa britânica, Beth Moses é instrutora-chefe dos turistas astronautas e líder de tecnologia de cabine.
Com um currículo extenso, a engenheira projetou mecanismos de caminhada no espaço, à época em que trabalhou como gerente de montagem da Nasa nas missões rumo à Estação Espacial Internacional. Ela é a profissional à frente dos treinamentos de como os passageiros da Virgin Galactic deverão usar desde os trajes espaciais aos assentos das aeronaves. A norte-americana foi a primeira mulher a fazer uma viagem espacial a bordo de uma nave comercial. O feito ocorreu em fevereiro de 2019.
“No momento em que o foguete se acende, você experimenta o máximo de uma sensação ao perceber estar a caminho do espaço”, rememorou Beth. Ao ser questionada se a viagem é desconfortável ou dolorosa, a engenheira nega ao definir como: “Muito divertido. Foi a maior montanha-russa de todos os tempos”.
Depois do voo, a instrutora recebeu da agência norte-americana Administração Federal de Aviação (FAA) o distintivo de astronauta. Ela chegou a dormir com a honra em formato de asas.
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